Teixeira, incisivo: "não se pode, nem se deve, legitimar falcatruas". |
Mas neste contexto não convém subestimar
também não só o peso do voto de Ubirajara Salgado, mas ainda o de Antônio
Carlos Teixeira, o Tonhão, como
também é conhecido, por seu porte avantajado. Ele foi o mais jovem presidente,
conselheiro, benemérito e grande benemérito do Remo, e teve decisiva
participação na mais importante conquista da história do clube, o título de
campeão brasileiro da série C, em 2005. Advogado, Teixeira é procurador federal
e, como dirigente do Remo, uma paixão herdada do pai, sempre destacou-se por
posturas firmes, mas serenas, revelando-se um interlocutor confiável, incapaz
de fechar as portas para o diálogo. Em entrevista concedida ao Blog do Barata, publicada
em 25 de maio, e que por vários dias perdurou dentre as postagens mais lidas,
ele permitiu entrever sua posição em relação a gestão de Pedro Minowa. “Para
preservar os interesses do Clube do Remo não convém estimular disputas
internas, mas também não se pode, nem se deve, legitimar falcatruas, de caráter
culposo ou doloso”, declarou. “Preliminarmente,
cabe sublinhar que alegar precedentes, para justificar ilícitos, é um álibi ao
qual habitualmente recorrem delinquentes e bandidos, e eu entendo que nós não
estamos lidando com pessoas dessa estirpe. Erros do passado não justificam a
omissão diante de transgressões do presente”, acrescentou. Mais claro,
impossível.
Na entrevista, Teixeira foi premonitório
quanto ao imobilismo da administração Pedro Minowa, que acabou por deixar o
atual presidente a caminho do cadafalso. “Na minha leitura, alguns
fatores contribuíram para a eleição do Minowa, sem querer depreciar o trabalho
que ele já prestou e eventualmente tenta prestar ao nosso clube. Foram
apresentadas pela chapa vencedora 33 propostas de gestão, que iam ao encontro
dos anseios do conjunto de associados. Uma delas foi a promessa de implantação
de uma gestão pautada pela modernidade e pela transparência, o que até aqui nem
de longe se confirmou. Aliado a isso tudo, tinha-se a circunstancial condição
do Remo, naquele momento, como um clube ‘fora de série’, e a promessa, também
não cumprida e sem perspectiva de vir a ser cumprida, de um novo Baenão.
Promessa estimulada pela precipitada demolição de todo o setor de cadeiras,
sucedida pela venda de um novo setor de cadeiras e camarotes, feita
antecipadamente e sem que o organograma da obra fosse cumprido pelo
ex-presidente Zeca Pirão, o que deu aos sócios a convicção que o Clube do Remo
precisava passar por mudanças urgentes”, sublinhou, para então fulminar,
devastador: “Com promessas de palanque, turbinadas por um discurso populista e
algo messiânico, Pedro Minow credenciou-se como o suposto presidente das
mudanças almejadas.”
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