ALEPA – Mistério em torno do banco de dados

Tal qual ocorreu quando foi dado conhecimento sobre o suposto sumiço, os servidores da Alepa, a Assembleia Legislativa do Pará, foram informados oficiosamente, e apenas oficiosamente, nesta última segunda-feira, 6, que teria sido resgatado o banco de dados do Palácio Cabanagem. Na comunicação do Gabinete Civil da Alepa na semana passada, oficial, mas lacônica, o banco de dados teria sido deletado espontaneamente, em conseqüência de uma abrupta queda de energia. O que despertou imediatamente a suspeita de que o banco de dados teria sido deletado propositalmente, com o objetivo de apagar as digitais do novo presidente da Alepa, o deputado Manoel Pioneiro (PSDB) (foto), e/ou de seus prepostos, em falcatruas registradas na atual administração.

As suspeitas de que o banco de dados tivesse sido deletado deliberadamente emergiram diante das denúncias de falcatruas, já na gestão de Pioneiro, tornadas públicas pela deputada Simone Morgado (PMDB), 1ª secretária da Alepa, hierarquicamente o mais importante cargo da mesa diretora, em seguida ao do presidente. As suspeitas nesse sentido foram tonificadas pelo silêncio em torno do becape do banco de dados, a cópia de segurança deste. E também devido ao precedente do sumiço de processos comprometedores, surrupiados de uma sala do Palácio Cabanagem, com a suposta participação de policiais militares abrigados no Gabinete Militar, o dolce far niente dos PMs que se locupletam com o desvio de função.

De resto, antes, como agora, soou suspeito o mutismo de Manoel Pioneiro, a despeito das responsabilidades embutidas na condição de presidente da Alepa. Em nenhum momento Pioneiro e seus prepostos fizeram qualquer menção ao becape, cuja suposta inexistência soa inconcebível em uma instituição do porte da Alepa.