Ribeiro: presidente interino, se Minowa e Custódio forem defenestrados. |
Se Pedro Minowa
for destituído e Henrique Custódio também for defenestrado, ou renunciar ao cargo de vice-presidente, assumirá o comando
do Remo, interinamente, o presidente do Condel, o engenheiro e ex-deputado
federal Manoel Ribeiro, no passado um próspero empresário da construção civil,
que progrediu sob o calor da ditadura militar e, na redemocratização,
alinhou-se com o PMDB e, por extensão, com Jader Barbalho. Um azulino
apaixonado, ele é grande benemérito e notabilizou-se, quando presidente, pela
defesa intransigente dos interesses do Remo e por injetar o próprio dinheiro no
clube, além ficar célebre pelos surtos coléricos, que faziam-no invadir o
campo, afrontar árbitros e incitar a truculência da torcida, apesar do porte
mignon. A Ribeiro, que na sua época era festejado pela torcida azulina como
“Marechal da Vitória”, é atribuída a iniciativa de supostamente mandar desligar
os refletores do Baenão, ou tumultuar a partida, quando as circunstâncias do
jogo eram desfavoráveis ao time azulino. Como previsível contrapartida,
valeu-se do clube para alavancar sua nascente carreira política. Hoje sereno,
até pela idade algo provecta, que em verdade está longe de aparentar, Manezinho, como é carinhosamente tratado
pelos amigos mais íntimos, conserva a habilidade do cartola matreiro que já
foi, exibindo uma sagacidade potencializado pela maturidade.
Sem ostentar a opulência do passado e pela
própria idade crepuscular, é natural que Ribeiro priorize a família e, como é
próprio dos avôs, os netos, em particular. Logo, se o Condel decidir pela destituição de
Minowa e a decisão for referendada pela Assembleia Geral, pelos votos dos
associados, ele deverá cumprir fielmente o estatuto e convocar novas eleições,
em prazo que as normas estatutárias deixam em aberto. Nesse caso, sobre
candidatos em potencial, resta hoje, previsivelmente, uma grande incógnita. Não
só porque a situação do Remo é desestimulante, mas porque a crise na qual
submergiu o histórico Leão Azul exige não só competência administrativa, mas
prestígio e credibilidade para captar apoios de parceiros confiáveis e recursos
financeiros. A interrogação que perdura é se a massa de associados terá
interiorizado que o Remo exige hoje, de seus dirigentes, mais, muito mais, que
promessas de palanque, própria dos reféns das próprias ambições e seus séquitos
de arrivistas.
De resto, diante da conjuntura econômica
adversa e da penúria financeira na qual se encontra o Remo, uma alternativa
vislumbrada, a priori, é o clube se
desfazer de algum dos seus bens imóveis. Trata-se de uma solução dolorosa,
certamente, diante da qual vastos setores do clube resistem. Mas ao Remo, hoje,
não sobram muitas opções, se quiser se manter como clube de massas, na esteira
do prestígio conferido pelo futebol profissional.
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