Orlando Silva (à esq.) e Agnelos Queiroz (à dir.), com Ricardo Teixeira. |
Em seu blog, o jornalista José Cruz, do
UOL, faz uma reflexão sobre a promiscua relação, no Brasil, entre a cartolagem
e os inquilinos do poder. “Deputados e senadores que defendem os
interesses da CBF no Parlamento, por exemplo, são recompensados com
ingressos para jogos da Seleção Brasileira, com fartura, para beneficiar o
eleitorado. A parlamentares mais influentes, a CBF fez doações nas campanhas
eleitorais, como foi constatado na CPI da CBF Nike, 2001”, recorda, em postagem
reproduzida mais abaixo e que também pode ser acessada pelo seguinte link:
As suspeitas relações do esporte com os poderes da República
José Cruz
07/06/2015 08:25
A varredura
internacional nos bastidores do futebol nos remete a algumas memórias. No
Brasil, políticos, autoridades de governo em geral e cartolas já tiveram
relação próxima e, em muitos casos, trocas de favores, principalmente na era
“Ricardo Teixeira''.
Deputados e senadores
que defendem os interesses da CBF no Parlamento, por exemplo,
são recompensados com ingressos para jogos da Seleção Brasileira,
com fartura, para beneficiar o eleitorado. A parlamentares mais
influentes, a CBF fez doações nas campanhas eleitorais, como foi constatado na
CPI da CBF Nike, 2001.
Fora do Legislativo, a
CBF pagou passagens e hospedagens para desembargadores do Tribunal de Justiça
do Rio, com acompanhantes, nas Copas do Mundo de 1994 e 1998.
Na Copa de 1994, um dos
contemplados foi o desembargador Antônio Carlos Amorim, então presidente do
Tribunal de Justiça do Rio. Segundo o relatório da CPI da CBF Nike, “Amorim foi
o relator de uma queixa-crime que Ricardo Teixeira moveu contra Márcio Braga,
ex-presidente do Flamengo, em 1991, processo nº 1991.067.00003, que resultou
num pedido de licenciamento feito à Assembléia Legislativa do Rio de janeiro,
para que fosse instaurado o processo contra Braga”.
Ministros
Essa relação com
Ricardo Teixeira sempre foi próxima, também, entre o ex-ministro do Esporte,
Agnelo Queiroz, mantida por seu sucessor, Orlando Silva.
Até nos órgãos de
fiscalização já ocorreu essa proximidade promíscua, quando o então ministro do
Tribunal de Contas da União, Marcos Vinícios Vilaça, aceitou convite do
ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e chefiou a delegação da Seleção
Brasileira num amistoso na Argentina. O TCU não fiscaliza a CBF, mas o
prestígio e a influência do ex-ministro poderiam contribuir para abrir portas
de interesse do então poderoso cartola, agora banido do futebol.
O esperto Agnelo
Fora do futebol,
beneficiou-se o ex-ministro do Esporte, Agnelo Queiroz. Ele teve as suas
despesas nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, em 2003, pagas pelo Comitê
Olímpico do Brasil (COB), apesar de ter recebido diárias do governo para não
depender de favores, como o pagamento de carro com motorista, telefone
celular, refeições etc. Em vez de ser o fiscal dos gastos do COB, contemplado
com verbas públicas, Agnelo foi privilegiado de forma escandalosa e imoral.
Diante dessa realidade,
estranhamente os relatórios das CPIs da CBF Nike e do Futebol, na Câmara e no
Senado, respectivamente, não evoluíram nas investigações de órgãos afins.
Passou o tempo e, agora,
a corrupção no futebol brasileiro é motivo de investigação, mas de
organismos estrangeiros, como o FBI.
Um comentário :
Não é só o pessoal do PT que se envolve coma corrupção? Ou ela já se expandiu para o restante da sociedade? Há visitantes desse Blog que pensam assim.
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