sexta-feira, 29 de outubro de 2010

FICHA LIMPA – Austeridade de conveniência

O patético, em todo esse imbróglio, é a austeridade de conveniência de boa parte dos críticos ácidos e circunstanciais de Jader Barbalho. O que não justifica, obviamente, pretender conceder-lhe, a priori, remissão, diante das suspeitas de corrupção que o acompanham. Alegar precedentes, para justificar ilícitos, é a lógica dos bandidos. repita-se. Mas, particularmente no Pará, faltam réus no banco pelo qual acabou de passar o ex-governador, o morubixaba do PMDB no Estado.
As principais lideranças políticas da história recente do Pará, com as exceções que confirmam a regra, já tiveram Jader como patrono político e/ou aliado eleitoral, sem fazer qualquer objeção às suspeitas de corrupção que acabaram por aderir à imagem do ex-governador, a mais longeva liderança política da história do Estado. Esse elenco inclui da governadora petista Ana Júlia Carepa, candidata à reeleição, ao ex-governador tucano Simão Jatene, o candidato ao governo pelo PSDB ao governo do Pará, passando pelos ex-governadores Hélio Gueiros e Almir Gabriel, este hoje rompido com a tucanalha. A maioria deles, quando desavindos com Jader, estigmatizaram-no, aberta ou veladamente, como a quinta-essência do mal. Incluso Simão Jatene, que agora tem o aval daquele ao qual a tucanalha, quando no poder, satanizava como Anhanga.
Quanto aos Maiorana, inimigos figadais de Jader, sabem até os postes desta terra sobre suas reais motivações. O que estimula a oposição implacável ao morubixaba do PMDB no Pará pelas ORM, as Organizações Romulo Maiorana, é ter como rival, na disputa pelo mercado, o grupo de comunicação da família do ex-governador. O grupo de comunicação dos Barbalho inclui o jornal Diário do Pará, hoje o líder em vendagem no Estado, depois que seu concorrente direto, O Liberal, o principal jornal das ORM, foi flagrado pelo respeitado IVC, o Instituto Verificador de Circulação, fraudando os números que lhe conferiam a suposta liderança no mercado. Para driblar o constrangimento de uma auditoria, O Liberal se desfiliou do IVC, ao qual é hoje filiado o Diário do Pará. As rádios, AM e FM, do grupo de comunicação dos Barbalho, também são líderes de audiência. Aos Maiorana resta a colossal liderança da TV Globo, da qual é afiliada a TV Liberal.
De resto, moralidade pública não é o forte dos Maiorana, como evidencia o episódio do simulacro de convênio da TV Liberal com a Funtelpa, a Fundação de Telecomunicações do Pará, que se estendeu por 10 anos, de 1996 a 2006, sendo sucessivamente renovado pelos governos Almir Gabriel e Simão Jatene. Pelo simulacro de convênio, assim etiquetado para driblar a necessidade de concorrência pública, a Funtelpa não só cedia sua rede de repetidoras, para levar a programação da TV Globo para o interior do Estado, como ainda pagava uma mensalidade à TV Liberal. De 1996 a 2006, o Estado transferiu aos cofres da TV Liberal R$ 50 milhões, em valores corrigidos.

Um comentário :

Anônimo disse...

E a Juíza do feito perdeu a lingua. Tantas ações e o TJE deixou de ter pulso sobre esses magistrados. Ele como um todo é CULPADO. Pois nos cinco dedos de nossas mãos cabem os probos. E sabemos quem são os magistrados. AVE, AVE CNJ...............