Ubirajara Salgado: voto de peso pela destituição de Pedro Minowa. |
É ilustrativa da hostilidade atraída por
Pedro Minowa, com seu imobilismo, a adesão à proposta de destituição dos
moderados, que recalcitravam em avalizar a tese de pura e simplesmente
defenestrar o atual presidente, optando por uma alternativa conciliatória, que
passaria por uma intervenção branca. Este seria o caso do grande benemérito
Ubirajara Salgado, ex-presidente, que chegou a vislumbrar a perspectiva de
blindar Minowa contra “influências deletérias”, eufemismo utilizado para
designar alguns dos integrantes do círculo mais íntimo do atual presidente. A
ideia seria manter Minowa sob a tutela do Condel, possibilidade posteriormente
descartada, pelo fato do presidente não se revelar um interlocutor confiável,
de acordo com sucessivos relatos de fontes distintas. “O que é acordado, em
conversa de bastidores, ele não cumpre”, relata uma testemunha privilegiada do
imbróglio, protegida pelo anonimato, condição imposta para falar ao Blog do Barata. Dessa falta de credibilidade de Minowa
resultou, por exemplo, Salgado migrar de uma postura conciliatória, avessa a um
desfecho traumático, para a tese favorável a destituição do atual presidente.
“Manter Pedro Minowa como presidente é conspirar contra a sobrevivência do
Clube do Remo”, sentencia outro grande benemérito, também em off, ao comentar a postura de Salgado,
que em tese carrega consigo uma expressiva parcela de votos.
A dúvida, entre os cardeais azulinos,
acrescentam fontes do Blog do Barata, é sobre a
postura a ser assumida por José Wilson Costa Araújo, o popular Zeca Pirão, ex-vereador e ex-presidente
da Câmara Municipal de Belém, filiado ao PMDB, ex-presidente do Remo. Candidato
à reeleição, apontado como favorito, ele foi surpreendentemente derrotado por
Pedro Minowa, nas primeiras eleições diretas da história do clube, com o voto
dos associados. Em um primeiro momento, ele e seus eleitores mais próximos
revelavam-se escancaradamente simpáticos à tese de destituição de Minowa, embora o ex-presidente tenha se abstido de declarações públicas nesse sentido, valendo-se dos seus fiéis escudeiros. Esta tendência, porém, pode ser
revertida, após Zeca Pirão ter sido
responsabilizado por malfeitos em sua administração, ficando à mercê de uma punição semelhante a sugerida para o atual presidente - a vexatória suspensão por 180 dias - no relatório produzido
pela comissão encarregada de apurar as denúncias de irregularidades. Convém observar, a propósito, que a eventual decisão do Condel pelo
afastamento de Pedro Minowa terá que ser referendada por dois terços dos votos
da Assembleia Geral, na qual votam todos os associados em dia e, obviamente, os
sócios remidos. Essa circunstância evidentemente confere peso ao voto de Zeca Pirão, cacifado pela expressiva
votação obtida na disputa contra Minowa, pelo qual foi derrotado por minguada
diferença de votos.
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