Desembargadora Gleide Moura: também afrontada pelo governo Jatene. |
Mais grave, muito mais grave, no caso da
veiculação da nota oficial da Seduc em horário nobre da TV, neste último
domingo, 26, é que ela se dá quando o impasse entre os professores em greve e o
governo é objeto de julgamento pelo TJ do Pará, o Tribunal de Justiça do
Estado. Com isso, o governador Simão Jatene, sob o manto da subserviência dos
seus prepostos, afronta e coage a Justiça, a quem já mentiu, ao alegar que a
greve dos professores fora supostamente deflagrada sem aviso prévio, em meio as
negociações entre as partes em litígio. A greve, convém acentuar, foi deflagrada
a 25 de março e ainda a 20 de março o Sintepp, o Sindicato dos Trabalhadores em
Educação Pública do Pará, enviou ofício ao secretário estadual de Educação,
Helenilson Pontes, comunicando que os professores da rede pública estadual de
ensino haviam decidido, em assembleia geral, deflagrar a paralisação.
Na audiência de conciliação realizada na
sexta-feira passada, 24, na suntuosa sede do TJ do Pará, o governo evidenciou
suas intolerância, no limite da mais acintosa desfaçatez, ao condicionar ao fim
da greve o pagamento das parcelas de janeiro, fevereiro e março do retroativo
do piso salarial aos professores. Isso como se fosse possível, em um
ordenamento jurídico democrático, fazer do cumprimento da lei objeto de
barganha, mera moeda de troca. Fosse a desembargadora Gleide Pereira de Moura,
que presidiu a audiência de conciliação, mais atenta em relação a liturgia do
cargo e a suas obrigações como magistrada, não teria admitido, como o fez, o
desrespeito à Justiça e, por extensão, a ela própria, por parte do governo
Simão Jatene.
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