sábado, 23 de setembro de 2017

TEMER - A pompa da insignificância


MURAL – Queixas & Denúncias


BLOG – Postagem sobre trapalhada do Sintepp que inviabiliza greve é a mais lida dos últimos sete dias

A postagem sobre a trapalhada da direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará, SINTEPP – Ao negociar direito inegociável, direção do sindicato inviabilizou a paralisação dos professores, registrou 2.545 acessos em apenas dois dias. A postagem, publicada na noite de domingo, 17, desde então perdura como a mais lida do Blog do Barata, que na segunda-feira, 18, registrou quase 3.500 acessos. Neste sábado, apenas a postagem registrava um total de 3.636 acessos.

ESCOLA BOSQUE – Com o trapiche da unidade Jutuba à espera de conserto, 84 crianças continuam sem aulas

Memorando comunicando que as aulas na unidade Jutuba...
...estão suspensas sine die, única providência visível de Meg Parente.

A imagem da inépcia administrativa. Assim pode ser descrita a situação das 84 crianças sem aulas desde o último dia 4, “por período indeterminado”, à espera que a Prefeitura de Belém mande consertar o trapiche da unidade pedagógica Jutuba.

Até aqui, a única manifestação da presidente da Funbosque, Fundação Escola Bosque Eidorfe Moreira, Meg Parente, foi um memorando circular, comunicando que as aulas estão suspensas “por período indeterminado”, diante da necessidade de “reforma” da ponte que dá acesso à unidade. Meg Parente é a diletante ex-vereadora eleita pelo PSOL como Meg Barros, que tão aportou na Câmara Municipal tratou de migrar para uma legenda de aluguel, o PRP, alinhando-se com o prefeito tucano Zenaldo Coutinho, mas que não conseguiu se reeleger em 2016.

SINTEPP – Com sofismas, José Emílio Almeida reitera diatribes, desce mais o nível e perde-se em nehnhenhém

José Emílio Almeida passando-se por
professor, na greve, embora seja lotado
como assistente administrativo na Seduc.
Ato administrativo identifica lotação de Almeida
como assistente administrativo, não professor.
Comentário de Almeida repleto de diatribes, sem contestar
a revelação do professor Rodolfo Nobre, no Blog do Barata.

Por e-mail, ao qual respondo na postagem SINTEPP - A minha resposta, o presidente da Asconpa, a Associação dos Concursados do Pará, José Emílio Almeida, pretende repelir a críticas a ele feitas, diante das diatribes que desfechou, na esteira da grave denúncia do professor Rodolfo Nobre, em artigo publicado no Blog do Barata. Segundo a denúncia, o Sintepp, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará, negociou o direito de greve da categoria, ao assinar um termo de compromisso com o TJPA, o Tribunal de Justiça do Estado do Pará, e a PGE, a Procuradoria Geral do Estado do Pará, abdicando de nova paralisação até o julgamento final dos mandados de segurança impetrados pelo próprio Sintepp, em 2016 e 2017, o que torna natimorta a greve dos professores da rede estadual de ensino, restando aos grevistas, por isso, o desconto dos dias parados. Na ocasião – sem desmentir a denúncia -, Almeida invadiu a página do Blog do Barata no Facebook, reproduzindo um comentário ensandecido feito em sua timeline, insultando Nobre e acusando-me de coonestar um farsante.
Rodolfo Nobre, autor do artigo que despertou a ira do presidente da Asconpa, é professor de carreira da Seduc (Secretaria de Estado de Educação), com graduação em matemática pela UEPA (Universidade do Estado Pará) e mestrado em educação matemática pela UFPA (Universidade Federal do Pará), além de diplomando em direito pela Faculdade Estácio do Pará, sem que sobre ele paire qualquer suspeita de improbidade. José Emílio Almeida, que se pretende educador, é servidor concursado da Seduc, lotado como auxiliar administrativo e não como professor, embora seja formado em licenciatura, com habilitação em francês, e só ganhou visibilidade com a criação da Asconpa. Ele não revela onde eventualmente exerce o magistério.

Ao replicar as críticas a ele feitas, Almeida novamente foge ao debate e não desmente, com provas documentais, a denúncia segundo a qual o Sintepp negociou o direito de greve da categoria, ao assinar um termo de compromisso com o TJPA e a PGE, abdicando de nova paralisação até o julgamento final dos mandados de segurança impetrados pelo próprio Sintepp, o que torna natimorta a paralisação dos professores da rede estadual de ensino. Em lugar do debate, ele reitera seus insultos ao professor Rodolfo Nobre, que agora estende a mim. Com sofismas toscos, condimentados por ilações tortuosas, Almeida reitera suas diatribes, desce mais o nível e perde-se em um nhenhenhém próprio de quem padece de inocultável indigência intelectual. Mas não desmente, com provas documentais, a denúncia sobre a trapalhada da direção do Sintepp, que inviabiliza a greve dos professores da rede estadual de ensino.

SINTEPP – O e-mail do presidente da Asconpa

Abaixo, a transcrição, na íntegra, do e-mail enviado por José Emílio Almeida ao Blog do Barata:

“Caro Barata, acabei de ler a sua postagem sobre mim, em seu blog.
"Queria só esclarecer que:

1) A minha profissão é professor, ainda que ocupe o cargo de assistente administrativo na Seduc. Isso porque assistente administrativo, não é profissão. É um cargo que, em milhares de órgãos de todas as administrações públicas do Brasil e, talvez, do exterior, é ocupado por funcionários de níveis médio e superior.
“Não me envergonho deste cargo, apenas não me identifico como profissional, porque a minha profissão é professor, ainda que professor seja também um cargo.
“Infelizmente a Seduc não oferta mais vagas para o cargo de professor de língua francesa e, por isso, eu não sou professor de francês da Seduc.

2) Ficou claro, na sua postagem, a tentativa de me desqualificar por ser assistente administrativo da Seduc. Um grave erro, para um jornalista inteligente como você. Não se desqualifica alguém pelo cargo que ocupa. Seja assistente administrativo, gari, médico ou professor. Só os estúpidos fazem isso.

3) Você não conhece ainda o seu coonestado Rodolfo Nobre. Um sujeito conhecido por onde passa como mau caráter. Fala uma busca nos locais onde trabalhou, passando pelos lugares onde tentou atuar, como a Asconpa e o Sintepp.
“Na Asconpa, onde o seu amigo era um dos diretores, a insensatez foi tão grande que ele tentou me expulsar da direção, chamando uma assembleia, sem me avisar. Nós éramos onze dirigentes e o desajuizado ainda conseguiu cinco votos. Foram expulsos eles e todos os outros quatros que caíram na conversa suave, da qual você também caiu.
“Do que reclamava o seu amigo espoletado? De querer espaço nos órgãos de imprensa, que queriam ouvir apenas a mim. O seu amigo desarrazoado, achava que eu ligava para as redações e impedia que os repórteres publicassem as entrevistas que ele dava. Ele mesmo me disse isso.
“Depois inventou que eu desviava dinheiro da associação, já que a sobra de uma coleta que fizermos estava sendo usada (com autorização da maioria da direção) para pagar créditos para o meu celular e combustível para o carro de um dos dirigentes. O meu celular e o carro do dirigente eram usados para mobilizar s concursados para os nossos atos.

4) Barata, perdi a admiração que tinha por você. Não o respeito, porque ainda acho que você está sendo enganado por este maluco, como eu fui. Mas não tem mais a minha admiração. Passo a vê-lo como um home doente, que precisa de cuidados urgentes para viver uma vida com o mínimo de sanidade (desculpe a franqueza).

5) Torço pela sua recuperação dessa doença chamada Rodolfo. Fuja dele, amigo. Se livre dessa pústula, antes que ele acabe totalmente com você e com a sua reputação.

6) Se não foram suficientes os esclarecimentos, estou a sua disposição;

José Emílio Almeida
“Professor”

SINTEPP – A minha resposta

Em seu e-mail ao Blog do Barata, o presidente da Asconpa, José Emílio Almeida, lamentavelmente nos priva do esclarecimento basilar, que é saber se não é verdadeira, como ele insinua, a denúncia do professor Rodolfo Nobre. A denúncia, pela sua gravidade, inexplicavelmente perdura à espera de esclarecimentos convincentes capazes de contestá-la com provas documentais. Segundo revelou Nobre, em artigo publicado neste blog, a direção do Sintepp assinou um termo de compromisso com o TJPA e a PGE, abdicando de nova paralisação até o julgamento final dos mandados de segurança impetrados pelo próprio Sintepp, o que tornaria natimorta a paralisação dos professores da rede estadual de ensino, restando aos grevistas o desconto dos dias parados. Isso provocou um comentário ensandecido de Almeida, que ele transpôs de sua timeline para a página do Blog do Barata no Facebook, tentando desqualificar Rodolfo Nobre, ao qual se recusa a reconhecer como professor, e acusando-me de coonestar um suposto farsante.
Da mesma forma, ao sublinhar que é, sim, professor, embora lotado na Seduc como assistente administrativo, Almeida nos priva de saber onde, afinal, exerce o magistério, para que possamos tomá-lo como um docente e não um mero diletante de passeata. Um diletante que se valeria da licenciatura obtida como álibi para justificar a tentativa de usar os professores como massa de manobra, com fins político-partidários, no rastro da sua militância no PSOL.
Imaginar que tentei desqualificá-lo, ao revelar que é lotado na Seduc como assistente administrativo e não como professor, é uma arrematada sandice de Almeida, para a qual ele resvala por obtusidade ou má-fé. Concordo em gênero, número e grau que seria uma estupidez se assim o fizesse. E em matéria de estupidez, serei sempre aluno do presidente da Asconpa, cujo argumento tem a consistência de um livro de autoajuda.
Sobre o professor Rodolfo Nobre, excluído os juízos de valor, pavimentados por idiossincrasias pessoais e versões controversas, o visceral na polêmica é também escanteado por Almeida. Nobre é, sim, professor concursado da Seduc, exibindo títulos acadêmicos comprovadamente obtidos em instituições respeitáveis, e não o farsante que o presidente da Asconpa tenta fazer crer que seja. É sua qualificação e a probidade comprovada que garantiram a ele espaço no Blog do Barata, não qualquer laço de amizade. Embora a escolha das minhas amizades – em sua maioria longevas e que muito me honram, porque probas – seja uma prerrogativa minha, que não delego a ninguém, porquanto tenho idade e discernimento para ser suficientemente seletivo, dispensando pitaco de quem quer que seja. Muito menos de quem não exibe autoridade moral para ser parâmetro de seletividade.
As suspeitas de corrupção que tisnam a imagem de Almeida – que sequer suscitei, por falta de provas – é um problema que a ele cabe esclarecer de forma convincente e irrefutável. De preferência com o auxílio de testemunhas idôneas, que não sejam alcançadas pelas mesmas suspeitas, embora, por princípio, ele mereça o benefício da inocência presumida, até porque o ônus da prova cabe ao acusador. O expurgo que em sua versão Almeida narra ter sido feito na Asconpa, em consequência da suspeita suscitada, soa mais a um rasgo autoritário que a um esclarecimento capaz de livrá-lo dessa nódoa que o acompanha até hoje.
A respeito das doenças das quais padeço, ou são crônicas, como a colite, ou decorrem do tabagismo. Felizmente, posso tratá-las com médicos e a ajuda de remédios. Agora, não padeço de desvio de caráter, mal que não tem cura.
Sobre perder a admiração de Almeida, como ele faz questão de trombetear, trata-se, apenas e tão-somente, de um ato falho, que traduz a soberba tão típica dos deslumbrados. Há 44 anos exerço o jornalismo e mereço o respeito e admiração de quem efetivamente conta para mim, a despeito de discordâncias pontuais. Não me faltam desafetos, é verdade, mas, pelo jaez dos mesmos, ficaria preocupado, sim, se viesse a merecer o apreço e admiração deles.

Quanto a Almeida, de resto, por mais que a causa da Asconpa soe simpática e mereça minha solidariedade, há muito tempo o tenho, antes de qualquer coisa, como um animador de passeata, que busca colher dividendos políticos da luta dos concursados à espera de nomeação. Lamento não poder dizer que tenha por ele o respeito que ele afirma ainda dedicar a mim.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

PGR - Um enigma no Planalto


MURAL – Queixas & Denúncias


SINTEPP – Em tom ensandecido, José Emílio Almeida atropela a elegância e pretere debate por leviandades

José Emílio Almeida: insultos em detrimento de esclarecimentos.

Em tom ensandecido, próprio de quem não quer debater, mas ofender, o presidente da Asconpa, a Associação dos Concursados do Pará, José Emílio Almeida, invadiu a página do Blog do Barata no Facebook, ao marcar-me em um comentário, feito em sua timeline, no qual dispara uma saraivada de diatribes contra o professor Rodolfo Nobre. Ao assim fazer, ele atropela a elegância, o respeito e termina por envolver-me em suas sandices, ao insinuar, subliminarmente, que coonesto um farsante. Ele poderia ter feito sua manifestação no próprio blog, esgrimindo seus argumentos, civilizadamente, mas optou pelo atalho de um recado subliminar, de conotação intimidatória, mais adequada a bandido que ao educador que pretende ser, embora, ao que se saiba, seja servidor concursado da Seduc, a Secretaria de Estado de Educação, lotado como auxiliar administrativo e não como professor.
Por princípio, compartilho da máxima segundo a qual a liberdade é sempre a liberdade de quem discorda de nós. Tanto quanto acredito que as opiniões são livres, mas os fatos são sagrados. E é aí, justamente aí, que reside o erro crasso no qual incorre Almeida – por obtusidade ou má-fé -, ao trocar argumentos por leviandades.
Ao vociferar que Rodolfo Nobre é simulacro de professor, o presidente da Asconpa agride os fatos, diante dos títulos acadêmicos exibidos pelo autor do artigo que despertou sua ira. As diatribes de Almeida soam cômicas, porquanto, pelas informações disponíveis, ele seria concursado da rede estadual de ensino como auxiliar administrativo, não como professor, embora seja formado em licenciatura, com habilitação em francês. Isso fatalmente sugere que ele esteja pegando carona na greve dos professores da rede estadual de ensino, na esteira de sua militância político-partidária e pela notória compulsão pelo fascínio pela espetacularização midiática, que o transformou de um anônimo em figura pública, no rastro da criação da Asconpa.
Como um aguerrido militante do PSOL que é, Almeida parece contaminado pelo discurso de palanque, talvez movido pela proximidade de um ano eleitoral. Assim não fosse, poderia apresentar provas documentais que desmintam o professor Rodolfo Nobre, autor da grave denúncia tornada pública pelo Blog do Barata. Segundo a denúncia, a direção do Sintepp, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará, negociou o direito de greve da categoria, ao assinar um termo de compromisso com o TJPA, o Tribunal de Justiça do Estado do Pará, e a PGE, a Procuradoria Geral do Estado do Pará, abdicando de nova paralisação até o julgamento final dos mandados de segurança impetrados pelo próprio Sintepp, em 2016 e 2017.
Ensina a prática, efetivamente o critério da verdade, que o exagero e a afoiteza abastecem a veemência, mas conspiram contra o discernimento. O que, surpreendentemente, Almeida ainda não interiorizou, apesar da idade, que supostamente deveria tê-lo tornado infenso a arroubos juvenis, terreno fértil para a leviandade no trato da reputação alheia, pelo menos em jovens carentes de princípios.
De resto, gostaria de recordar que, nos seus 12 anos de existência, o Blog do Barata jamais foi desmentido. Nem mesmo quando amarguei condenações da máfia togada, passei pelo constrangimento de ser desmentido. Nas raras vezes que equivoquei-me, ou fui induzido a erro, tratei de fazer as retificações e reparos devidos. Sem jamais negar espaço às vozes dissonantes. E certamente por prezar o debate democrático, mais de uma vez fui alcançado por apelos do próprio José Emílio Almeida, para sair em sua defesa, inclusive quando ele viu-se ameaçado por uma ação penal, sob a acusação de ter participado da invasão do CIG, o Centro Integrado de Governo.
No que me diz respeito, tenho a esclarecer a José Emílio Almeida que estou onde sempre estive, sempre comprometido em viabilizar o debate democrático e democratizar a informação, livre de amarras ideológicas e conveniências político-partidárias. Elogio em boca próprio é vitupério, sabe-se, mas orgulho-me de não poder ser confundido com aqueles que, como um líquido, tomam a forma do recipiente que o contém, como é próprio de quem é arrivista por índole, vocação, formação e interesse.

É só.

domingo, 17 de setembro de 2017

RAQUEL DODGE – No escurinho do palácio


MURAL – Queixas & Denúncia


SINTEPP – Ao negociar direito inegociável, direção do sindicato inviabilizou a paralisação dos professores

Rodolfo Nobre: denúncia devastadora. 
“O que levou a direção do Sintepp (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará) a negociar o direito de greve da categoria, ao assinar um termo de compromisso com o TJPA (Tribunal de Justiça do Estado do Pará) e a PGE (Procuradoria Geral do Estado do Pará), abdicando de nova paralisação até o julgamento final mandados de segurança impetrados pelo próprio Sintepp, em 2016 e 2017?”
Com esse devastador questionamento, o professor Rodolfo Nobre revela que um termo de compromisso celebrado pela direção do Sintepp, “negociando o inegociável”, torna “natimorta” a greve dos professores, que reivindicam o pagamento do piso salarial e seu retroativo pelo governo Simão Jatene. A denúncia consta em um artigo do professor, subsequente a esta postagem, no qual Nobre faz uma contundente crítica aos dirigentes do Sintepp, aos quais acusa de utilizar as mobilização da categoria “para promover um grupo político – que inclui dirigentes do sindicato - vinculado ao PSOL (Partido Socialismo e Liberdade)”. “À margem de lorotas ideológicas, essa é uma das perguntas que não querem calar, tanto mais porque, do acordo celebrado pelo Sintepp com a secretária estadual de Administração, Alice Viana, restou respeitado, apenas e tão-somente, a suspensão da ação penal ajuizada contra os dirigentes do sindicato, por causa da invasão do CIG (Centro Integrado do Governo)”, fulmina Nobre.

Professor de carreira da Seduc (Secretaria de Estado de Educação), Rodolfo Nobre é graduado em matemática pela UEPA (Universidade do Estado Pará), com mestrado em educação matemática pela UFPA (Universidade Federal do Pará), além de diplomando em direito pela Faculdade Estácio do Pará.

SINTEPP – À margem das lorotas ideológicas, perguntas que não querem calar ainda aguardam por respostas

RODOLFO NOBRE *

O que levou a direção do Sintepp (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará) a negociar o direito de greve da categoria, ao assinar um termo de compromisso com o TJPA (Tribunal de Justiça do Estado do Pará) e a PGE (Procuradoria Geral do Estado do Pará), abdicando de nova paralisação até o julgamento final mandados de segurança impetrados pelo próprio Sintepp, em 2016 e 2017? Esta é a pergunta que não quer calar, diante da liminar concedida à PGE pela desembargadora Luzia Nadja Guimarães Nascimento, com base justamente no termo de compromisso celebrado pelos dirigentes do Sintepp, que torna virtualmente natimorta a greve deflagrada pelos professores. À margem de lorotas ideológicas, essa é uma das perguntas que não querem calar, tanto mais porque, do acordo celebrado pelo Sintepp com a secretária estadual de Administração, Alice Viana, restou respeitado, apenas e tão-somente, a suspensão da ação penal ajuizada contra os dirigentes do sindicato, por causa da invasão do CIG (Centro Integrado do Governo). Cláusulas vitais para o conjunto da categoria - como pagamento do retroativo parceladamente e conforme arrecadação do Estado, a interrupção dos descontos dos professores e o ressarcimento aos descontados – acabaram esquecidas, desconhecidas e enterradas como indigente.

A greve é um instrumento de coerção e pressão em dissídios coletivos contra a patronal, visando alcançar direitos negados ou não cumpridos. Trata-se de um direito contemplado pela próprio Constituição de 1988 (art. 9º, c/c art. 37, VII; c/c art. 114, II; art.142, §3º, IV), além da lei nº 7.783/89 (a Lei de Greve). De antemão é bom esclarecer que nenhum direito constitucional é absoluto e, por isso, o direito à greve também é relativo, porque sofre limitações impostas pela própria Constituição. Assim, por exemplo, no exercício de greve é vedado, no art. 5º, XXII, da Carta Magna, danos a bens ou coisas privadas ou públicas. Mesmo na lei nº 7.783/89, o art. 2º esclarece que a greve deve ser pacífica, vedando, portanto, paralisações violentas, com tratamentos desumanos, torturas e o cerceamento de direitos fundamentais, como o de ir e vir.

No que concerne ao movimento paredista dos professores, cabe fazer uma análise criteriosa do ponto de vista histórico, jurídico e político, para tentar, de forma clara e racional, entender o que vem acontecendo desde 2013. Começamos pelo ano de 2013, no qual ocorreu uma greve que durou 53 dias, na qual os professores reivindicavam o retroativo do pagamento do piso, a efetiva implantação do PCCR (Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração) e o cumprimento de um terço de hora atividade. Após essa greve, teve-se outra, em 2015, que cobrou o reajuste de piso salarial, que foi de 13,01%, com valor fixado em R$ 1.917,78; reforma nas escolas;  continuação do pagamento do retroativo do piso, que fora interrompido para muitos educadores da rede estadual. Essa greve foi uma das mais longas e durou 72 dias, porém não alcançou o intento desejado, porque o governo apenas reajustou o piso, ignorando outros pontos de pauta. A pior consequência da greve de 2015, do ponto de vista dos professores, se deu quando a desembargadora Gleide Pereira de Moura concedeu liminar declarando a ilegalidade do movimento, porque o art. 3º da lei nº 7.783/89 proíbe a realização de paralisação em meio ao processo de negociação. Isso permitiu ao então secretário estadual de Educação, o ex-vice-governador Helenilson Pontes, determinar o desconto dos dias parados, penalizando os grevistas.

Agora, em 2017, houve um primeiro ensaio de greve, anunciado pelo Sintepp, no ofício nº 138/2017, prevendo uma paralisação em 3 de maio último. A desembargadora Luzia Nadja Guimarães Nascimento, porém, concedeu liminar à PGE, proibindo a greve. A magistrada, em sua manifestação, observou que foi assinado um termo de compromisso entre a direção do Sintepp, TJPA e a PGE que proíbe a realização de uma nova paralisação até a apreciação final dos mandados de segurança nº 0002367-74.2016.8.14.0000 e 0001621-75.2017.8.14.0000. Isso certamente explica o porquê da direção do Sintepp, nas assembleias da categoria, se manifestar contra o movimento paredista.

Segundo a liminar, do total de 22.656 profissionais do magistério da rede estadual de ensino 100% devem permanecer em atividade, garantindo aulas para o 3º ano do ensino médio, e 80% para os 1º e 2º anos do ensino médio, o que, na prática, torna inexequível a ideia de paralisação. Isso além de permitir o descontos nos contracheques dos professores, caso essa determinação seja descumprida, bem como multa de R$ 50 mil por dia ao Sintepp.

É bem verdade que a situação dos professores é dramática. O piso salarial de 2016, de R$ 2.135,64, passou para R$ 2.298,80, em 2017, um reajuste de 7,64% não foi cumprindo pelo governo Simão Jatene. Desde 2015, diga-se, o pagamento do retrativo do piso não é efetivamente pago a todos os professores, com graves e previsíveis consequências para os preteridos. Uma situação que justifica a indignação que medra com vigor no conjunto da categoria, que é refém, porém, do termo de compromisso inexplicavelmente celebrado pela direção do Sintepp, abdicando do inalienável direito de greve.

Mas, para além de ter celebrado um termo de compromisso clara e cristalinamente prejudicial à categoria, a direção do Sintepp incorreu em outro erro crasso, por omissão. Nada fez, ao que se saiba, para fiscalizar a correta aplicação dos R$ 300 milhões obtidos pelo governo do Pará junto ao BIRD (Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento), destinados a reforma de mais de mil escolas da rede estadual de ensino. Da parte do governo foi apenas apresentado o cronograma de reformas, via secretária estadual de Administração, Alice Viana. No mais, como a Conceição da música célebre, ninguém sabe, ninguém viu. Uma omissão imperdoável da direção do Sintepp, em tempos da Lei de Acesso a Informação.

O que emerge de mais verdadeiro, em todo esse imbróglio, é a constatação de que a direção do Sintepp utiliza as mobilização da categoria para promover um grupo político – que inclui dirigentes do sindicato - vinculado ao PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), cujos parlamentares costumam ser figurinhas carimbadas em manifestações dos professores, a pretexto de solidarizar-se com a categoria. Essa promíscua relação, diga-se também, serviu de pano de fundo de uma grave denúncia feita ao Ministério Público Estadual, apontando supostos atos de corrupção envolvendo dirigentes do Sintepp, na esteira do aparelhamento do sindicato para fins político-partidários, conforme revelou o Blog do Barata.

Na esteira de um brutal achatamento salarial, da falta de credibilidade da direção do Sintepp, que perdura silente sobre posturas inequivocamente desabonadoras, e da judicialização do movimento paredista, os professores são vítimas de uns e refém de outros. Resta-lhes o amargo cotidiano de salário congelado, sem pagamento do piso; falta de reformas nas escolas, em grande parte precarizadas; ausência de segurança; e frequentemente sem, sequer, merenda escolar, em muitas escolas. Ou seja, no rastro dessa avalanche mazelas, o conjunto dos professores passa a ver como miragem a possibilidade de educação pública de qualidade, compromisso dos educadores que efetivamente acreditam no poder da educação como instrumento de transformação e e justiça social.

* Rodolfo Nobre é professor de carreira da Seduc (Secretaria de Estado de Educação), com graduação em matemática pela UEPA (Universidade do Estado Pará) e mestrado em educação matemática pela UFPA (Universidade Federal do Pará), além de diplomando em direito pela Faculdade Estácio do Pará.