Beto Andrade (à esq., com microfone): exigindo propostas concretas. |
Em assembléia geral realizada na manhã
desta quinta-feira, 9, os professores da rede estadual de ensino rechaçaram
enfaticamente o ultimato do governo Simão Jatene, de só retomar as negociações
com o fim da greve da categoria, e decidiram manter a paralisação, deflagrada a
25 de março. Os professores rejeitam pereptoriamente a redução da carga
horária, que abriria espaço para a contratação de temporários e implicaria em
redução salarial; cobram a reforma das escolas; e reivindicam a implantação do
PCCR unificado, o Plano
de Cargos, Carreira e Remuneração que também inclua os servidores
administrativos e operacionais; além do pagamento retroativo do piso salarial. A decisão do governo em suspender as negociações, enquanto perdurar a paralisação, foi antecipado na reunião com o comando de greve realizada quarta-feira, 8, que se arrastou por cerca de cinco horas, na Sead, a Secretaria de Estado de Administração, sem resultados práticos.
“Está absolutamente fora de cogitação a
suspensão da greve, sem que o governo apresente propostas concretas”, antecipa
Alberto Andrade, o Beto Andrade, secretário-geral do Sintepp, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do
Pará, a entidade que lidera a paralisação dos professores da rede estadual de
ensino, um contingente que reúne 23 mil profissionais, 80% dos quais servidores
públicos efetivos. De mais objetivo, sublinha o dirigente do Sintepp, o
governo Simão Jatene adiantou, apenas, que só dispõe de recursos para a
realização de reformas emergenciais nas escolas. “Ou seja, conseta-se o telhado
que está prestes a desabar, renova-se a fiação elétrica que ameaça provocar um
incêndio, e posterga-se a solução de outros tantos problemas, que tendem a
tornar-se igualmente graves”, sublinha Beto Andrade.
Pelo calendário do Sintepp, está prevista,
dentre outras coisas, a presença de professores na Alepa, a Assembleia Legislativa
do Pará, na próxima terça-feira, 14, em busca de apoio parlamentar para forçar
o governo Simão Jatene a reabrir as negociações com os professores da rede
estadual de ensino. Uma nova assembléia geral da categoria, prevista para
sexta-feira, 17, servirá para uma avaliação sobre o encaminhamento a ser dado à
greve dos professores da rede estadual de ensino.
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