sexta-feira, 27 de setembro de 2013

DIÁRIO – Intransigência leva ao apelo ao MPT




        “Desde abril deste ano, o Sindicato dos Jornalistas no Estado do Pará vem tentando, incessantemente, fechar um acordo coletivo de trabalho com o grupo RBA. Porém, a velha intransigência da empresa, tida como a maior potência jornalística do estado, mas contraditoriamente, o pior salário que o jornalista recebe, insiste em se manter longe de um diálogo aberto com os trabalhadores.”
        Esta é a abertura do documento protocolado nesta última quinta-feira, 26, no qual os grevistas do jornal Diário do Pará e do DOL, o Diário Online, via Sindicato dos Jornalistas, solicitam que o Ministério Público do Trabalho intermedie as negociações com a RBA, a Rede Brasil Amazônia de Comunicação, diante da intransigência da direção da empresa. A RBA é de propriedade da família do senador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará, e se notabilizou por pagar salários aviltantes, traduzidos no piso salarial de R$ 1 mil, brutos, um dos mais baixos do Estado. Ao lado disso, os jornalistas em greve denunciam as condições de trabalho degradante, que incluem a relutância em assinar a carteira profissional de funcionários, horas extras nunca pagas, computadores e cadeiras sucateados e em quantidade insuficiente, e falta até mesmo de água potável na copa e de papel higiênico nos banheiros, dentre outras, de um vasto leque de mazelas.

        Em um primeiro momento, diante da deflagração da greve, sexta-feira passada, 20, a RBA acenou com um piso salarial de R$ 1.300,00, além de estabilidade por seis meses, mas rejeitou peremptoriamente a readmissão do jornalista Leonardo Fernandes, demitido sem justa causa, em clara retaliação ao movimento. A proposta foi verbalizada por Francisco Melo, diretor Financeiro da RBA e amigo pessoal, desde a juventude, do senador Jader Barbalho. Desde então, as contrapropostas da empresa variaram muito pouco, retroagindo em certos aspectos e sempre omitindo as eventuais previdências para superar as condições de trabalho degradantes denunciadas pelos jornalistas.

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