No
Diário do Pará, segundo recorrentes
relatos, além da remuneração aviltante, as precárias condições de trabalho são
levadas ao paroxismo. De acordo com as queixas vazadas,
frequentemente um dos três aparelhos de ar condicionado da redação deixa de
funcionar, devido pane, submetendo os jornalistas a um incômodo calor, diante
da inexistência de janelas e ventiladores. Os jornalistas do jornal dos
Barbalho reclamam também das precárias condições de funcionamento do que seria
o refeitório, no qual falta um item básico – cadeiras. No máximo, contam,
encontra-se duas cadeiras quebradas, expurgadas da redação. O local é descrito
como sujo, insalubre, até. Mais degradante, conforme os relatos: só há um prato
e um conjunto de garfo, faca e colher. Recentemente,
contam também, os jornalistas ficaram privados da geladeira onde conservam suas
refeições e lanches.
As
queixas dos jornalistas do Diário
apontam para problemas crônicos, alguns dos quais comprometem um mínimo de
eficiência. Como não há gerador, relatam, as constantes quedas de energia conspiram
contra o cumprimento dos prazos desejáveis para o trabalho da redação. Faltam
também telefones em quantidade e condições de uso compatíveis com a demanda de
uma redação, acrescentam ainda as queixas. Dos cinco telefones disponíveis, um
fica na mesa do editor executivo, dois são disponibilizados para a produção, e
os dois que sobram ficam à disposição do restante da redação. Dos cinco
telefones, um apresenta defeito nas teclas e outro no fio que o conecta, daí
estar constantemente mudo.
Não
faltam também queixas sobre a falta de cadeiras adequadas ao trabalho
jornalístico. Muitas das poucas cadeiras existentes são desconfortáveis,
provocando fortes dores nas costas, principalmente daqueles que são obrigados a
extenuantes jornadas, de mais de cinco horas, assinalam as denúncias. Mais
grave ainda, sublinham as mesmas denúncias, é a falta de computadores. Os
melhores – que são também os que permitem o acesso às redes sociais – são reservados
para os editores, salientam os relatos, de acordo com os quais “o restante só
falta ser disputado a tapa”.
Um
capítulo à parte, sublinham as denúncias, é o tratamento dispensado aos
estagiários do Diário, que recebem menos
de um salário mínimo. Fala-se inclusive do caso de um estagiário que está há
mais de um ano na empresa, sem perspectiva de poder usufruir das férias a que tem
direito. De resto, os relatos incluem denúncias sobre as precárias condições de
trabalho no DOL, o Diário On Line, um dos principais
portais de notícia do Pará, cuja equipe é mal remunerada e depende basicamente das
notícias obtidas pela redação do jornal impresso, porque não dispõe de
repórteres fotográficos e veículos próprios.
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