Salários
aviltantes e precárias condições de trabalho, em uma rotina de exploração
imposta pelo patronato, comprometem irremediavelmente a qualidade do jornalismo
na grande imprensa do Pará. Nada mais ilustrativo, sobre essa amarga realidade,
que a situação dos jornalistas que atuam nos dois principais jornais do Estado,
o Diário do Pará e O Liberal, cujos donos se engalfilham em
uma disputa não apenas comercial, mas também política. O Diário, que superou O Liberal
em vendagem, é o jornal do grupo de comunicação da família do senador Jader
Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará, que tem seu nome associado a recorrentes denúncias de corrupção e cuja tevê, a RBATV, é afiliada da Rede
Bandeirantes, e suas rádios, AM e FM, são líderes de audiência. O Liberal é o principal jornal do grupo
de comunicação da família Maiorana, inimiga figadal de Jader Barbalho e cuja emissora
de televisão, a TV Liberal, é afiliada da Rede Globo, sinônimo de liderança de
audiência e de expressivo faturamento. O Diário,
dos Barbalho, é hoje filiado ao respeitável IVC, o Instituto Verificador de
Circulação, do qual foi compelido a se retirar O Liberal, depois que os Maiorana foram flagrados anabolizando
dolosamente os números que lhes conferiam a suposta liderança do mercado, em
matéria de mídia impressa. O Diário,
porém, não revela os números do IVC que atestam sua supremacia sobre o
principal concorrente, já que o Amazônia
Jornal, o tablóide popular lançado pelos Maiorana, não parece ameaçá-lo. O Liberal identifica-se historicamente com o PSDB, cujos sucessivos governos, entre 1995 e 2006, beneficiaram os Maiorana com uma escandalosa pilhagem ao erário, na esteira da qual a Funtelpa, a Fundação de Telecomunicações do Pará, simplesmente pagava um aluguel mensal para a TV Liberal utilizar sua rede de 78 repetidoras e, assim, levar a programação da TV Globo ao interior do Estado. A mamata rendeu aos Maiorana, em 10 anos, R$ 37 milhões, em valores por atualizar. No mais, se Jader Barbalho carrega o estigma de corrupto, os Maiorana amargam a nódoa que associa a prosperidade do seu patriarca, Romulo Maiorana, já falecido, ao contrabando, inclusive de armas, e a cumplicidade com a ditadura militar.
Para
além da parca credibilidade, que nivela os dois jornais por baixo, diante da
recorrente manipulação da informação, ao sabor das conveniências políticas dos
respectivos barões da comunicação, Diário
e O Liberal têm também como
denominador comum os salários aviltantes pagos a maioria dos seus jornalistas. A
diferença eventualmente existente é de nível, jamais de grau. Os Barbalho e os Maioara,
por exemplo, desconhecem solenemente hora extra, que os tubarões da notícia
transformaram em utensílio de museu. Em lugar do pagamento de hora extra, é
utilizada a compensação, traduzida em folgas, rotineiramente no caso do jornal
dos Maiorana e circunstancialmente no diário dos Barbalho. Em O Liberal, até recentemente, antes de um
minguado reajuste, o salário inicial de um repórter ficava em torno de R$ 2 mil,
brutos. No Diário, o piso salarial do
repórter é de R$ 1 mil, brutos; a remuneração líquida não ultrapassa R$ 800,00.
No jornal da família Maiorana, os jornalistas não têm acesso ao banco de horas.
Mas isso não é tudo: quando os jornalistas de O Liberal retornam das férias, o banco de horas está zerado; o que
nele circunstancialmente poderia haver, em horas extras acumuladas, que em tese deveriam ser
convertidas em folgas, é acintosa e cinicamente deletado. Sem falar da
discriminação feita aos repórteres esportivos de O liberal, que têm apenas uma
folga semanal, ao contrário dos demais repórteres, contemplados mensalmente com
dois fins de semana de folga, o que lhes permite descansar sábado e domingo, duas vezes a cada mês.
6 comentários :
Se a vida dos jornalistas do O Liberal é tão alvitante e ganham tão pouco, pergunto, porque esses mesmos jornalistas vivem viajando para a Europa, Disney, passeando de iates ou frequentando os melhores bares e restaurantes da cidade? Convido o blogueiro a ir hoje a noite no Armazem do Shopping Boulevard ou no bar Capital Lounge Bar que irá ver pelo menos um jornalista da ORM se deliciando com os aperitivos e guloseimas oferecidos pelas respectivas casas.
Alguns jornalista devem ter outra fonte de renda ou casados. Nivelar o profissional por baixo é coisa de patrão safado.
Fico feliz que existam esses jornais porque sem eles como poderíamos ter conhecimento das roubalheiras neste Estado.
Como os patroes vivem se comendo ,os jornalistas vão com aquela cara de subordinados apresentar as noticias do dia informando quem roubou mais.
temos que ficar gratos
Barata, os jornalistas do liberal e diário tem mais e ganhar pouco mesmo, os mesmo só escrevem merda.
06:41, se os jornalistas escrevem merda como tu escreveste, deve ser o que os seus chefes mandam. Tu és burro ou te fazes de ingênuo? Desde quando trabalhador (jornalista) tem liberdade para escrever o que quer? Vaza idiota!
Vão fazer outra coisa, só é aviltado quem quer! Papo furado! A merrequinha remunera bem demais!
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