A
greve dos jornalistas do jornal Diário do
Pará e do DOL, o Diário Online - do grupo de comunicação
da família do senador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará -, figurou
no noticiário do portal Comunique-se,
nesta última quarta-feira, 18, com direito a chamada, sob o título “JORNAL DE POLÍTICO – Redação do Diário do Pará entra em greve e critica senador
proprietário do jornal”. A paralisação deverá ser deflagrada nesta
sexta-feira, 20, e os jornalistas reivindicam melhores salários e condições de
trabalho.
Segue
a transcrição, na íntegra, da matéria do portal Comunique-se, que também pode
ser acessada pelo link abaixo:
Redação do Diário do Pará entra em greve e
critica senador proprietário do jornal
Publicado em Quarta, 18 Setembro 2013 16:53
Escrito por Jacqueline Patrocinio
Jornalistas do Diário do Pará e do
Portal Diário Online decidiram parar suas atividades por tempo indeterminado em
protesto por melhores condições de trabalho. A greve, que também reivindica
piso salarial justo, será iniciada nesta sexta-feira, 20.
Ao Comunique-se, o grupo revelou que
vive em situação crítica, com sujeira e computadores insuficientes na redação.
“Nós estamos buscando o apoio da imprensa nacional para chamar atenção para o
caso. Cerca de 90% dos funcionários estão apoiando a causa”, disse um
representante do movimento grevista, que pediu para que não fosse citado
nominalmente nenhum integrante.
Desde abril, o Sindicato dos Jornalistas
do Pará (Sinjor-PA) tenta diálogo com a direção da Rede Brasil Amazônia de
Comunicação (RBA), afiliada da Band, grupo do senador Jader Barbalho,
presidente do PMDB-PA. A negociação visa cumprimento dos direitos trabalhistas,
como pagamento de hora-extra.
O Grupo RBA paga apenas R$ 1.000 brutos
para repórteres, um dos salários mais baixos da categoria no Pará. Com
descontos, a remuneração chega a R$ 800. Os funcionários denunciam que
jornalistas são contratados ilegalmente, sem registro na carteira de trabalho.
“Não deixaremos que a ameaça de demissão
e o assédio moral voltem a calar qualquer um de nós”, afirma o grupo, em carta
aberta. Os profissionais denunciam que à noite, próximo ao horário do
fechamento, precisam revezar computadores porque não há nem mesmo onde sentar
por falta de cadeiras e computadores suficientes.
Na última semana, a produtora da TV RBA
Cristiane Paiva, foi demitida após reproduzir no Facebook uma cópia de seu
contra-cheque. A segunda demissão ocorreu logo em seguida. O repórter Leonardo
Fernandes foi dispensado sem justificativa, tendo trabalhado cinco anos na
empresa – dois deles sem carteira assinada.
O assédio moral também já está se
tornando mais visível no DOL, afirma o grupo. “Queremos que a família Barbalho
entenda que o compromisso com a informação de qualidade não pode ser
menosprezado e, com isso, se disponha a garantir um mínimo de condições
decentes para que seus funcionários cumpram com sua função social de informar bem
a nossa população”, finaliza o grupo. A reportagem tentou contato com a direção
da empresa, que não se manifestou.
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