Neves: sob vasto leque de denúncias, busca desesperada pela sobrevida política via candidaturas de Nelson Medrado e Fábia de Melo-Founier. |
Apontado como “um personagem despido de
escrúpulos”, o ex-procurador-geral de Justiça Marcos Antônio Ferreira das Neves
chega a eleição do MPE, o Ministério Público Estadual, buscando
desesperadamente a sobrevida política, alternativa capaz de blindá-lo diante das
graves acusações as quais responde nas ações judiciais nas quais é réu, que vão
de improbidade administrativa a falsidade ideológica, passando por
prevaricação. Para tanto, ele se vale de prepostos, apostando nas candidaturas
do procurador de Justiça Nelson Medrado e da promotora de Justiça Fábia Melo-Founier,
sem abdicar dos golpes, baixos, como evidenciou ao disparar a graciosa acusação
de peculato contra o atual procurador-geral Gilberto Martins, que postula a reeleição.
Martins, diga-se, é protagonista de uma gestão à margem de escândalos, um contraponto
a administração de Neves, pontuada por denúncias de corrupção e tráfico de
influência. A acusação de peculato, esgrimida por Neves, revela-se, a piori,
insustentável, com o agravante de ter o efeito de um bumerangue, ao provocar
indignação, por envolver levianamente a esposa de Martins, a arquiteta
Ana Rosa Figueiredo Martins, servidora de carreira da Prefeitura de Belém.
Além do silêncio cúmplice diante das
baixarias do seu avalista eleitoral, o que compromete a credibilidade de ambos,
também teve um efeito devastador para as candidaturas de Nelson Medrado e Fábia
de Melo-Founier, e por extensão para as pretensões de Neves, a decisão do
ministro Edson Fachin, do STF, o Supremo Tribunal Federal, sepultando a
polêmica liminar do conselheiro Luciano Nunes
Maia Freire, do CNMP, o Conselho Nacional do Ministério Público, que suspendia
a eleição para definição da lista tríplice para procurador-geral de Justiça. A
liminar, interpretada como resultado de um conluio da oposição com o MDB, via
promotor de Justiça Armando Brasil, servia ao objetivo de transferir a escolha
do procurador-geral para o governador eleito, o emedebista Helder Barbalho, que
teria assumido o compromisso de nomear um nome da oposição.
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