Sonhar
é fácil, difícil é lutar para materializar os sonhos, sem abdicar de princípios.
Este, certamente, é o maior dos desafios que a vida nos impõe e que torna tão
especiais aqueles que ousam fazer essa travessia, sempre na perspectiva de que
não se deve tomar como impossível o que é apenas aparentemente improvável - e tão-somente
aparentemente improvável.
A
reflexão vem a propósito da passagem dos 60 anos de Ieda Jucá, jornalista e
publicitária, que para além da profissional de competência comprovada, é,
sobretudo, paradigma de ser humano da melhor qualidade. Com a virtude adicional
de não postular a perfeição, como é próprio daqueles que, em sua falsa modéstia
e na devoção insana, quanto mais o citam, mais parecem se julgar um rival de
Deus.
De
Ieda pode-se discordar, mas jamais duvidar da sua honestidade de propósitos. Ela
mantém incólume um dos mais saudáveis traços de sua geração; uma geração,
convém recordar, que foi às ruas reivindicar democracia, nos tempos sombrios da
ditadura militar, e estabeleceu novos paradigmas de comportamento, libertando a
mulher dos grilhões do conservadorismo. Trata-se da capacidade de se indignar
diante da injustiça, independentemente da escala em que a ignomínia possa se
manifestar. É isso que faz de pessoas como Ieda tão especiais. É isso que
permite a gente como ela poder olhar nos olhos seus interlocutores. É isso que a
torna um dignificante exemplo de postura ética, a bóia que nos salva do
comodismo travestido de realismo, álibi utilizado para justificar as ações e
omissões indignas do ser humano, em suas distintas escalas.
A
vida concedeu-me o privilégio de ter Ieda Jucá como amiga, em uma relação de
carinho, lealdade e solidariedade mútuas, que hoje é compartilhada também pela
minha mulher, Laura, a companheira que me fez conhecer o amor que une
indissoluvelmente um homem a uma mulher, independentemente das circunstâncias.
A Ieda tenho no mesmo patamar de afeto e intimidade que me atam, para todo o
sempre, a Luiz Octávio Barata, Aurélio do Ó, Gileno Muller Chaves, Djalma
Chaves e João Elysio Carvalho. O imponderável privou-me, e aos amigos de cada
um deles, da presença física de Luiz Octávio, irmão e amigo, Gileno e Djalma.
Como viver, para os que ficam, não é morrer, a perene lembrança de cada um
deles, e do exemplo de dignidade legado, aplaca a dor da ausência física.
As
qualidades que identifico em Ieda Jucá não decorrem da eventual benevolência
que a amizade possa suscitar. São virtudes que se revelam no cotidiano, na
prática, que é o critério da verdade. E por ser seu amigo e tê-la como amiga, em
um afeto que se sobrepõe a divergências circunstanciais, posso dar esse
testemunho.
Por
tudo isso, posso conferir aos votos pela data, que transcorreu nesta última
terça-feira, 17, um real e sincero significado, para além do bom-tom: vida
longa, querida amiga, porque você é muito importante para todos nós, que temos
o privilégio de conhecê-la na intimidade.
Um comentário :
Augusto,
Uma das vantagens em virar sex é gozar da proteção da lei.Agora sou idosa e posso me valer dela. Mesmo assim, meio que de caso com o alemão e montada na esclerose rsrs ainda reconheço o carinho sem limite dos amigos que eu amo e que me amam. Agradeço o vasto leque de elogios mas, sei que não sou esse vinho de cupu todo. Meus amigos podem dizer tudo sobre mim mas, só os amigos. obrigada
Ieda
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