ALEPA – O desdém ao decoro

Os deputados Manoel Pioneiro, o novo presidente da Alepa, e Parsifal Pontes (foto), líder da bancada do PMDB na Casa, protagonizaram um episódio patético, emblemático do desdém ao decoro parlamentar e do menosprezo ao eleitorado. Defenestrado por Pioneiro, tão logo este elegeu-se presidente da Assembléia Legislativa, Caddah voltou a ser nomeado, como diretor de Informática da Alepa, a pedido de Parsifal Pontes, do qual foi secretário, quando o parlamentar tornou-se prefeito de Tucuruí. Na administração do ex-deputado peemedebista Domingos Juvenil, como presidente da Alepa, Caddah comandou um CPD, o centro de processamento de dados, paralelo ao oficial, que figura no organograma do Palácio Cabanagem, o que faz dele personagem e testemunha privilegiada da fraude na folha de pagamento. Na época, ele trabalhava diretamente subordinado a Juvenil.

Diante dos graves antecedentes criminais exibidos por seu afilhado político, impressiona a desfaçatez de Parsifal Pontes, ao apadrinhar Caddah, apesar de saber da vida pregressa deste. Agora, se nesse episódio choca o cinismo de Parsifal, no seu menosprezo à decência, é no mínimo estarrecedora a postura de Manoel Pioneiro, ao mandar os escrúpulos às favas, na contramão da liturgia do cargo. Como presidente da Alepa, e também por obviamente ter conhecimento das tramóias gestadas nos porões do Palácio Cabanagem, a ele caberia repelir a ultrajante pretensão de Parsifal Pontes, em favor de Jorge Moisés Caddah. Tal qual se comportou, Pioneiro evidencia seu jaez e explica o porquê de não inspirar confiança nos promotores de Justiça que investigam a fraude na folha de pagamento da Alepa.