domingo, 22 de fevereiro de 2009

IMPRENSA – Editorial da Folha provoca indignação

Provocou indignação o editorial publicado pela Folha de S. Paulo na terça-feira, 17, classificando de “ditabranda” o regime militar que tomou de assalto o poder no Brasil, nele permanecendo de 1964 até 1985. A repercussão negativa do editorial é objeto de matéria no site Comunique-se (http://www.comunique-se.com.br/).

Folha classifica regime militar como “ditabranda”

Sérgio Matsuura, do Rio de Janeiro

Em editorial publicado na última terça-feira (17/02), sobre a vitória do presidente venezuelano em referendo, a Folha de S. Paulo classificou o regime militar brasileiro - entre 1964 e 1985 - como uma “ditabranda”. De acordo com o jornal, esses governos autoritários “partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça”.
O posicionamento do jornal foi duramente criticado pelo presidente da Associação Brasileira de Imprensa, Maurício Azêdo, que o considerou “lamentável”. Em sua opinião, a Folha, num só parágrafo, alinha uma série de “equívocos de caráter político e histórico”.
“Ao dizer que é uma ‘ditabranda’, o jornal esquece, por certo, das mortes ocorridas durante a ditadura. Esquece dos milhares que tiveram seus direitos políticos cassados, que tiveram que se exilar, sem contar os torturados nas masmorras da ditadura. É lamentável que se proceda a uma revisão histórica dessa natureza. O que era negativo passa a ser positivo, dando absolvição àqueles que violaram os direitos constitucionais e cometeram crimes, como o assassinato do jornalista Vladimir Herzog nos porões do Doi-Codi”, diz Azêdo.
O presidente da ABI lembra também que o direito ao habeas-corpus foi suspenso durante o regime militar: “Dizer que houve acesso à Justiça é uma falsidade de caráter histórico que deveria causar vergonha à Folha de S. Paulo”, diz.
O jornalista Milton Coelho da Graça, preso quatro vezes durante o período militar, também tece duras críticas ao editorial da Folha. Ele afirma que a empresa foi “subserviente à ditadura”, principalmente com a Folha da Tarde.
“Os jornalistas fazem muito bem ao não ficarem lembrando o passado dos jornais que se entregaram ao regime. A Folha comete um erro ao reabrir um debate que a ela não é útil. É bom saber que o jornal chama a ditadura de ‘ditabranda’. Será que a Argentina também foi ‘ditabranda’? Qual o limite para passar de ditadura para ‘ditabranda’?”, questiona.
Em resposta a uma carta de leitor publicada nesta quinta-feira, a Folha explica que na “comparação com outros regimes instalados na região no período, a ditadura brasileira apresentou níveis baixos de violência política e institucional”.
Procurados, o diretor de redação da Folha, Otávio Frias Filho, e o ombudsman do jornal, Carlos Eduardo Lins da Silva, não retornaram aos nossos telefonemas até o fechamento desta matéria.

3 comentários :

Anônimo disse...

ja nao basta o cara la na argentina negando o holocausto? o que é isso? epidemia de imbecilidade? ou o jornal vai fechar e ta se lixando para o seu papel social?
Lucia

Anônimo disse...

Como se já não bastasse, um tal arcebispo negando o nazismo. Será que além de reaprender acentuação, ainda vou ter reaprender história do Brasil?

Anônimo disse...

Aos fatos. Mas quando é para defender até reitor nomeado para o cargo de docente sem concurso sequer, a didatura era um amor de bondade.