O protesto contra a obra que estreita o acessoa a orla de Belém. |
Em seguida, a transcrição, na íntegra, da
reportagem do Diário do Pará sobre o protesto liderada por dona Rosa Rocque,
71, presidente da Associação
Cidade Velha Viva, contra a obra quie invade o leito da travessa Félix Rocque e
estreita o acesso à orla.
Segunda-feira,
13/04/2015, 08h40
Moradores protestam por obra em rua histórica
A construção de um prédio da Empresa de Praticagem
Barra do Pará, na Travessa Félix Rocque, no Bairro da Cidade Velha, em Belém,
tem deixado os moradores indignados. Segundo eles, o espaço público datado de
1640, que dá acesso à orla de Belém, foi estreitado. De acordo com os
documentos do cartório, o terreno deveria medir 12,22. Porém, ao ser adquirido
pela empresa, foi registrado com 14,07 metros, sendo 1,85 metros da rua
invadido.
Na manhã de ontem, a presidente da Associação
Cidade Velha Viva (CiVViva), Rosa Rocque, 71 anos, convocou os moradores para
uma passeata. Com um carro som, eles gritavam “Esse rio é minha rua, essa rua é
meu rio’’. O caso foi denunciado ao Ministério Público Federal(MPF) e até agora
nada foi feito.
“Trata-se de uma construção que consideramos
abusiva, feita pela Praticagem da Barra na Felix Rocque. Tínhamos notado que a
mesma estreitava a rua em direção do rio. Esta questão começou no primeiro
semestre de 2013, quando pedimos ao MPF informações a respeito do que estavam
fazendo nessa rua. As obras foram suspensas não sabemos por quem, pois nunca
nos informam nada. Outros órgãos se mexeram e chegamos ao mês de outubro de
2014, quando novamente tocamos o argumento com os órgãos interessados’’, conta
Rosa Rocque.
O Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan) também foi notificado sobre a situação. “O Iphan aprovou um
novo projeto da Praticagem da Barra para a parte da rua que chega até a orla do
rio, que estava sendo ocupada irregularmente. Foi assinado um TAC, onde se
pediu a rigorosa observação do projeto aprovado pelo Iphan, caso contrário,
seria aplicada multa de mil reais por dia. O projeto deveria ficar pronto até
julho de 2016’’.
Aparentemente, o problema havia sido resolvido.
Entretanto, meses depois, os moradores perceberam que o acordo não tinha sido
cumprido. “Poucos dias depois, dia 29 de janeiro, mandamos fazer fotos do
local, e qual foi a nossa surpresa? A estrada tinha ficado mais estreita, como
um funil. Colunas tinham crescido rapidamente e, praticamente bem pouco se
notava de diferente’’, relata Rosa.
O professor, Bruno Vieira, 43 anos, morador do
bairro do Reduto, fez questão de participar da manifestação. “Vim lutar pela
manutenção do espaço público que é de todos os moradores de Belém’’. Com 44 anos,
sendo 43 deles vividos na Cidade Velha, o servidor público, Ivan Costa, não
abre mão de lutar contra o afunilamento da rua. “Isso vai impedir de termos
acesso a um patrimônio belenense, que é o rio. O que falta para a prefeitura
vir aqui e transformar esse lugar?’’, se questiona. O Diário tentou, sem obter sucesso, contato com a empresa de
praticagem para se posicionar em relação à obra.
Nenhum comentário :
Postar um comentário