sábado, 14 de setembro de 2013

IMPRENSA – Precariedade acintosa no Diário

        No Diário do Pará, segundo recorrentes relatos, além da remuneração aviltante, as precárias condições de trabalho são levadas ao paroxismo. De acordo com as queixas vazadas, frequentemente um dos três aparelhos de ar condicionado da redação deixa de funcionar, devido pane, submetendo os jornalistas a um incômodo calor, diante da inexistência de janelas e ventiladores. Os jornalistas do jornal dos Barbalho reclamam também das precárias condições de funcionamento do que seria o refeitório, no qual falta um item básico – cadeiras. No máximo, contam, encontra-se duas cadeiras quebradas, expurgadas da redação. O local é descrito como sujo, insalubre, até. Mais degradante, conforme os relatos: só há um prato e um conjunto de garfo, faca e colher. Recentemente, contam também, os jornalistas ficaram privados da geladeira onde conservam suas refeições e lanches.
        As queixas dos jornalistas do Diário apontam para problemas crônicos, alguns dos quais comprometem um mínimo de eficiência. Como não há gerador, relatam, as constantes quedas de energia conspiram contra o cumprimento dos prazos desejáveis para o trabalho da redação. Faltam também telefones em quantidade e condições de uso compatíveis com a demanda de uma redação, acrescentam ainda as queixas. Dos cinco telefones disponíveis, um fica na mesa do editor executivo, dois são disponibilizados para a produção, e os dois que sobram ficam à disposição do restante da redação. Dos cinco telefones, um apresenta defeito nas teclas e outro no fio que o conecta, daí estar constantemente mudo.
        Não faltam também queixas sobre a falta de cadeiras adequadas ao trabalho jornalístico. Muitas das poucas cadeiras existentes são desconfortáveis, provocando fortes dores nas costas, principalmente daqueles que são obrigados a extenuantes jornadas, de mais de cinco horas, assinalam as denúncias. Mais grave ainda, sublinham as mesmas denúncias, é a falta de computadores. Os melhores – que são também os que permitem o acesso às redes sociais – são reservados para os editores, salientam os relatos, de acordo com os quais “o restante só falta ser disputado a tapa”.
        Um capítulo à parte, sublinham as denúncias, é o tratamento dispensado aos estagiários do Diário, que recebem menos de um salário mínimo. Fala-se inclusive do caso de um estagiário que está há mais de um ano na empresa, sem perspectiva de poder usufruir das férias a que tem direito. De resto, os relatos incluem denúncias sobre as precárias condições de trabalho no DOL, o Diário On Line, um dos principais portais de notícia do Pará, cuja equipe é mal remunerada e depende basicamente das notícias obtidas pela redação do jornal impresso, porque não dispõe de repórteres fotográficos e veículos próprios.


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