sábado, 21 de setembro de 2013

DIÁRIO – O raivoso áulico que conspira contra Jader



        Com sua patológica soberba e recorrente intransigência, traduzidas no menosprezo e hostilidade em relação aos grevistas, no rastro da sua pretensa fidelidade ao senador Jader Barbalho, Camilo Centeno, o diretor-geral do grupo RBA, a Rede Brasil Amazônia de Comunicação, mais conspira contra que favorece a empresa e o próprio morubixaba do PMDB no Pará. Se Jader Filho, diretor-presidente do Diário do Pará, e Francisco Melo, o Chico Melo, um dos diretores do grupo RBA e amigo histórico e colaborador fiel de Jader Barbalho, são louvados, inclusive pelos próprios grevistas, como interlocutores afáveis e de credibilidade, Centeno é malsinado pela maioria dos jornalistas do grupo de comunicação dos Barbalho. Pode-se dizer, a partir de relatos confiáveis, que sua arrogância e prepotência tiveram o efeito de um bumerangue e contribuíram decisivamente para a paralisação dos jornalistas do Diário do Pará e do DOL, o Diário Online. Particularmente ao adotar o discurso “os incomodados que se mudem”, próprio da mais retrógrada empáfia patronal. Por isso o estigma que a ele aderiu, de raivoso áulico que, mesmo involuntariamente, conspira contra Jader Barbalho.
        Foi inspirada por Centeno, por exemplo, uma das maiores agressões aos jornalistas cometidas pelos Barbalho, que foi o grupo de comunicação da família do senador Jader Barbalho passar a aderir ao acordo firmado com Sertep, o Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Estado do Pará, ignorando a entidade representativa da categoria. O pretexto para a lambança – que foi evitar a existência de acordos diferentes entre jornalistas da TV e das rádios e os profissionais do jornal – mascarava o ardil da opção por patamares salariais historicamente aquém daqueles reivindicados pelo Sindicato dos Jornalistas. Tratava-se, claramente, de uma bomba de efeito retardado, que em algum momento iria ser detonada, quando a indignação diante da remuneração e das condições de trabalho humilhantes, que vinha sendo represada, viesse a atingir limites intoleráveis, tal qual ocorreu. Os Barbalho, aparentemente, deixaram-se seduzir pelo frenético tilintar das máquinas registradoras, às custas dos salários vis e das condições de trabalho degradantes impostos aos jornalistas. O bem-bom patronal reforçou o prestígio de Centeno e turbinou sua arrogância, combustível da incontida prepotência. Essa prepotência, diga-se, manifestou-se de forma eloquente no menosprezo com que tratou a mobilização dos jornalistas do Diário do Pará e do DOL, provavelmente induzindo não só Jader Barbalho, mas também Jader Filho e Francisco Melo, ao erro de subestimar o movimento por melhores salários e condições de trabalho. Deu no que deu.
        Se o homem é ele e suas circunstâncias, é necessário o discernimento para ter a clara compreensão sobre a motivação dos áulicos e dos fura-greves, invariavelmente movidos pela fraqueza de caráter, o que não significa eximi-los do ônus moral embutido em suas opções. No caso de Centeno, trata-se de alguém que fez carreira e prosperou materialmente à sombra do ilustre parente, o senador Jader Barbalho. Ao ascender profissionalmente e ganhar visibilidade social, primeiro como sobrinho e depois como sobrinho e cunhado, introjetou o status de áulico, do qual não abdicou sequer quando naufragou, em circunstâncias traumáticas, o casamento da irmã com seu patrono e benfeitor. O impressionante, no caso do diretor-geral do grupo RBA, é que sua soberba parece deixá-lo obnubilado, como sugerem suas declarações ao portal Comunique-se. Com isso ele desperdiça um dos grandes dons do ser humano, que é ter a inteligência para aprender com a adversidade e sair dela maior do que quando entrou. Leva consigo, para a vala comum do desgaste e do descrédito, justamente o seu benfeitor, o senador Jader Barbalho, precisamente quando este prepara-se para lançar candidato ao governo do Pará, pelo PMDB, seu filho e herdeiro político, Helder Barbalho, ex-deputado estadual e ex-prefeito de Ananindeua.

        Seja qual for o desfecho da greve no Diário do Pará e no DOL, Centeno, ao contrário dos jornalistas que deflagraram a paralisação, vai sair menor, mas muito mais menor, do que quando entrou. Mais do que nunca ele passa a fazer jus a pecha de raivoso áulico que, embora sem assim querer, conspira contra o senador Jader Barbalho.

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