Reproduzo, por sugestão de uma internauta anônima, o artigo do jornalista Alberto Dines, publicado no portal iG, a propósito do imbróglio envolvendo o deputado Edmar Moreira (DEM-MG), corregedor da Câmara Federal e um dos vice-presidentes da Casa. O deputado é o proprietário de um suntuoso castelo medieval de R$ 30 milhões, cuja existência omitiu do Fisco, e tem pendências trabalhistas com uma avalancha de ex-funcionários, alguns de empresas falidas do parlamentar do DEM.
A reflexão de Dines soa mais do que oportuna, inclusive e sobretudo para nós, no Pará, pelos sucessivos deslizes – em matéria de ética, decoro e moralidade pública - de deputados da Assembléia Legislativa.
Quem é o Estado?
Alberto Dines
O Estado somos nós – os três poderes formais, o Ministério Público, a imprensa, seus leitores, a sociedade que se manifesta e vota.
O escandaloso comportamento do novo Severino Cavalcanti, o deputado-corregedor Edmar Moreira (DEM-MG), na inauguração da legislatura, teve o mérito de oferecer uma panorâmica da putrefação do Legislativo. Com apenas algumas frases e um inacreditável currículo, exibiu o mau estado do nosso Estado.
No momento em que o mundo celebra o retorno do Estado atuante, rigoroso e responsável nos é oferecida a tomografia de um Estado moralmente arruinado e deficiente.
A culpa, evidentemente, não é do governo que apoiou a chapa vitoriosa na Câmara Federal, a oposição também votou nela. A culpa não é do novo presidente da Casa do Povo, jurista Michel Temer (PMDB-SP), que não achou necessário investigar em profundidade a biografia, currículo e folha corrida de um de seus eventuais substitutos (o corregedor é também um dos vice-presidentes da Casa).
O castelo medieval de 30 milhões de reais construído por Edmar Moreira sem o conhecimento do fisco e da Justiça Eleitoral não é obra recente. As aberrações que envolvem o deputado federal e seu filho, Leonardo, deputado estadual, estão sendo investigadas desde 2006.
A proposta de acabar com a corregedoria da Câmara e considerar os deputados como anjinhos que sofrem apenas de um vício, o "vício da amizade", não resultou de um escorregão retórico. Edmar Moreira completará em breve seus 70 anos, tem 18 de carreira parlamentar, é um sólido e perfeito exemplo da estupidez, despreparo, cinismo e ganância de um grupo considerável de servidores do Estado brasileiro eleitos para protegê-lo.
Edmar Moreira é mais um caso de geração espontânea. Ninguém é responsável por seu súbito aparecimento na cena pública, cada um tenta inocentar-se alegando que cumpre escrupulosamente as suas tarefas. A culpa é sempre do outro. E o outro são todos os que aceitam, convivem e reforçam o descalabro sem protestar, indignar-se ou, pelo menos, sofrer diante de suas dimensões.
O senador José Sarney (PMDB-AP) certamente não conhece o deputado Edmar Moreira, operam em esferas, níveis e ambientes diferenciados. Mas ao ser reconduzido pela terceira vez em 14 anos à presidência da Câmara Alta, Sarney incorpora-se ao mesmo sistema que na Câmara Baixa produz um deputado que aceita o convívio com o crime e a corrupção. Sarney chefia o Legislativo, esta deformação deveria sensibilizá-lo. Não está obrigado a pronunciar-se diante cada delito cometido por um parlamentar, mas de alguma forma deveria consolar os milhões de concidadãos que esperam dos legisladores um mínimo de dignidade.
Um Legislativo desacreditado, desacredita o Estado, anula sua legitimidade. Aliena para o Executivo e o Judiciário parte de seus compromissos, desequilibra o edifício institucional. A "judicialização" da vida nacional que tanto incomoda o presidente Lula – e ele está certo em reclamar – decorre apenas da lenta e inexorável desmoralização do Legislativo. Quando os candidatos à presidência da Câmara Federal denunciavam o excesso de Medidas Provisórias encaminhadas pelo governo, assumiam plenamente o estado calamitoso de um dos sustentáculos do Estado e que, ao longo dos anos, vem abdicando de suas prerrogativas absorvido apenas pela manutenção de privilégios.
A discussão mundial sobre o papel do Estado não se limita ao campo econômico. A crise não é apenas financeira, seus efeitos políticos logo começarão a aparecer. Conflitos sociais – espontâneos ou orquestrados – não tardarão. São inevitáveis, basta examinar o que aconteceu em todo o mundo nos anos 30 do século passado, na véspera da Segunda Guerra Mundial.
A famosa declaração do Rei Sol, Luis XIV, "O Estado Sou eu", pode não ter acontecido, os historiadores ainda discutem sua autoria. Mas a frase completa seria ainda mais preocupante: "Eu sou a Lei, eu sou o Estado, o Estado sou eu".
Com legisladores sob suspeita e o Legislativo aviltado, o Estado é um perigoso buraco.
A reflexão de Dines soa mais do que oportuna, inclusive e sobretudo para nós, no Pará, pelos sucessivos deslizes – em matéria de ética, decoro e moralidade pública - de deputados da Assembléia Legislativa.
Quem é o Estado?
Alberto Dines
O Estado somos nós – os três poderes formais, o Ministério Público, a imprensa, seus leitores, a sociedade que se manifesta e vota.
O escandaloso comportamento do novo Severino Cavalcanti, o deputado-corregedor Edmar Moreira (DEM-MG), na inauguração da legislatura, teve o mérito de oferecer uma panorâmica da putrefação do Legislativo. Com apenas algumas frases e um inacreditável currículo, exibiu o mau estado do nosso Estado.
No momento em que o mundo celebra o retorno do Estado atuante, rigoroso e responsável nos é oferecida a tomografia de um Estado moralmente arruinado e deficiente.
A culpa, evidentemente, não é do governo que apoiou a chapa vitoriosa na Câmara Federal, a oposição também votou nela. A culpa não é do novo presidente da Casa do Povo, jurista Michel Temer (PMDB-SP), que não achou necessário investigar em profundidade a biografia, currículo e folha corrida de um de seus eventuais substitutos (o corregedor é também um dos vice-presidentes da Casa).
O castelo medieval de 30 milhões de reais construído por Edmar Moreira sem o conhecimento do fisco e da Justiça Eleitoral não é obra recente. As aberrações que envolvem o deputado federal e seu filho, Leonardo, deputado estadual, estão sendo investigadas desde 2006.
A proposta de acabar com a corregedoria da Câmara e considerar os deputados como anjinhos que sofrem apenas de um vício, o "vício da amizade", não resultou de um escorregão retórico. Edmar Moreira completará em breve seus 70 anos, tem 18 de carreira parlamentar, é um sólido e perfeito exemplo da estupidez, despreparo, cinismo e ganância de um grupo considerável de servidores do Estado brasileiro eleitos para protegê-lo.
Edmar Moreira é mais um caso de geração espontânea. Ninguém é responsável por seu súbito aparecimento na cena pública, cada um tenta inocentar-se alegando que cumpre escrupulosamente as suas tarefas. A culpa é sempre do outro. E o outro são todos os que aceitam, convivem e reforçam o descalabro sem protestar, indignar-se ou, pelo menos, sofrer diante de suas dimensões.
O senador José Sarney (PMDB-AP) certamente não conhece o deputado Edmar Moreira, operam em esferas, níveis e ambientes diferenciados. Mas ao ser reconduzido pela terceira vez em 14 anos à presidência da Câmara Alta, Sarney incorpora-se ao mesmo sistema que na Câmara Baixa produz um deputado que aceita o convívio com o crime e a corrupção. Sarney chefia o Legislativo, esta deformação deveria sensibilizá-lo. Não está obrigado a pronunciar-se diante cada delito cometido por um parlamentar, mas de alguma forma deveria consolar os milhões de concidadãos que esperam dos legisladores um mínimo de dignidade.
Um Legislativo desacreditado, desacredita o Estado, anula sua legitimidade. Aliena para o Executivo e o Judiciário parte de seus compromissos, desequilibra o edifício institucional. A "judicialização" da vida nacional que tanto incomoda o presidente Lula – e ele está certo em reclamar – decorre apenas da lenta e inexorável desmoralização do Legislativo. Quando os candidatos à presidência da Câmara Federal denunciavam o excesso de Medidas Provisórias encaminhadas pelo governo, assumiam plenamente o estado calamitoso de um dos sustentáculos do Estado e que, ao longo dos anos, vem abdicando de suas prerrogativas absorvido apenas pela manutenção de privilégios.
A discussão mundial sobre o papel do Estado não se limita ao campo econômico. A crise não é apenas financeira, seus efeitos políticos logo começarão a aparecer. Conflitos sociais – espontâneos ou orquestrados – não tardarão. São inevitáveis, basta examinar o que aconteceu em todo o mundo nos anos 30 do século passado, na véspera da Segunda Guerra Mundial.
A famosa declaração do Rei Sol, Luis XIV, "O Estado Sou eu", pode não ter acontecido, os historiadores ainda discutem sua autoria. Mas a frase completa seria ainda mais preocupante: "Eu sou a Lei, eu sou o Estado, o Estado sou eu".
Com legisladores sob suspeita e o Legislativo aviltado, o Estado é um perigoso buraco.
14 comentários :
isso foi discutido empleno FSM, a cruse nao é só financeira.Vide governo do estado do Pará e assimebleia legislativa e tcm, prefeitura, e...
A crise é moral.
bARATA A MAIOR CRISE DO ESTADO BRASILEIRO NÃO É FINANCEIRA E SIM MORAL E ISSO SE PÓDE CONFERIR ATRAVÉS DE TODOS OS PODERES CONSTITUIDO EM NOSSA REPUBLICA DO TUPINIQUIN....ESTAMOS OU NÃO EM UMA VERDADEIRA CRISE DE VALORES MORAIS.
20:30, acabei de ver na tv pela record, as gangs de classe media alta em brasilia, menos de 12 a 17 anos, todos muito bem vestidos, filhos de politicos e profissionais liberais e filhos de funcionarios publicos.A crisemoral pelo jeito ta dando crias perigosas.Os pimpolhos brigam, filma a briga e jogam na net.estavam rindo ao serem presos.A precoce certeza da impunidade.
23:17, eu tenho a convicção de que só se educa dando exemplo, certo? Sendo assim, não podemos esperar nada de bom desses meninos, tendo os pais que tem. Infelizmente, são garotos que estudam nos melhores colégios da capital federal, mas agem como marginais.
Caro Barata,
Ao anônimo das 23:17:
Este comportamento é o reflexo do que aprendem em casa.
Amanhã o que você acha que os filhos das elites corruptas, (política e econômica) do Estado do Pará estarão fazendo?
Caro Barata, você ainda não me respondeu.
Onde o Governo gastou os 350 milhões, onde Barata, Ondeeeeeeee?
pois é, caros e caras amigas do mundo blogosfericobaratista, essa cena que relatei é que nos dá a exata noção da gravidade da situação.Esse meninos, sendo filhos, sobrinhos, enteados de politicos de brasilia, sabendo falar varias linguas, estudando nos melhores colegios, um dia, "maquiados" de homens de bem, seram candidatos a cargos legislativos.A população, esquecida do que fizeram no passado (queimaram indios, colegas de escola, quebramra patrimonios publicos...)votaram neles.No poder, nos massacrarão usando outras armas, talvez a mais perniciosa: a corrupção.
Uma geraçao perdida porque seus pais estão preocupados em ter cada vez mais poder, dinheiro, prestigio e fama.Os filhos sao paenas um detalhe.
que nos sirva de alerta.
o filho de 6 anos de uma amiga minha foi perguntado sobre oque seria ser quando crescesse.
resposta:
"politico, assim eu posso roubar e nao vou preso".
a mae teve uma síncope
SE BARATA SOUBESSE, TAVA RICO!
09:09, queimar minorias desfavorecidas não é "privilegio" exclusivo da juventude bizarra de Brasília. Aqui mesmo ,no final dos anos setenta, um atual dono de jornal, um fotógrafo medíocre, um empresario da marmoraria e um atual Dep. Federal, atearam fogo em um mendigo enquanto este dormia na madrugada em uma marquise no centro comercial de Belém. O caso foi abafado e nem perguntem porque.
09:09, já temos um exemplo do que vc tão bem colocou. Lembra do Collor? Ele era um menino mal de uma família considerada boa.
FORREST LULA (o professor foi genial)
(o professor foi genial) Agradeço o recebimento deste correio. Finalmente alguém abordou o tema com uma simplicidade franciscana, foi direto ao ponto. O melhor de tudo é que o autor é docente de uma grande universidade onde, via de regra, a grande maioria é de esquerda, festiva, burra e eleitora de LULA.
APROVEITEM A ANALISE INTELIGENTE DO PROFESSOR DA USP Wagner Valenti*
Professor da USP / Departamento de Biologia Aplicada. Esse professor da USP fez um belo resumo, que aí vai ...
'Todos conhecem o filme Forrest Gump , que narra a história de um imbecil que sobe na vida auxiliado por circunstâncias a ele absurdamente favoráveis. Pois nós brasileiros temos aqui nosso Forrest Lula, pelas razões que apresentarei abaixo.
1) Ele pensa que chegou a presidente pela competência, mas foi por uma junção entre sua persistência malufiana e o 'mudancismo' do eleitor, que só pelo desejo de mudar nem se sabe o quê vota alternadamente em candidatos como Collor e Maluf, e depois em Lula & companhia.
2) Ele pensa que é respeitado lá fora, mas não passa de uma curiosidade zoológica, como o mico-leão dourado. A esquerda romântica de lá acha lindo um operário do terceiro mundo ter virado presidente: Se ele é competente ou não, o terceiro mundo que se dane. Ele recebe essa corda toda e acredita.
3 ) Ele pensa que trouxe programas sociais, mas a única coisa que o PT fez foi proteger os terroristas sem-terra, e transformar o bolsa-escola em bolsa-esmola.
4) Ele pensa que faz sucesso com a imprensa, mas na verdade contou, pelo menos até os recentes escândalos, com uma imprensa domesticada e cordial.
5) Ele pensa que não existe ninguém que possa questioná-lo tanto em ética quanto em política, mas isso só acontece por que ele nunca se expôs a entrevistas coletivas sérias, com jornalistas especializados, onde teria de dar uma satisfação objetiva de seu desempenho.
6) Ele pensa que é imune a essa crise porque seu percentual de aprovação ainda é alto, mas as pessoas que ainda confiam
nele são aquelas tão avessas à leitura quanto seu presidente, e por isso nem sabem o que acontece.
7) Ele pensa que é responsável pelo sucesso da política econômica, mas isso aconteceu porque a diretriz econômica foi a única herança do governo anterior que ele não estragou.
8) Ele pensa que causou o aumento das exportações, embora isso tenha sido conseqüência de uma série de fatores anteriores a seu governo, mais as circunstâncias favoráveis no cenário internacional.
9) Ele pensa que não sofrerá impeachment por estar acima de tudo o que acontece, embora Collor tenha sido defenestrado por muito menos. Na verdade, ele só vai ficar lá porque não interessa a ninguém transformá-lo em mártir, dando-lhe chance de retornar à cena política, ao mesmo tempo que ninguém quer ver o escroto do Alencar tomar o poder e arruinar a política macro-econômica.
Wagner Valenti* Professor da USP / Departamento de Biologia Aplicada ' .. (*) é um bom prof. de Biologia, pois, mostrou que entende bem de moluscos, vermes e parasitas...
A natureza quando agredida não se defende; porém, ela se vinga.
'Repassar este e-mail é uma obrigação patriótica, pois a podridão que atualmente impera em nossa política está arruinando o país e isto é o mínimo que se pode fazer.'
Desabafo de
um empresário conhecido!!
E assim o Brasil vai perdendo o bonde da
história!
São Leopoldo tem um dos menores índices de analfabetismo e de
mendicância do país, talvez por causa de homens como este!
Silvino Geremia é empresário em São Leopoldo, Estado
do Rio Grande do Sul.
Eis o seu desabafo:
"Acabo de descobrir mais um desses absurdos que só servem
para atrasar a vida das pessoas que tocam e fazem este país: investir em
educação é contra a lei.
Vocês não acreditam?
Minha empresa, a Geremia, tem 25 anos e fabrica equipamentos
para extração de petróleo, um ramo que exige tecnologia de ponta e muita
pesquisa. Disputamos cada pedacinho do mercado com países fortes, como os
Estados Unidos e o Canadá. Só dá para ser competitivo
se eu tiver pessoas qualificadas trabalhando comigo.
Com essa preocupação criei, em 1988, um programa que custeia
a educação em todos os níveis para qualquer funcionário, seja ele um varredor ou
um técnico.
Este ano, um fiscal do INSS visitou a empresa e entendeu que
educação é salário indireto.
Exigiu o recolhimento da contribuição social sobre os valores
que pagamos aos estabelecimentos de ensino freqüentados por nossos funcionários,
acrescidos de juros de mora e multa pelo não recolhimento ao
INSS.
Tenho que pagar 26 mil reais à Previdência por promover a
educação dos meus funcionários?
Eu acho que não. Por isso recorri à Justiça. Não é pelo
valor, é porque acho essa tributação um atentado. Estou
revoltado.
Vou continuar não recolhendo um centavo ao INSS, mesmo que eu
seja multado 1000 vezes.
O Estado brasileiro está falido.
Mais da metade das crianças que iniciam a 1ª série não
conclui o ciclo básico.
A Constituição diz que educação é direito do cidadão e dever
do Estado.
E quem é o Estado? Somos todos nós.
Se a União não tem recursos e eu tenho, acho que devo pagar a
escola dos meus funcionários.
Tudo bem, não estou cobrando nada do Estado.
Mas também não aceito que o
Estado me penalize por fazer o que ele não faz. Se a moda pega, empresas que
proporcionam cada vez mais benefícios vão recuar.
Não temos mais tempo a perder. As leis retrógradas,
ultrapassadas e em total descompasso com a realidade devem ser revogadas. A
legislação e a mentalidade dos nossos homens públicos devem adequar-se aos novos
tempos.
Por favor, deixem quem está fazendo alguma coisa trabalhar em
paz. Vão cobrar de quem desvia dinheiro, de quem sonega impostos, de quem rouba
a Previdência, de quem contrata mão-de-obra fria, sem registro
algum.
Sou filho de família pobre, de pequenos agricultores, e não
tive muito estudo. Completei o 1º grau aos 22 anos e, com dinheiro ganho no meu
primeiro emprego, numa indústria de Bento Gonçalves, na serra gaúcha, paguei uma
escola técnica de eletromecânica.
Cheguei a fazer vestibular e entrar na faculdade, mas nunca
terminei o curso de Engenharia Mecânica por falta de tempo. Eu precisava fazer
minha empresa crescer. Até hoje me emociono quando vejo alguém se formar. Quis
fazer com meus empregados o que gostaria que tivessem feito
comigo.
A cada ano cresce o valor que invisto em educação porque
muitos funcionários já estão chegando à Universidade.
O fiscal do INSS acredita que estou sujeito a ações
judiciais. Segundo ele, algum empregado que não receba os valores para educação
poderá reclamar uma equiparação salarial com o colega que
recebe.
Nunca, desde que existe o programa, um funcionário meu entrou
na Justiça. Todos sabem que estudar é uma opção daqueles que têm vontade de
crescer...
E quem tem esse sonho pode realizá-lo porque a empresa
oferece essa oportunidade. O empregado pode estudar o que quiser, mesmo que seja
Filosofia, que não teria qualquer aproveitamento prático na
Geremia. No mínimo, ele trabalhará
mais feliz.
Meu sonho de consumo sempre foi uma Mercedes-Benz. Adiei sua
realização várias vezes porque, como cidadão consciente do meu dever social,
quis usar meu dinheiro para fazer alguma coisa pelos meus 280 empregados. Com os
valores que gastei no ano passado na educação deles, eu poderia ter comprado
duas Mercedes. Teria mandado dinheiro para fora do país e não estaria me
incomodando com leis absurdas. Mas não consigo fazer isso.
Sou um teimoso. No momento em que o modelo de Estado que faz
tudo está sendo questionado, cabe uma outra pergunta.
Quem vai fazer no seu lugar? Até agora, tem sido a iniciativa
privada.
Não conheço, felizmente, muitas empresas que tenham recebido
o tratamento que a Geremia recebeu da Previdência por fazer o que é dever do
Estado. As que foram punidas preferiram se calar e, simplesmente, abandonarseus
programas educacionais.
Com esse alerta temo desestimular os que ainda não pagam os
estudos de seus funcionários.
Não é o meu objetivo.
Eu, pelo menos, continuarei ousando ser empresário, a
despeito de eventuais crises, e não vou parar de investir no meu patrimônio mais
precioso: as pessoas.
Eu sou mesmo teimoso."
continue teimoso, ok?
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