Vereador Cleber Rabelo, do PSTU: proposta de redução salarial rejeitada. |
Os vereadores de Belém rasgaram a fantasia
de porta-voz do interesse público, despudoradamente mandaram os escrúpulos às
favas e, com um cinismo de corar anêmico, assumiram enfim a condição, que é a
da maioria dos políticos atuais, de vanguarda do atraso. Esta é a constatação
que resta, diante da decisão da Câmara Municipal de Belém de rejeitar o projeto
do Cleber Rabelo, do PSTU, o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, propondo a
redução dos salários dos vereadores de R$ 15 mil – cifra equivalente a quase 20
vezes o valor do salário mínimo, que é de R$ 788,00 - para R$ 6.304,00, além da
extinção do vale-alimentação de R$ 14 mil. Segundo revela o portal de notícias
G1/Pará, os vereadores de Belém figuram dentre os que usufruem de maior salário,
dentre os edis de todo o Norte e Nordeste, ao lado dos colegas de Manaus e
Teresina. No Pará, de acordo com o Dieese, o Departamento Intersindical de
Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, mais de 50% da população economicamente
ativa exibe uma renda mensal entre um e dois salários mínimos.
Ao dar a notícia sobre a decisão da Câmara
Municipal de Belém, o G1/Pará foi extremamente feliz ao colocar em cena o
antropólogo Romero Ximenes, que exibe uma respeitável produção acadêmica, com a
credencial de ter sido, nos anos 80 do século passado, um deputado de profícua
atuação parlamentar. Cirúrgico, ele esfarinhou o álibi dos vereadores, que
justificam a remuneração faraônica – bancada com ônus para o contribuinte,
diga-se - a pretexto dos gastos com o assistencialismo que no Brasil costuma se
confundir com a atividade parlamentar, por uma distorção comodamente
transformada em regra pela maioria dos políticos. Ximenes sublinha que cabe ao
vereador elaborar,
discutir e votar leis para o município e que políticas assistencialistas não
fazem parte de suas atribuições. “O que ele faz é ser assistente social num mal
sentido, não é nem assistência clássica, é prestar favor aos miseráveis que
bate na porta dele. O pobre precisa de um favor pessoal, o político vai buscar
no cofre público ou vai buscar no dinheiro do sindicato, da ONG, ou da igreja,
para se eleger, e quem não distribui brindes e favores, não se elege”, fulmina.
4 comentários :
Barata, ele propoz isto para aparecer, ele recebeu o salario integral, ele usou a imprensa para fazer média.
Mas pelo menos propôs, não é? Caso fosse aprovado, já seria um grande passo para inibir essas vantagens absurdas a um grupo que pouco faz!!!
Barata, acrescente ao salário do edil paraense quatro mil e poucos reais de gratificação chamada Técnica Especializada (dada a 30 vereadores), dezesseis mil de verba de gabinete (acho que dão este nome, não tenho certeza), "disque" para pagar os assessores deles, e mais outros penduricalhos. Fora os duzentos e cinquenta mensais da taxa de iluminação pública que agora faz parte do orçamento da CMB. Agora, se você olhar o portal da transparência da CMB e fazer as contas vai observar que o gasto com os assessores ultrapassa os dezesseis mil reais. Como explicar isso?
Alguém sabe informar como está a ação de improbidade ajuizada pelo MP contra os gestores da Câmara Municipal de Belém, em razão da verba indenizatória que eles recebiam à título de auxilio-alimentação?
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