sábado, 7 de fevereiro de 2009

SEGURANÇA – O desabafo de uma das vítimas

Pela pertinência do tema e pelo que evidencia da escalada da criminalidade em Belém, transcrevo o eloqüente desabafo de um internauta anônimo que foi vítima de um assalto, sob a indiferença da polícia, para a qual recorreu.

“Caro Barata,
“Estou aproveitando teu conceituado Blog, para pedir apoio na divulgação de minha denúncia e ao mesmo tempo por questão de cidadania alertar todos que tem acesso ao seu bolg e demais para cuidados com suas vidas nesta cidade de pouca segurança e muita violência. Ontem por voltas das 20:45 minutos, após chegar de viagem de trabalho, resolvi atender pedido de minha filha e leva_la até a sorveteria Cairu, ali próximo da faculdade de medicina, para minha surpresa quando parei no sinal, fui abordado por um casal de bandidos frios e como disseram sem nada a perder. Entraram em meu carro, colocaram revolveres em minha cabeça e fizeram-nos de reféns, seguindo todos seus comandos sem titubear enquanto tiravam todos nossos pertences (carteira, malas, dinheiro, relógios celulares, etc)graças a deus não nossas vidas. Caro Barata, a tensão foi muito grande, não desejaria que ninguém passasse por isso nem meus inimigos.Ficar sobre ameaça de morte tendo que ultrapassar por semáforo fechados colocando a vida de outros em perigo e tendo que humilhantemente leva-lo , até seu " esconderijo" na vila da barca com todos os moradores assistindo aquele espetáculo como algo natural. Estou pedindo que divulgue, porque fui vítima, no sinal da Bernal do Couto ( e certamente ali outros foram), próximo da faculdade de medicina e que todos fiquem alerta, trata-se de um casal; rapaz magro, de pele clara e com uma deficiência visual, a moça branca, gorda, cabelos lisos. Quero informar ainda, que estive até o posto policial para prestar depoimento, cena patética o que vi, os profissionais batendo papo se desresponsabilizando de suas funções e passando para outrem o serviço. Coitado de mim, quando abri a porta da sala do delegado, um senhor de idade, dormindo de boca aberta, com os pés encima da mesa e foi logo dizendo-me que nem papel tinha para escrever. Mais uma vez, sentir a morte de perto, agora não a morte física, e sim moral, social pois quem deveria proteger o cidadão não tinha a mínima condição. Resolvi ir até outro local, neste teve a boa vontade do profissional de plantão, no entanto não tinha habilidades e nem competência para resolver o caso. Fiquei pensando de quem é a culpa e até quando isso terá que continuar; a impunidade, a inversão de valores, a ameaça, o despreparo da policia e nossas vidas ameaçadas em qualquer hora do dia. Finalizando, resolvi chamar uma dessas viaturas que fazem ronda e comunicar o fato. Para minha surpresa, o policial, quando comecei a falar, interrompeu-me dizendo que sabia de quem se tratava; era o casal ROBOCOP, mais não podiam fazer nada, porque estavam com poucos guardas de serviço, que eu apenas passasse meu telefone, para que me comunicassem alguma coisas. Adiantaram-me que tratava-se de gente perigosa e que havia assaltado inclusive o comandante da policia. Aí, caro Barata, pensei que tudo aquilo que estava vivendo no momento era uma grande comédia com sabor trágico que talvez, nem Kafka, Nelson Rodrigues, e talvez nem o prefeito e nem a governadora pudessem resolver. O melhor que fiz foi voltar para minha casa, é pensar como a vida da gente está por um triz. Depois pensar que lições teria que tirar daquele trágico momento, para então poder resignificar meus valores, minhas crenças de que, apesar de tudo, não deixarei de apostar que um outro mundo é possível. Barata, me desculpe, não vou me identificar, porque ainda estou muito abatido e com um pouco da síndrome do pânico. Abraço.”

10 comentários :

Anônimo disse...

voce pintou o retrato da nossa inoperancia

Anônimo disse...

tamo frito

Anônimo disse...

E a Guarda Nacional? E o policiamento ostencivo que o secretário está divulgando na mídia? Se até os puliça estão sendo assaltados, que dirá nós? Tamo frito.

Anônimo disse...

e os delegados que fecharam ate a alm.Barroso pra protestar por salarios na vespera DO FSM?por que não protestão pela falta de condições de trabalho?se é que não a tem,por que a juiza que relatou a falta de estrutura dos menores não denuncia o que ela ouviu?todos só pensam no seu a sociedade que paga os salarios de todos eles que se ferrem,farinha pouca meu pirão primeiro,Para terra de esquerdos

Anônimo disse...

Caro Barata,
Quero agradecer por ter atendido meu pedido e feito mais esta prestação de serviço a população do Pará e em particular de Belém. Coisa que parece dificil para as autoridades competentes fazerem, isso nos deixa fragilizados e impotentes com tanto descaso.E Reforçam nosso grau de ceticismo com aqueles que deveriam cuidar e zelar sem proselitismo pelo cidadão de direito no Pará terra de defeitos incalculaveis à população, que pena, politicas vazias e ideologias sem vidas, frustrações em cada esquina. Aproveito para agradecer aos comentários e reflexões feitas por outros blogueiros cidadãos de bem, que nos ajudam a repor nossas energias, com suas manifestações de solidariedades e posições que nos ajudam a continuar nossa luta diária pela sobrevivência.
Caro Barata, obrigado pela porta aberta e guarita que recebi de um homem sério, comprometido com a justiça social e um cidadão do mundo com convicções cristalinas sobre a realidade social que não devemos ter e a que teremos que construir.Para finalizar, posso dizer parafraseando o grande poeta Cazuza:" Eu vi a cara da morte e ela estava viva ". Por isso hoje. entendo profundamente e posso sentir a dor das familias que perdem seus entes queridos pela insana atrocidades daqueles que nada tem a perder. Temos que acabar com esses estado de barbárie social, temos que tornar a sociedade possivel com com comportamentos e atitudes de compromissos com uma cultura de paz já.Ainda estou sobre sobressaltos mais como disse minha, foi melhor assim pior seria se hoje eu nunca mais pudesse ter ver e ouvir".\isso doí e nos fazem verter lágrimas em silêncio. Barata , obrigado mesmo.

Anônimo disse...

22:49, comovente o seu texto. Sorte e muita paz, para você e os seus.

Anônimo disse...

22:49, voce precisa de atendimento à vítima cde violencia, procure a UNAMA da alcinco cacela, la existem laboratorios gratuitos de psicologia.Se vc nao tratar pode ir para um patamar de simdorme do panico.O governo do estado ja deveria estar oferencendo isso no HC.As pessoas vítimas de assalto nem sempre conseguem superar sozinhas o trauma.Outra coisa, se eu fosse vcoe, procuraria a corregedoria da policia e o ministerio publico.Sua denuncia quanto ao atendimento nao deveria ficar por isso.
Sorte e nao esquece de em outubro agradecer a Santinha...

Anônimo disse...

tamo frito(ao cubo)

Anônimo disse...

CONSIDERO ESSE RELATO MUITO GRAVE.É COMO SE DE FATO, A VERDADEIRA FACE DA SEGURANÇA PÚBLICA DO PARÁ FOSSE MOSTRADA POR QUEM MAIS PRECISA DELA: O CIDADÃO.
SE TIVESSEMOS EM NOSSO MEIO POLICIAL UM CABRA MACHO, O SECRETARIODE SEGURANÇA PÚBLICA IRIA APURAR ESSA DENUNCIA E PEDIR DESCULPAS PESSOALMENTE AO CIDADÃO QUE FOI ASSALATADO DUAS VEZES: OS LADÕRES LEVARAM SEUS PERTENCES E O SISTEMA ROUBOU SUAS ESPERANÇAS.XEQUE-MATE.

Anônimo disse...

ao da 2249 existe um grupo de pessoas que estão se reunindo para cobrar/sugerir as autoridades mais empenho em relação a segurança ,são parentes de vitimas de assasinato e roubos como voce de repente isso pode te ajudar inclusive ja passei seu depo para a rede de pessoas envolvidas