DIÁRIO – Greve prossegue com ato público

        Um ato público na manhã deste domingo, 22, a partir das 9 horas, na Praça da República, marca o prosseguimento da greve dos jornalistas do jornal Diário do Pará e do DOL, o portal Diário Online, do grupo de comunicação da família do senador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará. Deflagrada na sexta-feira, 20, a paralisação prossegue por tempo indeterminado, diante da falta de acordo com a direção da empresa, e os grevistas programam uma nova manifestação de protesto para esta próxima segunda-feira, 23, com início às 8 horas, diante do edifício-sede do grupo RBA, a Rede Brasil Amazônia de Comunicação, na avenida Almirante Barroso, que abriga a redação do Diário do Pará e do Diário Online. Os jornalistas reivindicam melhorias salariais e de condições de trabalho. Além da remuneração aviltante, traduzida em um salário inicial que não ultrapassa R$ 1 mil brutos, os jornalistas denunciam mazelas como horas extras nunca pagas, cadeiras e computadores sucateados e em quantidade insuficiente, falta até mesmo de água potável na copa e de papel higiênico nos banheiros, dentre outras situações degradantes.

        Em reunião realizada na noite deste sábado, 21, no SINTSEP/PA, o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado do Pará (foto acima), e que prosseguia até depois das 23 horas, os grevistas fizeram uma avaliação positiva do movimento e decidiram não abrir mão da pauta mínima de reivindicações, com ênfase para o piso salarial de R$ 1.908,25 para todos os jornalistas que trabalham no jornal Diário do Pará e no DOL. Eles também não abdicam da readmissão do jornalista Leonardo Fernandes, repórter do caderno “Você”, do Diário do Pará, demitido na esteira da mobilização que precedeu a paralisação. Em um primeiro momento a demissão do jornalista foi atribuída a uma “coincidência” pelo diretor de redação, Gerson Nogueira. Posteriormente, a decisão de demitir Leonardo Fernandes foi justificada como uma imposição do senador Jader Barbalho, motivada pela postura supostamente desidiosa do jornalista, com o agravante de que este teria ofendido a família Barbalho, de acordo com versão atribuída a Francisco Melo, diretor do grupo RBA e amigo pessoal do manda-chuva peemedebista. O jornalista nega categoricamente ter proferido qualquer ofensa contra a família Barbalho, em versão corroborada por um vasto elenco de colegas de redação. Da mesma forma repele a acusação de suposta desídia, que afirma contrariar frontalmente os e-mails – que ele afirma dispor - enviados por Gerson Nogueira, o diretor de redação do Diário do Pará, elogiando seu desempenho.