DIÁRIO – Helder pressionaria por um acordo

Helder Barbalho (à esq.), com Jader Filho, as esposas
e a mãe de ambos, dona Elcione (no centro): pressão.

  

      Versões não confirmadas, que circulavam entre os grevistas nesta última terça-feira, 24, também falam de uma suposta pressão de Helder Barbalho, filho do casamento do senador Jader Barbalho com a deputada federal Elcione Barbalho (PMDB/PA), por um acordo com os jornalistas do Diário do Pará e do Diário Online. Ex-deputado estadual e ex-prefeito de Ananindeua, ele é o herdeiro político do pai e provável candidato do PMDB a governador, na sucessão estadual de 2014. Essas mesmas versões falam ainda sobre uma suposta discussão de Helder com o irmão Jader Filho, diretor-presidente do Diário do Pará e também filho de Jader com dona Elcione. O suposto bate-boca teria sido provocado pela cobrança de Helder por um acordo com os grevistas, diante do inevitável desgaste político provocado pela paralisação.

        Em greve desde sexta-feira passada, 20, os jornalistas do Diário do Pará e do Diário Online reivindicam, prioritariamente, um piso salarial de R$ 1.908,25, em contraposição ao atual salário inicial, de R$ 1 mil brutos, um dos mais baixos do Estado; estabilidade por um ano; e a readmissão do jornalista Leonardo Fernandes, repórter do Diário do Pará, demitido sem justa causa, em clara retaliação ao movimento. Eles também denunciam condições de trabalho degradantes, que incluem horas extras nunca pagas, computadores e cadeiras sucateados e em quantidade insuficiente, e falta até mesmo de água potável na copa e de papel higiênico nos banheiros. Os grevistas asseguram ter a adesão de 90% dos jornalistas do jornal e do portal do grupo de comunicação dos Barbalho, mas lamentam a decisão do jornalista Elias Pinto, crítico literário do Diário do Pará, em não aderir ao movimento, a pretexto de ter uma relação de amizade com Camilo Centeno, o diretor-geral da RBA.

        Informalmente, via Francisco Melo, o afável Chico Melo, diretor da RBA e amigo pessoal de Jader desde a juventude, os Barbalho acenaram com uma contraproposta que incluía um piso salarial de R$ 1.300,00 e estabilidade por seis meses para os grevistas, mas rejeitaram peremptoriamente a readmissão de Leonardo Fernandes. A contraproposta, desconsiderada pelos grevistas, foi verbalizada na sexta-feira passada, 20, a quando da deflagração da greve.