PSM da 14 de Março: rede elétrica condenada em 2014 pelos bombeiros. |
O incêndio no Pronto-Socorro Municipal Mário Pinotti, o PSM da travessa 14 de Março, na esteira do qual foram registradas duas mortes, é o que se pode definir, sem o risco de incorrer em qualquer exagero, de uma tragédia anunciada. E ilustra o descaso, para com a saúde pública, do prefeito de Belém, o tucano Zenaldo Coutinho, protagonista de uma administração letárgica, pontuada por denúncias de corrupção, mas pródiga em gastos com propaganda enganosa, tudo isso sob o silêncio cúmplice do MPE, o Ministério Público do Estado do Pará. O atendimento de pacientes permanece suspenso nesta sexta-feira, 26, restando como alternativa as unidades de urgência e emergência de cada bairro.
É ilustrativa, do descaso doloso do
prefeito Zenaldo Coutinho, a revelação de que um laudo do Corpo de Bombeiros,
expedido em 2014, condenou as instalações elétricas do PSM da 14 de Março.
Isso, por si só, justificaria a instalação de uma CPI, Comissão Parlamentar de
Inquérito, não fosse a Câmara Municipal de Belém o valhacouto da escumalha que
blinda a administração Zenaldo Coutinho, mesmo diante das gritantes evidências
de corrupção.
Não por acaso, Zenaldo Coutinho endossa a
farra salarial dos nobres vereadores, aquinhoados com um salário mensal de R$
15 mil, além do vale-alimentação no valor de R$ R$ 14 mil mensais, dentre
outras benesses. O que confirma a assertiva de que o perigo, no caso, vem de
quem concorda, de quem é subserviente por cálculo, vocação, formação e
interesse, porque seu silêncio vale ouro.
2 comentários :
Essa tragédia ocorrida no PSM Mário Pinoti, que resultou em, pelo menos dois (02) óbitos, seria motivação suficiente para a instauração de procedimento investigatório do MP, para apurar a responsabilidade civil e criminal do Sr. Prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho e do Secretário Municipal de Saúde, Sérgio Figueiredo, considerando que o incêndio foi provocado por curto circuito, como admitiu, em entrevista coletiva, o próprio Prefeito, Zenaldo e considerando, ainda, que desde 2014 o Corpo de Bombeiros em Laudo de Inspeção, condenou às instalações elétricas do PSM, o que deve ter sido determinante para a causa do incêndio (curto circuito), mas, apesar de decorrido longo tempo, nenhuma providencia foi adotada pelo Prefeito Zenaldo, nem pelo Secretário da SESMA, Sérgio Figueiredo, para evitar tragédias, como a de ontem e que não resultou em centenas de mortos, apenas por Graça de Deus.
Essa omissão da Prefeitura e da SESMA, devem ser apuradas civil e criminalmente e fundamentos fáticos e jurídicos existem sobejamente para embasarem as apurações de responsabilidade, mas, infelizmente, a subserviência que move a omissão do MP, nos faz perder as esperanças de ver alguém exemplarmente punido pela irresponsável omissão que ceifou a vida de dois seres humanos, cujo único pecado, foi precisarem utilizar o serviço publico de saúde em Belém.
Por essa flagrante omissão da Prefeitura e da SESMA, os únicos punidos foram as famílias dos que foram à óbito, porque perderam seus entes queridos.
Na verdade, essa tragédia não resultou apenas da desastrosa omissão das autoridades municipais, dentre elas o próprio Prefeito de Belém, mas também da omissão do Corpo de Bombeiros que, apesar de ter condenado às instalações elétricas do PSM ainda em 2014, não se preocupou em retornar para verificar se alguma providencia foi tomada e, caso negativo, promover a interdição do prédio do PSM, o que teria evitado que duas vidas fossem ceifadas. Portanto, temos aí, também, a omissão do Corpo de Bombeiros Militar que deveria ser apurada pelo Promotor Militar, Armando Brasil, que tem se mostrado sempre diligente no combate aos desvios de conduta dos Militares Estaduais e, para tal, o Promotor Militar deveria seguir o exemplo, bom exemplo dado, diga-se, pelo MP/RS, no caso da Boate Kiss.
A tragédia no PSM foi bastante noticiada, mas, mesmo assim, o MP mantém-se como mero expectador eunuco. Mas isso se justifica porque o MP está ocupado, muito ocupado tentando aprovar o auxilio-saúde para seus membros e servidores. A indiferença do MP se deve ao fato de que suas excelências e os servidores do Parquet, não utilizam os serviços públicos de saúde. No Parquet, prevalece o sentimento do Justo Veríssimo, personagem do Chico Anísio.
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