quarta-feira, 22 de abril de 2015

GREVE – Governo ignora lei e aposta no impasse



Como se fosse lícito tornar o cumprimento da lei objeto de barganha política, ao condicionar ao fim da paralisação da categoria o pagamento do retroativo do piso salarial dos professores da rede estadual de ensino, em greve desde 25 de março, o governo Simão Jatene evidenciou apostar no impasse, possivelmente por confiar na tradição de iniquidades do TJ do Pará, o Tribunal de Justiça do Estado. Esta é a conclusão na qual fatalmente se desemboca, diante do fracasso da audiência de conciliação promovida na manhã desta quarta-feira, 22, na suntuosa sede do TJ, pela desembargadora Gleide Pereira de Moura, que concedeu uma liminar tornando a paralisação dos professores ilegal, mas a despeito da qual a greve perdura, com a maciça adesão da categoria.

Em sua pauta de reivindicações os professores cobram, dentre outras coisas, o pagamento retroativo do piso salarial, que deixou de ser feito desde janeiro deste ano, e a reforma das escolas, inocultavelmente sucateadas. A categoria também se opõe a supressão das aulas suplementares, previstas no Estatuto do Magistério e sem as quais amargará perdas salariais que vão de R$ 1.500,00 a R$ 3.000,00, além de deixar as escolas sujeitas a falta de professores, escancarando a porteira para a prática deletéria de contratação de servidores temporários, uma das formas de utilização política da máquina administrativa. E sanear a rede estadual de ensino do empreguismo tem sido uma luta incessante dos professores, razoavelmente contemplada por sucessivos governos, independentemente de legendas partidárias. Trata-se de um justa aspiração, contra a qual agora, em seu terceiro mandato, conspira o governador tucano Simão Jatene.

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