Ex-repórter
do Diário do Pará e do DOL, Lorenna Montenegro (foto) ofereceu um
testemunho revelador, sobre a vil remuneração e as degradantes condições de
trabalho nas duas empresas, na sexta-feira, 20, quando foi deflagrada a greve
dos jornalistas dos dois veículos do grupo de comunicação da família do senador
Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará. O depoimento, aqui transcrito na
íntegra, figura na página mantida pelos grevistas no Facebook, que pode ser
acessada pelo link https://www.facebook.com/grevediarioedol?fref=ts
.
"Infelizmente não posso estar lá
hoje, mas estou mandando todas as
melhores vibrações para os colegas.
“Não me arrependo
dos três anos que trabalhei no Diário (e alguns meses no DOL), mas lamento sim
por todas as situações vergonhosas que passei e vi muitos passarem também.
Acho que estava mais do que na hora de
EXIGIR seriedade e honestidade dessa empresa com aqueles que colocam o jornal
na rua e as notícias no site.
“Trabalhei
de madrugada sem ter transporte para me buscar em casa e sem receber adicional
noturno durante um bom tempo. A mesquinharia dos patrões que não ofereciam as
condições mínimas de higiene é conhecida, mas sentir na pele é humilhante
demais.
Vi muita gente literalmente dar o sangue
pelo jornal e passar mal na redação ([Carlos] Queiroz que o diga, coitado) e
não ter nem reconhecimento, nem um salário decente.
“Indignei-me
demais, reclamei e não vi rigorosamente nada mudar. Mas agora é diferente,
muitos como o Leo, o Tiago e tantos mais resolveram erguer suas vozes e dar um
BASTA.
“Entendo
a posição de alguns colegas que resolveram continuar trabalhando para garantir
seus empregos, mas só lamento: a mudança está acontecendo e eles representam o
retrocesso.
“Agora,
vai doer no bolso dos patrões e se o Ministério do Trabalho não tomar uma
atitude por amarras políticas, as coisas vão piorar.
“E
se os compadrio e conchavos não permitem que a imprensa nos apóie como poderia,
nós seremos os comunicadores dessa pequena 'revolução' trabalhista. Vamos usar
a mídia livre e continuar propagando: é GREVE!"
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