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POLÍTICA
Deus salve a Rainha!
13/04/2015 - 08h02
Ricardo Noblat
Que maneira
infeliz de celebrar os primeiros 100 dias de governo! Seis em cada 10
brasileiros consideram péssima ou ruim a administração de Dilma. Quase seis em
10 acham que ela sabia da corrupção na Petrobras e nada fez.
Para quase oito
em 10, a inflação aumentará. Assim como o desemprego para sete em cada 10. Dois
em cada três são favoráveis à abertura de um processo de impeachment contra
Dilma.
As manifestações
de ruas, como as de ontem, são apoiadas por sete em cada 10. E se a eleição
para a escolha do sucessor de Dilma tivesse ocorrido na semana passada, Aécio
Neves teria derrotado Lula por 33% dos votos contra 29%, segundo a mais recente
pesquisa Datafolha.
Dos seus vários
bunkers em Brasília, a presidente só sai para lugares onde não corra o risco de
ser vaiada. Se falar na televisão, pode deflagrar um panelaço.
O que Dilma fez
para merecer isso?
Mentiu. Apenas
mentiu. Simples assim.
O Brasil era um
paraíso na propaganda dela para se reeleger. Menos de dois meses depois, o
paraíso se evaporara.
Dilma jurou que
jamais faria certas coisas que só seriam feitas por seus adversários. Começou a
fazê-las antes do fim do seu primeiro mandato.
Com isso mentiu
de novo? Não. Era a mesma mentira. Tudo era uma mentira só.
Uma pessoa que
não ama seus semelhantes, ou que não sabe expressar seu amor por eles, não pode
ser amada. Que o diga Jane, ex-criada do Palácio da Alvorada.
Um dia, Dilma
não gostou da arrumação dos seus vestidos. E numa explosão de cólera, jogou
cabides em Jane. Que, sem se intimidar, jogou cabides nela.
O episódio
conhecido dentro do governo como “a guerra dos cabides” custou o emprego de
Jane.
Mas ela deu
sorte. Em meio à campanha eleitoral do ano passado, Jane foi procurada pela
equipe de marketing de um dos candidatos a presidente com a promessa de que
seria bem paga caso gravasse um depoimento a respeito da guerra dos cabides.
Dilma soube.
Zelosos auxiliares dela garantiram a Jane os benefícios do programa “Minha
Casa, Minha Vida”, uma soma em dinheiro e um novo emprego. Jane aceitou. Por
que não?
Lula se queixa
de Dilma porque ela não segue seus conselhos. Segue, sim. Só que às vezes
demora.
Para que
abdicasse da maioria dos seus poderes, por exemplo, foi decisivo o bate-boca
que teve com Lula no Palácio da Alvorada, em março último.
A certa altura,
Lula disse: “Eu lhe entreguei um país que estava bem...” Dilma devolveu: “Não,
presidente. Não estava. E as medidas que estou tomando são para corrigir erros
do seu governo”.
A réplica não
demorou. “Do meu governo? Que governo? O seu já tem mais de quatro anos”,
disparou Lula.
Os assessores de
Dilma que aguardavam os dois para jantar e escutaram o diálogo em voz alta, não
sabem dizer se ela nesse instante respondeu a Lula ou se preferiu calar.
Um deles guardou
na memória o que Lula comentou em seguida: “Você sabe a coisa errada que eu
fiz, não sabe? Foi botar você aí”.
Foi pressionada
por Lula que Dilma entregou o comando da Economia ao ministro Joaquim Levy, da
Fazenda, que pensa muito diferente dela.
Foi também
pressionada por Lula que delegou o comando da Política a Michel Temer, seu
vice, a quem sempre desprezou.
Levy está
sujeito a levar carões públicos de Dilma, já levou. Temer, não. Levy pode ser
trocado por outro banqueiro. Temer, não.
Lula inventou o
parlamentarismo à brasileira para tentar impedir o naufrágio de Dilma. É sua
última cartada para salvar a chance de voltar à presidência em 2018.
2 comentários :
Para quem leu e entendeu,não é preciso desenhar e nem fazer massinha, que este (des)governo cavalga sem rumo para o coisa nenhuma atirando a esmo com aquelas antigas espingardas espalhadoras de chumbo usadas pelos nossos caboclos interioranos.Briga de cabides;briga de bastidores;briga de petralhas;briga ratos...e assim "la nave vai" e nós aqui na base da pirâmide,tomando no SUS!
A dívida de 22,45% com os servidores civis do estado - que já perdura por 20 anos - desmente qualquer tentativa do estado em usar horário nobre da televisão para tentar engambelar o público telespectador com a balela de que "o estado está cumprindo sua obrigação". Claro que não!
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