Está
confirmada para esta sexta-feira, 20, a greve dos jornalistas do jornal Diário do Pará e do DOL, o Diário Online, do
grupo de comunicação da família do senador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB
no Pará. Na esteira de reivindicações por melhorias salariais e de condições de
trabalho, a paralisação foi confirmada ainda na noite desta quinta-feira, 19, após
o desfecho da reunião de uma comissão de jornalistas do Diário do Pará e do DOL com a direção
do jornal dos Barbalho, encerrada sem a perspectiva de um acordo entre as
partes. “Informamos aos diretores desta
empresa e a todos os colegas jornalistas, de todos os veículos de comunicação
do Pará e do Brasil, que não ficaremos mais calados diante de todas as
atrocidades que enfrentamos para realizar nosso trabalho. Nenhum de nós se
conformará com um salário líquido que não chega a mil reais, com as frequentes
horas extras nunca pagas, com cadeiras e computadores sucateados, que
prejudicam nossa saúde com cada vez mais gravidade, com a falta até mesmo de
água potável na copa e de papel higiênico nos banheiros”, anteciparam os
jornalistas, em carta aberta à direção do grupo RBA, Rede Brasil Amazônia de
Comunicação, publicada na fanpage criada no
Facebook, para postar atualizações sobre o
movimento.
A
perspectiva de greve justificou uma sessão na Câmara Municipal de Belém nesta
quinta-feira, para debater a situação dos jornalistas, convocada por iniciativa
da vereadora Meg Barros (PSol), universitária de jornalismo. A sessão teve a
participação do jornalista Leonardo
Fernandes (foto), cuja demissão do Diário
do Pará é atribuída a uma retaliação da direção do grupo RBA, Rede Brasil
Amazônia de Comunicação, na tentativa de abortar a greve dos seus jornalistas,
pela via da intimidação.
Em
um “Comunicado aos jornalistas”, enviado por e-mail a todos os funcionários do
jornal, a direção do Diário do Pará,
diante da perspectiva de greve, atribui a mobilização a uma suposta manipulação
política, com críticas ácidas à diretoria do Sindicato dos Jornalistas, que
mantém uma relação conflitiva com o grupo RBA. Na evidente tentativa de desqualificar a greve, o comunicado reporta-se inclusive, embora sem nominar os personagens do imbróglio, ao episódio da covarde agressão de Ronaldo Maiorana, um dos
proprietários do grupo de comunicação da família Maiorana – cujo principal
jornal, O Liberal, é o concorrente
direto do Diário do Pará –, a Lúcio Flávio Pinto, a pretexto da menção feita pelo jornalista, em um contexto bem específico e justificável, sobre o passado do patriarca dos Maiorana, Romulo Maiorana, já falecido, e da sua viúva, dona Déa Maiorana. Na ocasião, a pretexto de solidarizar-se com Lúcio Flávio Pinto,
o Sindicato dos Jornalistas emitiu uma nota na qual tergiversou sobre a ignominiosa
agressão e disparou críticas contundentes contra o grupo de família do senador
Jader Barbalho, do qual são inimigos figadais os Maiorana. Lúcio Flávio Pinto, recorde-se, é ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas e, diante da nota, declinou da suposta manifestação de solidariedade.
O
comunicado da direção do Diário do Pará
soou a um endurecimento, por parte dos Barbalho, e provocou indignação entre os
jornalistas do jornal da família do senador Jader Barbalho. “É uma clara
tentativa de desmobilizar nosso movimento”, sublinha um texto na fanpage criada no Facebook pelos grevistas. “O comunicado fala em manipulação política, radicalismo
desnecessário, ‘avaliação incorreta dos fatos’, como se não conhecêssemos a
realidade da redação – salários aviltantes, ar-condicionados sem manutenção, cadeiras
quebradas, computadores insuficientes e sequer água potável”, acrescenta o texto, diante da nota dos Barbalho.
6 comentários :
O Sindicato está servindo a quem?
Quem está por detrás desta movimentação política? Há anos que não vejo este sindicato tomar posições desta forma. Confiram.Quem espera ansiosamente denegrir a imagem do jornal? Qual o objetivo? Será que é mesmo defender os jornalistas?
Ainda existe este sindicato?
não faço parte do Sinjor mas to inteirado de tudo que acontece lá dentro e tenho toda a certeza que não há motivação politica. pq o medo de esconder a cara com a pergunta? pq ficar no anonimato meu caro? vc quer instigar o que?
O colega Anônimo poderia, pelo menos, esperar meia hora entre as postagens. Senão perde a credibilidade.
Só defende a tese de "motivações politicas" quem é inocente ou mal intencionado.
#JornalistaValeMais
"O colega Anônimo poderia, pelo menos, esperar meia hora entre as postagens."
O nome disso é ANSIEDADE.
Ansiedade em defender o Diário.
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