“Desde abril deste ano, o Sindicato dos Jornalistas no Estado do Pará
vem tentando, incessantemente, fechar um acordo coletivo de trabalho com o grupo
RBA. Porém, a velha intransigência da empresa, tida como a maior potência
jornalística do estado, mas contraditoriamente, o pior salário que o jornalista
recebe, insiste em se manter longe de um diálogo aberto com os trabalhadores.”
Esta é a abertura do
documento protocolado nesta última quinta-feira, 26, no qual os grevistas do
jornal Diário do Pará e do DOL, o Diário Online, via Sindicato dos Jornalistas, solicitam que o
Ministério Público do Trabalho intermedie as negociações com a RBA, a Rede
Brasil Amazônia de Comunicação, diante da intransigência da direção da empresa.
A RBA é de propriedade da família do senador Jader Barbalho, o morubixaba do
PMDB no Pará, e se notabilizou por pagar salários aviltantes, traduzidos no
piso salarial de R$ 1 mil, brutos, um dos mais baixos do Estado. Ao lado disso,
os jornalistas em greve denunciam as condições de trabalho degradante, que
incluem a relutância em assinar a carteira profissional de funcionários, horas extras nunca pagas, computadores e
cadeiras sucateados e em quantidade insuficiente, e falta até mesmo de água
potável na copa e de papel higiênico nos banheiros, dentre outras, de um vasto
leque de mazelas.
Em
um primeiro momento, diante da deflagração da greve, sexta-feira passada, 20, a
RBA acenou com um piso salarial de R$ 1.300,00, além de estabilidade por seis
meses, mas rejeitou peremptoriamente a readmissão do jornalista Leonardo
Fernandes, demitido sem justa causa, em clara retaliação ao movimento. A
proposta foi verbalizada por Francisco Melo, diretor Financeiro da RBA e amigo
pessoal, desde a juventude, do senador Jader Barbalho. Desde então, as
contrapropostas da empresa variaram muito pouco, retroagindo em certos aspectos
e sempre omitindo as eventuais previdências para superar as condições de
trabalho degradantes denunciadas pelos jornalistas.
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