domingo, 21 de junho de 2015

REMO – Até moderados endossam destituição

Ubirajara Salgado: voto de peso pela destituição de Pedro Minowa.

É ilustrativa da hostilidade atraída por Pedro Minowa, com seu imobilismo, a adesão à proposta de destituição dos moderados, que recalcitravam em avalizar a tese de pura e simplesmente defenestrar o atual presidente, optando por uma alternativa conciliatória, que passaria por uma intervenção branca. Este seria o caso do grande benemérito Ubirajara Salgado, ex-presidente, que chegou a vislumbrar a perspectiva de blindar Minowa contra “influências deletérias”, eufemismo utilizado para designar alguns dos integrantes do círculo mais íntimo do atual presidente. A ideia seria manter Minowa sob a tutela do Condel, possibilidade posteriormente descartada, pelo fato do presidente não se revelar um interlocutor confiável, de acordo com sucessivos relatos de fontes distintas. “O que é acordado, em conversa de bastidores, ele não cumpre”, relata uma testemunha privilegiada do imbróglio, protegida pelo anonimato, condição imposta para falar ao Blog do Barata. Dessa falta de credibilidade de Minowa resultou, por exemplo, Salgado migrar de uma postura conciliatória, avessa a um desfecho traumático, para a tese favorável a destituição do atual presidente. “Manter Pedro Minowa como presidente é conspirar contra a sobrevivência do Clube do Remo”, sentencia outro grande benemérito, também em off, ao comentar a postura de Salgado, que em tese carrega consigo uma expressiva parcela de votos.

A dúvida, entre os cardeais azulinos, acrescentam fontes do Blog do Barata, é sobre a postura a ser assumida por José Wilson Costa Araújo, o popular Zeca Pirão, ex-vereador e ex-presidente da Câmara Municipal de Belém, filiado ao PMDB, ex-presidente do Remo. Candidato à reeleição, apontado como favorito, ele foi surpreendentemente derrotado por Pedro Minowa, nas primeiras eleições diretas da história do clube, com o voto dos associados. Em um primeiro momento, ele e seus eleitores mais próximos revelavam-se escancaradamente simpáticos à tese de destituição de Minowa, embora o ex-presidente tenha se abstido de declarações públicas nesse sentido, valendo-se dos seus fiéis escudeiros. Esta tendência, porém, pode ser revertida, após Zeca Pirão ter sido responsabilizado por malfeitos em sua administração, ficando à mercê de uma punição semelhante a sugerida para o atual presidente - a vexatória suspensão por 180 dias - no relatório produzido pela comissão encarregada de apurar as denúncias de irregularidades. Convém observar, a propósito, que a eventual decisão do Condel pelo afastamento de Pedro Minowa terá que ser referendada por dois terços dos votos da Assembleia Geral, na qual votam todos os associados em dia e, obviamente, os sócios remidos. Essa circunstância evidentemente confere peso ao voto de Zeca Pirão, cacifado pela expressiva votação obtida na disputa contra Minowa, pelo qual foi derrotado por minguada diferença de votos.

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