Recuperando-me de uma gripe, a qual se juntou uma inflamação da garganta, só agora posso deter-me no e-mail enviado pelo ex-vice-governador Hildegardo Nunes, que figura como vice na chapa que tem o deputado Domingos Juvenil, presidente da Assembléia Legislativa, candidato ao governo pelo PMDB. Uma pantomina que pode ser útil ao ex-governador Jader Barbalho, o morubixaba do partido do Pará, mas que nada acrescenta de mais significativo a legenda.
No plano estritamente pessoal, tenho Hildegardo Nunes como um homem digno. Naturalmente sujeito a deslizes, como qualquer um de nós, mas infinitamente melhor do que algumas das personalidades que circulam no seu entorno. Decepções episódicas, pontuais, o tempo se encarregou de diluir e não afetaram a imagem que dele guardo, no plano pessoal. Com o passar dos anos e o acúmulo de experiências, aprendi a não esquecer, jamais, que o homem é ele e suas circunstâncias.
Isso posto, tenho a dizer que surpreende-me os termos do reparo de Hildegardo, diante do status de ex-vice-governador, por ter sido incluído, juntamente com o pai, o ex-governador Alacid Nunes, no elenco de políticos que têm reduto eleitoral no Marajó, sem que a região tenha obtido uma contrapartida mais expressiva, mais consistente, pelos votos que cevam as suas lideranças políticas.
Primeiramente, soa arrogante, no tênue limite da grosseria, a pretensão de ensinar-me a fazer jornalismo. Quanto a isso, a audiência do blog fala por si só, ainda que elogio em boca própria seja vitupério. Sem concessões ao patrimonialismo, convém sublinhar.
Sobre as obras legadas por Hildegardo e seu pai, foram certamente importantes para o Marajó. Afinal, para quem se encontra na estaca zero, um palmo de terra conquistado sugere um continente. Mas nada disso consegue escamotear a ausência de políticas públicas efetivamente eficazes, como evidenciam os índices sociais pífios, africanos, mesmo, sob os quais permanece a região. Obras físicas são sempre bem-vindas, repita-se, particularmente em se tratando dos bolsões de miséria. Mas é indispensável que não se fique circunscritos a elas, tal como ocorre secularmente no Marajó, o que torna região um terreno terrivelmente fértil para a pedofilia e a exploração sexual de menores e mulheres. Esse tipo de realização basta a quem se contenta com o populismo obreiro.
Por isso, e não por empáfia, entendo que nada tenho a reparar sobre o que escrevi a respeito do Marajó e que suscitou a manifestação de Hildegardo. Quanto a eu ter sido supostamente ácido, a ilação conduz a uma máxima, segundo a qual o elogio gera amigos e a verdade ressentimentos. A propósito, permaneço cultivando a convicção pétrea de que ser vice de alguém do jaez de Domingos Juvenil está longe de ser dignificante. A não ser, naturalmente, aos iguais ao simulacro de candidato a governador pelo PMDB, cujo maior senão não é ser velho, mas velhaco.
Continuo achando que Hildegardo merecia mais respeito dentro do PMDB. Mas se ele se contenta com a xepa, o que fazer???!!!
No plano estritamente pessoal, tenho Hildegardo Nunes como um homem digno. Naturalmente sujeito a deslizes, como qualquer um de nós, mas infinitamente melhor do que algumas das personalidades que circulam no seu entorno. Decepções episódicas, pontuais, o tempo se encarregou de diluir e não afetaram a imagem que dele guardo, no plano pessoal. Com o passar dos anos e o acúmulo de experiências, aprendi a não esquecer, jamais, que o homem é ele e suas circunstâncias.
Isso posto, tenho a dizer que surpreende-me os termos do reparo de Hildegardo, diante do status de ex-vice-governador, por ter sido incluído, juntamente com o pai, o ex-governador Alacid Nunes, no elenco de políticos que têm reduto eleitoral no Marajó, sem que a região tenha obtido uma contrapartida mais expressiva, mais consistente, pelos votos que cevam as suas lideranças políticas.
Primeiramente, soa arrogante, no tênue limite da grosseria, a pretensão de ensinar-me a fazer jornalismo. Quanto a isso, a audiência do blog fala por si só, ainda que elogio em boca própria seja vitupério. Sem concessões ao patrimonialismo, convém sublinhar.
Sobre as obras legadas por Hildegardo e seu pai, foram certamente importantes para o Marajó. Afinal, para quem se encontra na estaca zero, um palmo de terra conquistado sugere um continente. Mas nada disso consegue escamotear a ausência de políticas públicas efetivamente eficazes, como evidenciam os índices sociais pífios, africanos, mesmo, sob os quais permanece a região. Obras físicas são sempre bem-vindas, repita-se, particularmente em se tratando dos bolsões de miséria. Mas é indispensável que não se fique circunscritos a elas, tal como ocorre secularmente no Marajó, o que torna região um terreno terrivelmente fértil para a pedofilia e a exploração sexual de menores e mulheres. Esse tipo de realização basta a quem se contenta com o populismo obreiro.
Por isso, e não por empáfia, entendo que nada tenho a reparar sobre o que escrevi a respeito do Marajó e que suscitou a manifestação de Hildegardo. Quanto a eu ter sido supostamente ácido, a ilação conduz a uma máxima, segundo a qual o elogio gera amigos e a verdade ressentimentos. A propósito, permaneço cultivando a convicção pétrea de que ser vice de alguém do jaez de Domingos Juvenil está longe de ser dignificante. A não ser, naturalmente, aos iguais ao simulacro de candidato a governador pelo PMDB, cujo maior senão não é ser velho, mas velhaco.
Continuo achando que Hildegardo merecia mais respeito dentro do PMDB. Mas se ele se contenta com a xepa, o que fazer???!!!
6 comentários :
Pô Augusto, quando eu crescer quero escrever como vc. Sinceramente, vc sabe muito da sua profissão e tenho certeza que os que não compactuam com vc( por algum motivo) não podem falar da qualidade da sua pena. Parabéns!
"Afinal, para quem se encontra na estaca zero, um palmo de terra conquistado sugere um continente..."
Barata;
Eu diria um pouquinho diferente: para cada palmo de terra conquistado (para a comunidade), um continente (em vantagens) foi usufruido pelos que controlam o poder.
A maioria dos políticos não é só interesseira e patrimonialista consigo; também é ávara com os que deveriam ser os donos do poder. São muitos os casos de prefeitos municipais riquíssimos, controlando fazendas, postos de gasolina, supermercados, fábricas, etc, que enfatizaram obras como um telhado, um mini-posto de saúde sem nada dentro, uma pracinha de 4 bancos, um poço com bomba, um cubículo vazado que chamam de sala-de-aula, etc
* * * * *
Discurso-Conceito:
Inacreditável 30,40 anos depois da primeira eleição, continuar vendo o deputado Gerson Peres editar os mesmos discurso, unindo períodos compostos por várias frases conceituais. É o "político-do-predicativo-do-sujeito"; assim: trabalho é progresso..., a nossa política é inovadora..., realização é avançar..., etc.
quem escreve o que nao deve, lê o que não quer, né Hildegardo?
eu diria mais sobre gerson peres: "enganar é continuar a enrolar os trouchas que acreditam em mim!"
a politica é minha vida, sem ela nao vivo, nao como, nao durmo...sem meus bens imoveis"
Lucia
Comungo com o Barata sobre a pessoa de Hildegardo Nunes, político capaz, tem palavra, só não e bom na escolha de suas companhias, primeiro foi Almir que praticamente sepultou o futuro político de Hildegardo, e agora o Helder que só empurra bombas para para o rapaz, primeiro foi a nomeação de Secretário na falida Secretaria Municipal de Saúde e agora vice da NATIMORTA candidatura de Juvenil, é mole????
"Quem sabe a proposta do território federal possa prosperar e permitir que o País resgate a dívida com esta bela e sofrida região". Puxa, eu até tinha o Hildegardo como um político sério e inteligente. Infeliz nas suas escolhas, mas, num Estado como o nosso onde os resquícios do coronelismo ainda tem braços e amarras fortes e somente isso pode justificar, porém quando ví a mensagem posta no blog pude e verificar esta citação, realmente conclui que não dá para separar o joio do trigo. É tudo farinha do mesmo saco.
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