Não convém, cabe reiterar, ser complacente
com a criminalidade. O criminoso transgride os mais elementares princípios da
cidadania. E torna primeiramente refém da bandidagem a população carente, que não
pode dispor da segurança oferecida pelos condomínios ou prédios da classe média
alta, ou abrigar-se na parafernália eletrônica com a qual tenta se proteger, em
seus prédios e casas, a classe média que ainda pode lançar mão desses recursos.
Exatamente porque não se pode e nem se deve ser complacente com a bandidagem,
não cabe tolerância para com uma polícia que se confunde e até se associa aos
criminosos que deveria combater.
Para além da faxina ética que exigem nossas
polícias, é indispensável cobrar do governador tucano Simão Jatene medidas
efetivas diante da escalada do sucateamento da segurança pública nos últimos 20
anos. Nesses 20 anos, o PSDB, legenda de Jatene, monopolizou o governo do Pará,
com exceção do hiato correspondente ao mandato da ex-governadora petista Ana
Júlia Carepa, de 2007 a 2010. E emblemático que em seu segundo mandato, de 2011
a 2014, o governador tenha se defrontado com uma paralisação de policiais civis
e uma greve branca na Polícia Militar, puxada pela arraia-miúda da corporação, com
a óbvia anuência silenciosa da oficialidade. Para além de eventuais ganhos salariais,
nada de mais significativo resultou desses confrontos, em matéria de segurança
pública. Nada mudou porque o governo Jatene privilegia a propaganda enganosa, em detrimento de setores essenciais, nos quais figura a segurança pública.
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