O procurador de Justiça Nelson Medrado acumula
derrotas na trama golpista que empreende, juntamente com o ex-procurador-geral
de Justiça Marcos Antônio das Neves, na tentativa de anular a eleição que
definiu a lista tríplice a partir da qual será escolhido o novo procurador-geral
de Justiça do MPE, o Ministério Público do Estado do Pará. O Tribunal de
Justiça do Pará rejeitou embargo de declaração de Nelson Medrado pretendendo
que o mandato de segurança por ele impetrado permanecesse em mãos da
desembargadora Nadja Nara Cobra Meda, que concedeu a polêmica liminar sustando
o envio da lista tríplice ao governador Simão Jatene (PSDB). O processo
permanece com o relator originário, o desembargador Luiz Neto, de acordo com
decisão do TJ. Nesta segunda-feira, 10, o Colégio de Procuradores do MPE rejeitou
o recurso administrativo de Medrado que, à semelhança do mandato de segurança
por ele impetrado no Tribunal de Justiça do Pará, pretendia anular a eleição da
lista tríplice, a pretexto da suposta ilegalidade na adoção do sistema
eletrônico de votação.
Na eleição para definição da lista
tríplice, de um total de 347 votantes, entre 316 promotores de Justiça e 31
procuradores de Justiça, foram eleitos os promotores de Justiça Gilberto
Martins, atual procurador-geral, com 274 votos, e José Maria Costa, com 250
votos, além da procuradora de Justiça Cândida Nascimento, com 230 votos. Os
candidatos alinhados com Marcos Antônio das Neves, ex-procurador-geral e protagonista
de uma gestão pontuada por denúncias de corrupção, registraram votações pífias:
a promotora de Justiça Fábia de Melo-Furnier, a
quarta-colocada, obteve 108 votos, e o procurador de Justiça Nelson Medrado, o
quinto e último colocado, vexatórios 52 votos. Neves, também conhecido como Napoleão de Hospício no rastro de seu
mandonismo despido de escrúpulos, é réu em ações criminais por falsidade
ideológica, por coonestar uma falsa declaração de André Ricardo Otoni Vieira, amigo
pessoal, sócio e advogado que nomeou assessor, e por prevaricação, por utilizar
PMs do Gabinete Militar do MPE para fazer a segurança de suas empresas e da sua
mulher, Lauricéia Barros Ayres, serviços pelos quais pagaria mensalmente cerca
de R$ 100 mil, a preços de mercado. Além disso, ele também é réu, por
improbidade administrativa, em ação civil pública, por nomear, na contramão da
lei, André Ricardo Otoni Vieira, sócio-administrador de suas empresas, além de
advogado e amigo pessoal.
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