Zenaldo Coutinho: cinismo recorrente e balelas no horário nobre da TV. |
Como um lanceiro vulgar, que mesmo flagrado
alega inocência, em seu recorrente cinismo o prefeito tucano Zenaldo Coutinho foi
à televisão nesta segunda-feira, 29, em sucessivas inserções, inclusive no horário nobre, para tentar
justificar o colapso da saúde pública em Belém e a tragédia anunciada que foi o
incêndio no Pronto-Socorro Municipal Mário Pinotti, o PSM da travessa 14 de
Março. Candidato natural à reeleição, preliminarmente Zenaldo agride o decoro
ao promover a pilhagem ao erário para protagonizar um claro proselitismo
eleitoral antecipado, ao anunciar providências que deveria ter tomado tão logo
aboletou-se no Palácio Antônio Lemos. Naquela altura ele obviamente já tinha
conhecimento do caótico legado de seu antecessor e aliado político, o
ex-prefeito Duciomar Costa (PTB), o nefasto Dudu,
mas apostou na prestidigitação midiática, via propaganda enganosa. Daí sucedeu-se
uma administração pontuada por evidências de corrupção e repulsivamente
indiferente ao clamor popular.
Pior, muito pior, nas inserções
publicitárias – que ele não teve a decência de caracterizar como tal -, foi Zenaldo
pretender terceirizar prerrogativas intransferíveis, ao atribuir ao governo
federal a responsabilidade pelo caos da saúde pública em Belém. E sugerir como
alternativa a parceria com o governo Simão Jatene, que sequer cumpre com suas
responsabilidades, como ilustram o sucateamento da segurança pública, a
precarização da rede estadual de ensino e o abandono doloso da saúde pública no
Pará, em uma política da terra arrasada, cujo colorário são índices sociais
pífios. O prefeito tucano de Belém, porém, não parou por aí. Com o cinismo dos
meliantes, ele ainda se permitiu desfilar uma avalanche de balelas, levando
suas mentiras ao paroxismo, por exemplo, quando afirmou ter mandado consertar
os elevadores do PSM da 14 de Março, na contramão do que denunciam, há muito,
médicos, enfermeiros e demais funcionários do Pronto-Socorro Municipal e ecoa o
noticiário da grande imprensa paraense.
Mas o quem esperar de um vagabundo
profissional, travestido de político, que jamais teve um mísero emprego e fez
carreira, e acumulando um respeitável patrimônio, como gigolô do erário? Nada,
absolutamente nada, que é o que oferece a Belém Zenaldo, emblematicamente
alcunhado de Zenada. No máximo, no
máximo, o prefeito tucano proporciona a lição segundo a qual a cidade necessita
– e com urgência – de muito mais do que o aparente bom-tom. Até porque a
fantasia de bom ladrão não mais ilude o eleitor. A prática, que é efetivamente
o critério da verdade, nos ensina que, como no caso do escorpião da fábula, é
da natureza do larápio o malfeito e a patranha.
3 comentários :
Não duraram 24 horas a ira apoplética do grupo Liberal sobre o prefeito Zenaldo em relação à saúde em Belém. Bastou apenas um domingo de verão. Na segunda feira quando todos voltaram aos trabalhos, principalmente bancos e agências de publicidade, para que a tormenta desaparecesse e tudo retornasse à calmaria. Como num passe de mágica a “reprimenda” do domingo foi revogada e as inserções na TV, nas rádios e no jornal apareceram massivamente. Usual no comércio dizer o patrão ao funcionário: quem sempre manda é o freguês, afinal de contas é ele quem paga a conta.
Há bastante tempo o jornal ligado e parceiro dos tucanos, é a tábua de salvação do prefeito de Belém e do governo do Estado. Quando acontece um mal feito, eles rapidamente correm para as redações do grupo onde são “entrevistados” e começam inserções de “explicações” de “justificativas” sobre os assuntos em pauta. O povo passa a ser apenas, um leitor, um espectador ou um telespectador das baboseiras explicadas. Quem sempre ganha com isto é o grupo de comunicações que fatura em muito e de várias maneiras.
Somente um escriba muito bem pago pelo governo do Estado como aluguel do que escreve é capaz de acreditar em histórias da Carochina e como tal repassa-a ao público. Acreditar que logo após o incêndio do PSM da 14, o Zenaldo pediu ajuda financeira ao governo federal e não a recebeu, é apenas exercitar a bajulação não gratuita. Pensar que somos tolos, que apenas através de um telefonema a União imediatamente faria um depósito na conta da prefeitura de Belém, é abusar de nossa inteligência que não é paga nem pelo governo estadual e nem pelo municipal.
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