PEDOFILIA – Denúncias recorrentes

Como bem sabem até os postes deste Estado, são historicamente recorrentes as denúncias indignadas de dom José Luiz Azcona (foto, ao lado do senador Magno Malta), bispo do Marajó, sobre a escalada da miséria na região e seu mais cruel corolário, que é a exploração sexual de menores e mulheres, às vezes com o aval dos próprios pais. O cenário sob o qual se dá essa ignomínia evidencia que é uma fatalidade incoercível a miséria material ser acompanhada da miséria humana, como ilustra a disseminação da pedofilia nos grotões do Marajó.
O Marajó, recorde-se, é historicamente reduto eleitoral de lideranças políticas expressivas. Tal como o ex-governador Alacid Nunes, um dos dois coronéis catapultados para o proscênio pela ditadura militar, do qual é herdeiro político o ex-vice- governador Hildegardo Nunes, uma promissora revelação política, que não correspondeu às expectativas suscitadas e acabou no PMDB, como coadjuvante. Ou como o senador tucano Mário Couto, um ex-bicheiro que fez carreira política, a reboque da qual a filha, Cilene Couto, descrita como medíocre e casca-grossa, como o pai, pretende tornar-se deputada estadual. Ou ainda o deputado Bira Barbosa, este um peemedebista histórico, que migrou para o PSDB, então no governo, quando o PMDB parecia condenado ao ostracismo no Estado, juntamente com o ex-governador Jader Barbalho, o morubixaba da legenda no Pará. Apesar do prestígio político de cada um desses personagens, no presente ou no passado, a região permaneceu entregue ao deus-dará, servindo tão-somente de reduto eleitoral.