Foi sob esse cenário que recrudesceram as hostilidades mútuas entre Maiorana e Barbalho, cujos reais motivos derivam da disputa comercial, com óbvios desdobramentos políticos, entre os grupos de comunicação das respectivas famílias. Nenhuma das partes em litígio cultiva o apreço pela moralidade pública, a despeito dos eventuais discursos para consumo externo. Eleito como inimigo figadal dos Maiorana desde que tornou-se, em eleição direta, governador do Pará em 1982, sob a oposição do grupo de comunicação comandado por Romulo Maiorana – compelido a tanto pelo regime militar, por conta da concessão do canal 7, a TV Liberal, afiliada da Rede Globo -, Jader Barbalho tratou de viabilizar uma alternativa própria. Protagonista de uma súbita evolução patrimonial, o que reforçou as suspeitas de enriquecimento ilícito que aderiram ao seu nome, o ex-governador constituiu seu grupo de comunicação, a RBA, a Rede Brasil Amazônia de Comunicação. A hostilidade dos Maiorana elevou-se diante da ascensão do Diário do Pará, que acabou por tornar-se líder de vendagem, superando O Liberal, obrigado a uma vexatória desfiliação do IVC, o Instituto Verificador de Circulação, ao ser flagrado adulterando os números que conferiam-lhe a suposta liderança do mercado.
Nesse meio tempo, o grupo de comunicação dos Maiorana foi beneficiário de uma das mais escandalosas pilhagens ao erário, ao monopolizar a fatia do leão da publicidade oficial, ao longo dos 12 anos de sucessivos governos do PSDB no Pará, de 1995 a 2006, em tramóia da qual foi beneficiária também a Griffo Comunicação, do marketeiro-mor da tucanagem, Orly Bezerra. Data desse período o simulacro de convênio, assim etiquetado para driblar a necessidade de licitação, pelo qual a Funtelpa, a Fundação de Telecomunicações do Pará, pagava para a TV Liberal utilizar sua rede de repetidoras e levar a programação da Rede Globo ao interior do Estado. Segundo o jornalista Lúcio Flávio Pinto, ao longo de 10 anos a mensalidade saltou de R$ 200 mil para R$ 476 mil, valor que deveria ser pago em janeiro de 2007, em decorrência do 14º aditamento assinado pelo governador tucano Simão Jatene, no último dia do seu primeiro mandato, em 31 de dezembro de 2006. Até então, esclarece ainda Lúcio Flávio Pinto – na época o primeiro e único a denunciar publicamente a imoralidade, no seu Jornal Pessoal -, o Estado transferira R$ 37 milhões para o caixa dos Maiorana, o correspondente a R$ 50 milhões, em agosto de 2010. Os Maiorana ainda cobram na Justiça, da Funtelpa, aproximadamente R$ 3,4 milhões, pelo período de cinco meses, entre janeiro e maio de 2007, que transcorreu entre a suspensão provisória e a rescisão unilateral do arremedo de convênio pela Funtelpa, uma mamata patrocinado pelo ex-governador Almir Gabriel e coonestada pelo atual governador, Simão Jatene, em seu primeiro mandato, de 2003 a 2006.
Um comentário :
Bando de pila!!!!!!!
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