Em se sabendo da rigidez da hierarquia
militar, como pretender que o crime organizada introduziu-se na PM, sem a
conivência ou participação de expressivos setores da sua oficialidade, por ação
ou omissão? Esta é a pergunta que não quer calar, diante do anúncio do
indiciamento criminal dos PMs envolvidos na chacina que deixou 11 mortos, em
sua maioria jovens, iniciada na noite do dia 4 de novembro de 2014, e que se
estendeu pela madrugada do dia 5, em uma matança indiscriminada, concentrada principalmente nos bairros da Terra Firme, Guamá, Jurunas e Sideral. O estopim para as
execuções foi o assassinato, na noite de 4 de novembro do ano passado, do cabo Antônio Marcos Figueiredo, o Pet, que comandava um grupo de extermínio. A matança chocou a
opinião pública e foi corajosamente repercutida na Alepa, a Assembleia
Legislativa do Pará, pelos deputados Edmilson Rodrigues (PSol), hoje deputado
federal, e Carlos Bordalo (PT), reeleito, que integraram a CPI das Milícias.
Foram indiciados, por homicídio omissivo, 14 PMs: capitão Jacson
Barros Sobrinho; primeiro-tenente Carlos Eduardo Memória; segundos-tenentes
Cássio Dantas Garcia e Mônica Amorim dos Santos; cabos Márcio Rogério da Cunha
(Rotam, Rondas Ostensivas Tático Móvel), Haroldo Cézar Macedo e Jorge Barbosa Low; e os soldados Venilson
Lopes, Adriano Barbosa, Adriano Santos Tavares (Rotam), Raimundo Nonato Mendes
Pimenta, Adriano Borges Santos, Aldo Pamplona Ribeiro, Walace Pimentel de Souza
e Rodrigo Mendonça da Costa. O sargento Rossiclei Ribeiro da Silva foi indiciado
por incitação ao crime, nas mídias sociais.
A coletiva
convocada para a tarde de sexta-feira, 17, pelo procurador-geral de Justiça, Marcos
Antônio Ferreira das Neves, em sua compulsiva busca pela notoriedade, acabou
esvaziada pelo jornal Diário do Pará,
da família do senador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Estado e a mais
longeva liderança política da história do Pará. Aos jornalistas, o promotor de
Justiça Militar, Américo Brasil, cujo rigor habitualmente costuma ficar circunscrito
a arraia-miúda, não acrescentou nada de mais substancial ao que já antecipara, com exclusividade, o
Repórter Diário, a nobre coluna do
jornal dos Barbalho, ainda na terça-feira, 14. E o relato oferecido pelo Repórter Diário, sobre a chacina, é revelador de como a Polícia
Militar acabou por se transformar em um poderoso e letal tentáculo do crime
organizado. Por óbvia ausência de coragem moral, faltou determinação ao
promotor de Justiça Militar, Américo Brasil, para ir a fundo e escancarar que a
PM no Pará, hoje, é um valhacouto de bandidos fardados, coonestados, repita-se,
por expressivos setores da oficialidade da corporação, por ação ou omissão.
6 comentários :
Esses policiais não são nenhuns santinhos. Poderiam ter evitado isso. São pagos com o dinheiro dos nossos impostos pra protegerem os cidadãos.
Todavia, esses policiais fizeram "cordões de isolamento" impedindo as pessoas de entrarem na área. Só um leigo não percebe a real intenção desses caras. OMISSÃO/CONIVÊNCIA NESTE CASO É CRIME TAMBÉM. É a Lei.
Parabéns Promotor BRASIL pelo seu brilhante trabalho! O senhor é o nosso verdadeiro ANJO DA GUARDA! Somente os que não conhecem o seu valoroso trabalho são os que o criticam! Se conhecerem o mínimo mudam de opinião. Acho que arraia-miúda são aqueles que são ameaçados ou extorquidos pela minoria de PMS. Já tive um filho extorquido por um PM e fui bem atendido pelo promotor. Continue assim! Precisamos do senhor!
Numa questão tão sensível e de risco, pelo menos a coletiva mostra que a ação contra os PMs é institucional e não iniciativa do Promotor.
Barata, só para o seu conhecimento, O Cel PM Dilson Jr. atual comandante de todo o policiamento na capital é dono da VIP alarmes, que está no nome de sua esposa Sueanne. Pode checar esta informação. Eles colocaram a raposa para tomar conta do galinheiro. É por isso vc vê tanta viatura em porta de shopping, supermercado. Este é o retrato da PM hoje.
Sem falar do Bingo q corre solto na Senador Lemos em frete a Papelatia Forte, que segundo comentam é de graduado da PM. A PF sabe e se faz de Cega.
Chique lá dentro, segundo colegas que frequentam o ambiente.
eu duvido q darão o beneficio da delação premiada aos "indiciados"pois com certeza vai ser preciso inaugurar outro Anastácio das Neves.
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