Segue abaixo a transcrição da nota dos
Barbalho, em resposta à carta aberta dos jornalistas do Diário do Pará e do DOL,
reivindicando melhores salários e condições de trabalho:
Comunicado aos
jornalistas
Todos os mais de 800 funcionários do
grupo RBA , em particular os colaboradores do Diário do Pará, sabem da forma sincera, atenciosa e democrática com
que são tratados. As salas da diretoria estão e sempre estiveram abertas a
todos os que nos procuram, independente de cargo ou função que exercem.
Recentemente, têm ocorrido algumas
atitudes, seguramente motivadas por agentes externos, de colaboradores que têm
feito avaliações incorretas dos fatos e, como consequência, acabam por
prejudicar o bom ambiente de trabalho que sempre existiu na empresa.
Consideramos que é chegada a hora de se repor a verdade dos fatos, no que se
refere ao acordo coletivo dos jornalistas para o período 2013-2014, para que se
faça uma correta reflexão sobre a coerência daqueles que têm defendido posições
radicais junto à classe. Vamos ao fatos:
1.
Em todos os 31 anos de existência do Diário, sempre fechamos acordos com os
jornalistas e NUNCA o jornal deixou
de repor as perdas salariais decorrentes da inflação. Em abril deste ano, mais
uma vez e sem que houvesse qualquer ação do sindicato, a empresa tomou a DECISÃO DE CONCEDER o reajuste salarial
referente ao INPC acumulado nos 12 meses anteriores de forma a preservar o
salário.
2.
Mesmo sem a renovação do Acordo Coletivo deste ano,
tomamos a decisão de MANTER todos os
itens do acordo anterior para que não houvesse nenhum prejuízo ou perda para os
jornalistas que trabalham no grupo. Tudo isso com a omissão do sindicato quanto
a essa decisão.
3.
Todos lembram que, no final do ano passado, numa
reunião ocorrida no auditório do jornal, comunicamos que a partir de 2013 o
plano de carreira da empresa seria implantado, permitindo a todos uma ascensão
profissional baseada no desempenho, na competência e no resultado do trabalho
de cada colaborador. Nessa mesma reunião, comunicamos que a partir daquela data
a empresa estava elevando o piso salarial dos jornalistas para um novo valor,
que representaria mais de 20% acima do que estava sendo praticado. Mais uma
vez, o sindicato não teve qualquer participação. E mais: informamos que seria o
início do processo de recuperação dos níveis salariais de ingresso dos
jornalistas no grupo. Os estudos nesse sentido já foram concluídos e
aguardávamos apenas a conclusão do processo de negociação do acordo coletivo
deste ano para que anunciássemos mais uma elevação neste piso.
4.
Ao longo dos últimos anos, o Diário sempre aderiu ao acordo firmado pelo Sindicato das Empresas
de Rádio e Televisão do Estado do Pará (Sertep) para que evitássemos a
existência de acordos diferentes entre jornalistas da TV e das rádios e os
profissionais do jornal. O sindicato SABE
disso e vinha firmando os acordos normalmente. Neste ano, o Sertep e o
Sindicato dos Jornalistas ainda não chegaram a um acordo e o Diário continua aguardando esse desfecho
para, imediatamente, cumpri-lo.
5.
O sindicato, mesmo sabendo desse histórico, enviou
em abril passado uma proposta ao Diário.
Apesar de desejar manter a prática dos anos anteriores de aderir ao acordo do
Sertep, mas, para que o sindicato não se sentisse desprestigiado, cerca de um
mês depois respondemos por escrito, com uma contra-proposta protocolada na sede
do sindicato e pedimos que houvesse uma reunião para discutirmos o assunto. Até
o mês passado, o sindicato não havia se pronunciado.
6.
Em agosto, fomos chamados para reuniões no MPT e na
DRT para discutirmos o assunto com o sindicato. Nas reuniões, informamos que já
havíamos apresentado a contra-proposta e, pelo tempo já decorrido sem
respostas, o melhor seria esperar pelo acordo com o Sertep, para que o jornal
fizesse a adesão. Na ocasião, nada nos foi reivindicado, a não ser que a
empresa aceitasse um piso salarial equivalente a quase o dobro do que estamos
praticando. Informamos que isso seria impossível. A recuperação desse piso é
uma preocupação da direção da empresa, mas não pode ser feita de forma
precipitada e irresponsável. Informamos que já temos uma proposta para esse
novo piso e estamos dispostos a aplicá-lo ainda neste mês.
7.
A partir desse momento, o que vimos foi uma
sucessão de hostilidades ao Diário,
com evidente motivação política, como aliás tem sido a posição do sindicato nas
questões que envolvem as empresas ou os jornalistas do grupo. Esse histórico de
agressões gratuitas por parte do sindicato já vem de algum tempo. Foi assim,
por exemplo, quando um jornalista de um outro jornal foi agredido por acionista
de um grupo de comunicação e, para espanto de todos, o sindicato emitiu uma
nota oficial atacando Diário, que
nada tinha a ver com o episódio. Foi assim, quando recentemente jornalistas do
grupo foram demitidas de órgãos do governo pelo simples fato de trabalharem
aqui. Não se viu nenhum ato de repúdio a esses atos de intolerância e
constrangimento por parte do sindicato, em apoio a esses profissionais.
Entretanto, quando ocorreu o lamentável episódio da publicação pelo Diário de uma foto de um hospital de Honduras
como se fosse da Santa Casa, de imediato o sindicato emitiu uma dura nota
contra o grupo, esquecendo que quem faz o jornal ou os programas de rádio e TV
do grupo são jornalistas que integram a classe. Admitimos o erro publicamente,
mas o posicionamento do sindicato limitou-se a atacar os jornalistas, ignorando
que TODAS as demais informações
contidas na matéria eram corretas e sequer mereceram contestação por parte da
assessoria do governo.
8.
Finalmente, a diretoria do sindicato, constituída
por profissionais de outras empresas e de outras entidades interessadas no
enfraquecimento do jornal, partiu para um ataque sobre o Diário exigindo o piso proposto e radicalizando as ações, incluindo
a invasão da portaria do prédio, além de agressões através de falsos perfis nas
redes sociais e ameaças de greve. A empresa nunca se negou em negociar. Essa é
uma filosofia administrativa que seguimos à risca. Sempre estaremos dispostos a
negociar. Havia uma reunião marcada, solicitada pelo Diário através de ofício ao sindicato, na manhã de ontem, mas, para
a nossa surpresa, o sindicato encaminhou na véspera uma carta informando que a
categoria havia decidido entrar em greve. Todos sabem que a greve interrompe
qualquer negociação. É um ato de força que visa impor a vontade unilateral de
uma categoria. Evidentemente, depois disso, a reunião foi cancelada. Não é
possível negociar num cenário desses, onde o radicalismo e outros interesses se
colocam acima do real objetivo de se trabalhar pela valorização dos
jornalistas. Todos concordamos que jornalista vale mais! Entretanto, temos
responsabilidades que precisam ser enfrentadas e que impactam na saúde
financeira das empresas, especialmente da mídia impressa, no cenário atual da
economia brasileira, onde todos buscam meios de continuar prestando bons
serviços à população.
A crise pelo qual passam todos os segmentos da economia brasileira não
pode ser ignorada, principalmente por quem tem a obrigação de estar bem
informado.
9.
Por último, apesar de toda a crise instalada no setor
há anos, temos trabalhado intensamente para manter os postos de trabalho, pagar
salários em dia, continuar expandindo e até gerando mais empregos e vamos
continuar a fazê-lo, apesar de tentativas de nos impedir de trilhar esse
caminho. Outras empresas de comunicação têm demitido profissionais em massa e o
sindicato reagiu com nota tão discreta que passou até despercebida.
Reiteramos que estamos sempre abertos à negociação respeitosa,
responsável e objetiva, sem radicalismos e conotações políticas.
Esta é será sempre a nossa filosofia
empresarial. Com esse objetivo, convidamos os jornalistas do grupo a
constituírem uma comissão, com a participação de um representante do sindicato
à escolha dessa comissão, para uma reunião com as Gerências de Jornalismo e de
Recursos Humanos do Diário, nesta
quinta-feira (19), às 14h, na sala de reuniões, no quinto andar, para mais uma
vez discutirmos o assunto e tentarmos chegar a um acordo.
A
Direção
Um comentário :
Este sindicato só serve para colocar notas de desagravos e mais nada.
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