ELEIÇÕES – A recorrente perfidia de Jatene

Nada mais ilustrativo do caráter do ex-governador tucano Simão Robison Jatene (foto, à esq., com o senador Mário Couto), novamente candidato ao governo pelo PSDB, que suas mais recentes aparições no horário político gratuito. Com a candidatura a presidente do ex-governador José Serra despencando ladeira abaixo, Jatene tratou de tentar fazer aderir seu nome ao do presidente Lula, sugerindo uma parceria supostamente harmoniosa entre ambos, durante o seu mandato como governador do Pará, entre 2003 e 2006.
De resto, com seu semblante inocultavelmente tenso na recepção a Serra, na passagem pelo Pará do candidato a presidente pelo PSDB, Jatene evidenciou a traição anunciada. E trair não é exatamente uma novidade na biografia do ex-governador tucano, originalmente um técnico de reconhecida competência, mas um político que a ninguém respeita, porque não respeita sequer a si próprio. Como evidenciou o célebre episódio no qual não honrou a própria palavra, ao engrupir a prefeita reeleita de Santarém, a petista Maria do Carmo Martins.
Na ocasião, já no desfecho de seu mandato como governador, em 2006, Jatene não quis abdicar da inauguração do hospital regional de Santarém, que fora concluído, mas aguardava os recursos indispensáveis para ser aparelhado. Ele então acordou com a prefeita Maria do Carmo que esta consentiria em fazer a inauguração, com o compromisso, por ele assumido, de liberar, em seguida, a verba necessária para equipar o hospital. Maria do Carmo cumpriu sua parte no acordo. Ao contrário de Jatene, que concluiu o seu mandato sem honrar a palavra empenhada, de remeter os recursos indispensáveis para o aparelhamento do hospital.