terça-feira, 24 de agosto de 2010

GETÚLIO – Crise com desfecho trágico

Ao suicidar-se, aos 71 anos, Getúlio Vargas (foto) pôs um ponto final em seu terceiro e último período de governo e na crise político-militar que fustigava o Palácio do Catete. De acordo com o relato dos jornais da época, depois de várias horas de sucessivas discussões com ministros, militares e com a própria família, o presidente subiu aos seus aposentos. Naquela altura o palácio estava praticamente vazio.
A frase que abre a carta-testamento, por ele deixada para a posteridade, é devastadora para quem lhe fez oposição. “Deixo à sanha dos meus inimigos o legado da minha morte.” E acrescenta, em comovente reverência às massas getulistas: “Dei-vos a minha vida. Agora ofereço a minha morte.”
A comoção popular, provocada pelo suicídio de Getúlio, se disseminou com a rapidez de fogo em rastilho de pólvora, alastrando-se pelo Brasil. A ira das massas deixou acuado os que fizeram oposição tenaz e implacável a Getúlio Vargas. E silenciou a UDN de inequívoca inclinação golpista. Por uma dessas ironias da história, quando sobreveio o golpe militar de 1º de abril de 1964 - que chegou a ser etiquetado de “Estado Novo da UDN”, em alusão ao Estado Novo de Getúlio Vargas como ditador -, a legenda logo foi descartada pelos golpistas. Ao tomar de assalto o poder, os militares golpistas dispensaram prepostos.

Um comentário :

Anônimo disse...

Escrita palpitante aqui, visões assim dignificam a quem aparecer nesta página :)
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