terça-feira, 12 de outubro de 2010

CLIPAGEM – Dilma, segundo Augusto Nunes

Do jornalista Augusto Nunes (foto), colunista da Veja online, em artigo datado de domingo, 10.

10/10/2010

às 19:05 \ Direto ao Ponto

O medo do fracasso nas urnas aumenta a produtividade da fabricante de mentiras

Dilma Rousseff repete com orgulho que se negou a dizer verdades perigosas mesmo sob tortura, lembrou um texto aqui publicado em agosto de 2009. Ela tinha pouco mais de 20 anos, mas sabia muito, quando foi presa pela polícia da ditadura. Mesmo confrontada pelos inquisidores com copiosas evidências e provas materiais, mesmo submetida a torturas, garantiu que não havia participado de assaltos a banco e outras ações armadas, desmentiu o envolvimento com grupos de extrema-esquerda, escondeu os nomes dos parceiros de vida clandestina, não admitiu sequer que era quem era.
A candidata que Lula inventou gosta de contar que, apesar da sensação de desamparo e insegurança, não deixou escapar qualquer informação que a prejudicasse, ou colocasse em risco os companheiros que lutavam para substituir a ditadura militar pela ditadura do proletariado. Em três anos de cadeia, descobriu que a mentira pode garantir a sobrevivência física. No coração do poder há oito anos, descobriu que a mentira pode ser o preço da sobrevivência política.
A soma das duas descobertas explica por que Dilma Rousseff mente com a naturalidade de quem está ditando uma receita de bolo: ela acha que negar a verdade é o preço que se paga para continuar vivo. Ela não enxerga diferenças entre um palanque e um pau-de-arara, uma entrevista coletiva ou um interrogatório policial. Não vê motivos para remorsos ou constrangimentos. Nunca é visitada por qualquer espécie de conflito íntimo que possa tornar terríveis os 10 minutos que precedem o sono..
Foi assim em 2008, quando alquimistas da Casa Civil, incumbidos de desviar os holofotes que iluminavam a farra dos cartões corporativos no Planalto, produziram um dossiê que transformava o ex-presidente Fernando Henrique e Ruth Cardoso no mais perdulário dos casais. Pilhada em flagrante, Dilma rebatizou de “banco de dados” a fábrica de dossiês cafajestes gerenciada por Erenice Guerra. E jurou que não fizera o que fez com a mesma convicção aparente da juventude.
Foi assim quando se descobriu que o currículo era enfeitado por um misterioso doutorado em economia pela Unicamp. A Doutora em Nada garantiu que não sabia de nada, nunca havia lido o que estava no site da Casa Civil e nas introduções de todas as entrevistas concedidas desde 2003. Alegou que algum subordinado fizera aquilo sem consultar a beneficiária da fraude, não identificou o culpado, queixou-se da perseguição da imprensa e pediu ajuda a Lula. O Padroeiro dos Companheiros Delinquentes expediu outro habeas corpus perpétuo e o currículo fraudulento voltou para baixo do tapete.
A coleção de mentiras foi ampliada quando Lina Vieira, demitida da secretaria da Receita Federal por honestidade, contou que fora pressionada no fim de 2009 para “agilizar” a auditoria em curso nas empresas da família Sarney. Como fez de conta que não entendeu a ordem de Dilma para esquecer o caso, Lina perdeu o emprego. Numa entrevista à Folha, informou que foi convocada para o encontro pela onipresente Erenice Guerra, reproduziu o diálogo no gabinete, descreveu a cena do crime, até detalhou as vestes da protetora de Fernando Sarney. “Não fiz esse pedido a ela”, retrucou Dilma. No minuto seguinte, pediu de novo ajuda do Mestre.
Enquanto comparsas cuidavam da queima de arquivos – começando pelas fitas do serviço de segurança que endossavam o que Lina Vieira revelara –, ouviu-se a fala do trono: “Duvido que a Dilma tenha mandado recado ou conversado com alguém a esse respeito. Não faz parte da formação política da Dilma”. Fez, faz e, se o eleitorado permitir, continuará fazendo, comprova a edição de VEJA deste fim de semana, que escancara as dimensões inquietantes do salto no escuro.
Governar é escolher. Dilma escolheu como braço-direito uma Erenice Guerra. Até as maçanetas da Casa Civil sabem que, se reportagens de VEJA não tivessem desbaratado a quadrilha formada por parentes e agregados, a Mãe da Bandalheira seria mantida no cargo e promovida a figura mais poderosa de um governo Dilma Rousseff. Revelado o escândalo, a mulher que não sabe escolher sequer a melhor amiga finge que mal conhece Erenice. Mentiu para sobreviver politicamente.
É o que tem feito para safar-se da enrascada em que se meteu com a exibição de vídeos que a mostram defendendo a descriminalização do aborto. Poderia ter mantido o que disse ou informado que mudara de ideia. Em vez disso, preferiu violentar a verdade e atribuir o que comprovadamente afirmou a uma “campanha caluniosa”. As duas opções anteriores teriam provocado estragos bem menores que a reafirmação de que o Brasil pode ser presidido por uma mulher que mente compulsivamente.
“Quando não se sabe o que fazer, melhor não fazer nada”, aconselhava Dom João VI. Nocauteados pela frustração do primeiro turno, os comandantes da campanha governista resolveram voltar à ação ainda grogues. E mobilizaram uma brancaleônica brigada de voluntários dispostos a provar que Dilma decorou a Ave Maria aos 3 anos de idade, leu o catecismo aos 4 e aos 5, dispensada da confissão por falta de pecados, começou a comungar. O inevitável Frei Betto não poderia ficar fora dessa.
Na Folha deste domingo, depois de contar que conheceu a candidata na cadeia, Frei Betto jura que “ex-aluna de colégio religioso, dirigida por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho”. Bonito, isso. O problema é a fonte. Ultimamente, nas dedicatórias escritas em livros com os quais presenteia amigos especialmente próximos, o ex-sacerdote tem repetido a mesma frase antes da assinatura: “do irmão em Cristo e irmão em Castro”. Quem compara a figura de Jesus Cristo a Fidel Castro não é o melhor fiador da religiosidade de ninguém.
Para apagar o fogo, chamaram um incendiário. Absolvida por Frei Betto, a mais santa das mulheres fica com cara de pecadora irremissível.

13 comentários :

Anônimo disse...

Impressão minha ou tu só publica criticas a DILMA?
E quanto ao Serra e aquele momente de atorcidade dele?
Por isso que se desconfia da imprensa brasileira.

Anônimo disse...

Dar credibilidade a colunista da veja é um pouco demais. Porque você não coloca a opinião do Paulo Henrique Amorim sobre o Serra e o do Mino Carta sobre a Dilma e o governo Lula? Que tal um pouco de Democracia no teu Blog?

Anônimo disse...

Quando tive acesso a esse blog fiquei feliz ao ver que tinha descoberto mais uma fonte de informação, até recomendei a um colega de trabalho. Mas agora vejo que está sendo usando para fazer campanha para o Serra.Pode até negar, mas é pura verdade.Simplesmente Lamentável a postura em apoiar esse representante esse cidadão chamado Serra que está fazendo de tudo pra ganhas as eleições, mas não vai conseguir!!!

Anônimo disse...

Barata, a Veja não passa de uma revista sensacionalista. sempre esteve a serviço do neoliberalismo. ela, o serra, o jatene e você serão os derrotados nesse segundo turno. é deplorável como vc, através desse seu blog vem se comportando nesse período.
Antonio Souza

Anônimo disse...

QUERES PRATICAR JORNALISMO, BARATA PUBLICA A ENTREVISTA FEITA PELO O GLOBO COM O EX-COMPANHEIRO DA FUTURA PRESIDENTE DILMA, ESTA NO BLOG DO NASSIF, QUERES MESMO INFORMAR? ERA ASSIDUO NO TEU BLOG, MAS APÓS TERES COLOCADO ESTE VENDIDO PANFLETARIO QUE ENVERGONHA A CLASSE, ESTOU DELETANDO TEU BLOG.... VAI PARA A FACULDADE FAZER RECICLAGEM...OU VAI...ADEUS.

Anônimo disse...

É Barata, tua máscara caiu e teu bico de tucano apareceu. Lamentável

Anônimo disse...

Cada vez mais me convenço de que petismo é sinônimo de fascismo.

Anônimo disse...

Nada mais ridículo do que o Chimbinha levar para o palco Ana Júlia e Dilma para dançar. Trejeitos e risos forçados, balancê fora de ritmo. Deprimente! Para conseguir alguns poucos e míseros votos, só faltou o histérico Lula sair dançando como o Carlinhos de Jesus, na Comissão de Frente de Escola de Samba na Sapucaí. Palhaços !!!

José Maria de S. Martins disse...

Barata. Porque será que as pessoas que mandam uma(s) determinada(s)mensagem(ens) não se identificam? Será que têm receio de que suas convicções não estejam tão corretas. Em democracia todos temos o direito de dizer o que quisermos respondendo, no entanto, pelo excessos porventura cometidos

Anônimo disse...

Ridículo vc colocar pra falar a respeito da Candidata Dilma, funcionários da revista nem veja (PIG). Sugiro que vc tbm poste em seu blog, a carta de Pedro Bial!
Barata, a mídia comercial é tucana e suja!

Anônimo disse...

Barata!? Publique em seu blog, algo sobre o Paulo preto!!!
Ele é da confiança do Zé sujeira...Dali DILMA!!!!!

Anônimo disse...

A Dilma vai ganhar: Do Zé baixaria e toda sua corja e de toda a mídia nogenta, que tenta de maneira covarde sacanear com sua campanha e denegrir sua imagem. Melhor, o gosto da vitória será maior!!!

Anônimo disse...

Calma pessoal, democracia é isto e ao final ninguém é ilibado no cenário político brasileiro, ou papai noel existe?