Pertenço a uma geração que floresceu sob a égide da ditadura militar e conheceu na prática, que é efetivamente o critério da verdade, as ignomínias impostas por um regime de exceção. Por isso, prefiro qualquer corrupto eleito pelo voto a um fariseu fardado. Por isso também a inclinação em levar a paciência aos limites da resignação diante das ciladas da democracia, quando ela nos impõe erros crassos, equívocos colossais, referendados pelas urnas. Tal qual a majoritária opção do eleitorado brasileiro pela candidata petista Dilma Rousseff, um poste que hoje surfa, inatingível, turbinado pela incontestável popularidade do presidente Lula (na foto, à.dir, com Dilma e Paulinho da Força Sindical) que abdica da liturgia do cargo para, ironicamente, conspirar contra a democracia que o viabilizou. Ao desrespeitar a Justiça Eleitoral, seguida e acintosamente, ao promover a propaganda eleitoral antecipada em favor de sua candidata, o mensageiro do simplismo avilta-se, ao renunciar à postura de magistrado, a exemplo do que fez o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 2002.
O poder não muda os homens. Apenas os desmascara. E com Lula não foi diferente. Popularidade à parte, trata-se de um personagem que precisa exibir espalhafatosamente seu remoto passado de retirante e operário sofrido. Não para utilizá-lo como exemplo, como paradigma da mais legítima mobilidade social, mas como álibi para um presente em tudo e por tudo desabonador. Um presente que o faz emergir como um traste, que vale-se do inegável carisma para tornar palatável a vida fácil, o oportunismo recorrente, o cinismo levado ao paroxismo, a leniência diante da corrupção, que seu governo tornou sistêmica, como evidenciou o escândalo do mensalão, e a farsa que o leva a escamotear, pela massiva propaganda oficial, que os avanços sociais a ele associados derivam do legado daquele que o precedeu. Um antecessor que saiu maior, muito maior, do que quando entrou no Palácio do Planalto e ao qual a história fatalmente fará justiça.
Não por acaso, Lula tem o mérito de preservar, incólume, os fundamentos da economia herdados do governo Fernando Henrique Cardoso. Foi o governo de FHC que consolidou a estabilidade econômica da qual tanto se beneficiou o ex-sindicalista que fez carreira como um autêntico gigolô de sindicato. Nada mais emblemático, nesse sentido, que Lula ter optado por manter Henrique Meireles à frente do Banco Central, endossando a opção do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Da mesma forma como herdou uma eficiente política social, originalmente desenvolvida à margem do paternalismo estatal, tal como concebida pela saudosa dona Ruth Cardoso, com o programa Comunidade Solidária. Lamentavelmente, como só ia acontecer, o governo Lula optou pelo viés assistencialista, que ao invés de libertar o homem da pobreza, acaba por fixá-lo nela.
O poder não muda os homens. Apenas os desmascara. E com Lula não foi diferente. Popularidade à parte, trata-se de um personagem que precisa exibir espalhafatosamente seu remoto passado de retirante e operário sofrido. Não para utilizá-lo como exemplo, como paradigma da mais legítima mobilidade social, mas como álibi para um presente em tudo e por tudo desabonador. Um presente que o faz emergir como um traste, que vale-se do inegável carisma para tornar palatável a vida fácil, o oportunismo recorrente, o cinismo levado ao paroxismo, a leniência diante da corrupção, que seu governo tornou sistêmica, como evidenciou o escândalo do mensalão, e a farsa que o leva a escamotear, pela massiva propaganda oficial, que os avanços sociais a ele associados derivam do legado daquele que o precedeu. Um antecessor que saiu maior, muito maior, do que quando entrou no Palácio do Planalto e ao qual a história fatalmente fará justiça.
Não por acaso, Lula tem o mérito de preservar, incólume, os fundamentos da economia herdados do governo Fernando Henrique Cardoso. Foi o governo de FHC que consolidou a estabilidade econômica da qual tanto se beneficiou o ex-sindicalista que fez carreira como um autêntico gigolô de sindicato. Nada mais emblemático, nesse sentido, que Lula ter optado por manter Henrique Meireles à frente do Banco Central, endossando a opção do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Da mesma forma como herdou uma eficiente política social, originalmente desenvolvida à margem do paternalismo estatal, tal como concebida pela saudosa dona Ruth Cardoso, com o programa Comunidade Solidária. Lamentavelmente, como só ia acontecer, o governo Lula optou pelo viés assistencialista, que ao invés de libertar o homem da pobreza, acaba por fixá-lo nela.
13 comentários :
O povo pobre, a massa que elege, está cega. É uma pena que os poucos lúcidos que indignam-se, não tenham forças nem condições de tirar as viseiras que cegam o povo, e que na manhã de 1º de janeiro, começaremos a viver uma história que talvez venha a ser o grande teste de maturação de nossa jovem democracia. Tomara que não se inicie ali uma longa manhã nublada sobre o nosso país.
VC É O TAL HEIM BARATA, SABE TUDO. MENOS BARATA, MENOS...
""e triste ver esse homem guerreiro menino""
""e triste ver esse homem guerreiro menino""
Excelente texto!!
O sr. Inácio da Silva é daqueles que, ao chegar ao poder, não pode mais se afastar. Ele mesmo já confessou sua obsessão. Hoje, o sr.Inácio se julga acima da Constituição, do Bem e do Mal. Atropela as leis, zomba da justiça, ataca a imprensa, distorce os fatos, se transforma de vilão em vítima. Julga-se uma divindade, quase Deus. E para isso, conta com o apoio da grande maioria do povo desinformado, enganado, transformado em massa de manobra para fazer tudo que seu Mestre mandar. Agora, apesar de escândalo sobre escândalo, Dona Dilma vem aí. A criatura que não se atreva a se voltar contra o criador. Ao menor sinal dessa possibilidade, ela sentirá os efeitos da fúria do criador. O sr. Inácio, na verdade, não permitirá que lhe tirem as rédeas do comando. Vai continuar manipulando os cordéis das marionetes, para permanecer onde sempre quis estar e de onde não pretende nunca mais sair: no poder.
Meu caro Barata,
o país ter saído das mãos dos militares e ter caido no colo do liberais ou neoliberais (a era dos Fernandos), não era bem o que o povo tinha em mente, porque o q o povo quer e sempre quiz, é melhoria nos indicadores sociais, reforma agrária e urbana,limitação do latifúndio e ditribuição da renda, e o neoliberalismo não garante isso. Esse é o primeiro ponto.
Segundo, o liberalismo tanto o velho quanto o novo,com seu ideário de desmonte do Estado, de venda do patrimônio público e privatização dos serviços não interessa ao povo, porque rima com desemprego estrutural e exclusão social. Exatamente por isso, o povo não tem boas lembranças do modo tucano de governar.
E para concluir, se o Lula e a Dilma não avançarem nas conquistas sociais do povo, fizerem enfrentamento com o capital para atenderem os interesses dos trabalhadores (redução da jornada de trabalho sem redução do lucro, limitar o ltifúndio e distribuir renda), o q nós vamos ficar fadados a presenciar, vai ser uma eterna disputa de vaidade, para saber quem fez mais política compensatória. E o povo definitivamente não quer saber disso.
Pobre povo brasileiro sua cegueira chega a dá dó (deu rima).
n podes negar tudo! te arriscas ir ao nilismo! qual seria o candidato ideal? criticar por criticar n resolve, tem q ter resposta pra sociedade, ou seja alguma contribuição ou tudo fica pela critica que n leva a lugar nenhum!
Queridíssimo Barata,
Há textos que, após a leitura, sente-se que nada mais resta a ser escrito.
Brilhante!!!
Você estava fazendo falta.
Um grande abraço,
Rubenita Pimentel
Meu caro anônimo das 21:09, cegueira é acreditar num governo burguês de turno,achando que o modelo neoliberal é a panacéia para resolver os problemas da sociedade, através daquilo que o Adm Smtih chamou de mão de invisível. Esse modelo tá esgotado na América Latina, mas como a burguesia não tem outra coisa para vender, os partidos e seus candidatos de direita insistem nesse projeto falido. É o caso, por Exemplo, do Serra, que apesar esconder sua identidade ideológica, se autodefinindo de esquerda, é o velho travestido de novo, dourando a pílula de um projeto que o povo não quer mais viver. Tá ligado.
Como foi muito bem dito pelo Barão de Itararé, antes do Lula nascer: "Se queres conhecer o Inácio, coloca-o em um palácio".
Esses bandos de anônimos covardes de rabo preso querem defender é seus bolsos no esquema ladrão mundial de esquerda assassina. O Brasil fez um péssimo negócio: Uma ditadura militar vira-latas que não matou os bandidos que hoje continuam assaltando só que agora o tal do povo na figura do Estado esse é o interesse real em estatizar tudo: RouboBras.
Osvaldo Aires – piconsultoria@hotmail.com
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