Nesta e nas duas postagens subseqüentes, reproduzo matérias veiculadas no site Comunique-se (http://www.comunique-se.com.br/) sobre os reflexos da crise econômica mundial na imprensa brasileira.
A primeira delas, que em seguida transcrevo, trata da repercussão da crise econômica mundial nos jornais brasileiros.
Crise causa demissões e altera planos de jornais no Brasil
Carla Soares Marin e Izabela Vasconcelos, de São Paulo
Tanit Figueiredo Mario tem 51 anos – 29 dedicados ao jornalismo dentro do jornal A Gazeta, do Espírito Santo. Em janeiro, foi demitida da empresa. A jornalista começou como estagiária, passou pela redação, chefia de reportagem e até o começo do ano trabalhava como editora-executiva. “Conheço aquela empresa pela frente e pelo verso”, comenta Tanit. O motivo alegado para a demissão: reflexo da crise. Não saiu apenas ela, como também outro colega de profissão e outros dois da área de fotografia.
A Gazeta teve de optar por reduzir papel, postergar projetos e demitir. O diretor-geral da Rede Gazeta, Carlos Fernando Monteiro, conta que a crise interrompeu o ritmo de crescimento de 2008. “Anos como esse (2008) geram uma expectativa de manutenção do ritmo de crescimento, que foi abruptamente revertida com a instalação da crise no último trimestre. No caso do Espírito Santo, as indústrias de base compõem uma importante parte da atividade econômica, que foi duramente impactada pela crise mundial”, justifica Monteiro.
O diretor-geral da Rede Gazeta informa ainda que, apesar das duas demissões na redação, “não há previsão de demissões relevantes”, além destas.
Assim como o A Gazeta, o Diário do Comércio e Indústria (DCI), de São Paulo, também cortou 12 jornalistas semana passada por causa da crise.
No Diário de S.Paulo, a medida mais drástica foi diminuir o número de páginas do jornal. “O grande drama dessa crise é o papel”, afirmou Luiz André Alzer, editor-chefe.
Segundo Alzer, segurar a paginação deve-se mais ao preço do papel do mercado internacional que à queda de publicidade. A alternativa foi focar na Internet. O Diário vai usar mais o espaço online daqui por diante.
O Estadão, um dos jornais mais tradicionais do Brasil, vai adiar projetos em 2009. Não demitiu ninguém, nem pretende, mas, segundo o diretor de conteúdo Ricardo Gandour, é hora de cortar gastos. “Vamos ter cautela nas despesas”, afirmou.
De acordo com Gandour, a diminuição do número de páginas do jornal no começo de ano não se deve à crise, a uma redução da aposta do mercado publicitário, mas sim devido a uma sazonalidade natural. “O emagrecimento dos jornais é normal entre janeiro e fevereiro”, disse.
Publicidade deve permanecer estagnada em 2009
Jornais de todo o Brasil estão se segurando como podem neste começo de ano. Estão na expectativa do que pode acontecer. Na semana passada, o IVC informou que a circulaçãodos jornais aumentou 5% em 2008 – número inferior a 2007 e 2008. Para este ano, não se podem fazer previsões. Sabe-se, porém, que a publicidade no meio deve permanecer estagnada.
Apesar de um estudo do Zenith Optimedia, do Grupo Publicis, trazer previsões de um crescimento de 30% em 2009, para o mercado publicitário brasileiro, o vice-presidente da Fenapro, Federação Nacional das Agências de Propaganda, Humberto Mendes, diz que a previsão é um tanto otimista e pretensiosa. “O mercado pode crescer, mas acredito que não nesse nível. Esse é um momento que ainda não dá para prever o que vai acontecer”, afirmou.
A Casas Bahia, a principal anunciante do mercado publicitário no Brasil, prevê a mesma meta de faturamento de 2008 para este ano, R$ 13,7 bilhões. O faturamento é o principal indicativo para o aumento da verba publicitária.
A Ford, quinta maior anunciante do país, aumentou seus gastos com publicidade em 20% nos últimos três anos. Entretanto, para 2009, prevê revisão nos contratos.
“Com a pressão dos custos, ainda estamos negociando os contratos, mas vamos manter os investimentos nessa área", disse o gerente de marketing da Ford, Antonio Baltar.
Os três maiores anunciantes do país (Casas Bahia, Unilever e Fiat) devem manter o mesmo nível de investimento do último ano.
Assessorias devem manter empregos
O faturamento das empresas que mais investem em mídia no Brasil também é um indicativo para as assessorias de imprensa. As empresas de comunicação informam que vão agir com cautela, renegociar contratos, mas estão mantendo o mesmo quadro, pelo menos, no começo de 2009.
A primeira delas, que em seguida transcrevo, trata da repercussão da crise econômica mundial nos jornais brasileiros.
Crise causa demissões e altera planos de jornais no Brasil
Carla Soares Marin e Izabela Vasconcelos, de São Paulo
Tanit Figueiredo Mario tem 51 anos – 29 dedicados ao jornalismo dentro do jornal A Gazeta, do Espírito Santo. Em janeiro, foi demitida da empresa. A jornalista começou como estagiária, passou pela redação, chefia de reportagem e até o começo do ano trabalhava como editora-executiva. “Conheço aquela empresa pela frente e pelo verso”, comenta Tanit. O motivo alegado para a demissão: reflexo da crise. Não saiu apenas ela, como também outro colega de profissão e outros dois da área de fotografia.
A Gazeta teve de optar por reduzir papel, postergar projetos e demitir. O diretor-geral da Rede Gazeta, Carlos Fernando Monteiro, conta que a crise interrompeu o ritmo de crescimento de 2008. “Anos como esse (2008) geram uma expectativa de manutenção do ritmo de crescimento, que foi abruptamente revertida com a instalação da crise no último trimestre. No caso do Espírito Santo, as indústrias de base compõem uma importante parte da atividade econômica, que foi duramente impactada pela crise mundial”, justifica Monteiro.
O diretor-geral da Rede Gazeta informa ainda que, apesar das duas demissões na redação, “não há previsão de demissões relevantes”, além destas.
Assim como o A Gazeta, o Diário do Comércio e Indústria (DCI), de São Paulo, também cortou 12 jornalistas semana passada por causa da crise.
No Diário de S.Paulo, a medida mais drástica foi diminuir o número de páginas do jornal. “O grande drama dessa crise é o papel”, afirmou Luiz André Alzer, editor-chefe.
Segundo Alzer, segurar a paginação deve-se mais ao preço do papel do mercado internacional que à queda de publicidade. A alternativa foi focar na Internet. O Diário vai usar mais o espaço online daqui por diante.
O Estadão, um dos jornais mais tradicionais do Brasil, vai adiar projetos em 2009. Não demitiu ninguém, nem pretende, mas, segundo o diretor de conteúdo Ricardo Gandour, é hora de cortar gastos. “Vamos ter cautela nas despesas”, afirmou.
De acordo com Gandour, a diminuição do número de páginas do jornal no começo de ano não se deve à crise, a uma redução da aposta do mercado publicitário, mas sim devido a uma sazonalidade natural. “O emagrecimento dos jornais é normal entre janeiro e fevereiro”, disse.
Publicidade deve permanecer estagnada em 2009
Jornais de todo o Brasil estão se segurando como podem neste começo de ano. Estão na expectativa do que pode acontecer. Na semana passada, o IVC informou que a circulaçãodos jornais aumentou 5% em 2008 – número inferior a 2007 e 2008. Para este ano, não se podem fazer previsões. Sabe-se, porém, que a publicidade no meio deve permanecer estagnada.
Apesar de um estudo do Zenith Optimedia, do Grupo Publicis, trazer previsões de um crescimento de 30% em 2009, para o mercado publicitário brasileiro, o vice-presidente da Fenapro, Federação Nacional das Agências de Propaganda, Humberto Mendes, diz que a previsão é um tanto otimista e pretensiosa. “O mercado pode crescer, mas acredito que não nesse nível. Esse é um momento que ainda não dá para prever o que vai acontecer”, afirmou.
A Casas Bahia, a principal anunciante do mercado publicitário no Brasil, prevê a mesma meta de faturamento de 2008 para este ano, R$ 13,7 bilhões. O faturamento é o principal indicativo para o aumento da verba publicitária.
A Ford, quinta maior anunciante do país, aumentou seus gastos com publicidade em 20% nos últimos três anos. Entretanto, para 2009, prevê revisão nos contratos.
“Com a pressão dos custos, ainda estamos negociando os contratos, mas vamos manter os investimentos nessa área", disse o gerente de marketing da Ford, Antonio Baltar.
Os três maiores anunciantes do país (Casas Bahia, Unilever e Fiat) devem manter o mesmo nível de investimento do último ano.
Assessorias devem manter empregos
O faturamento das empresas que mais investem em mídia no Brasil também é um indicativo para as assessorias de imprensa. As empresas de comunicação informam que vão agir com cautela, renegociar contratos, mas estão mantendo o mesmo quadro, pelo menos, no começo de 2009.
Um comentário :
Barata,
Será que essa turma demitida de jornalistas vai começar a blogar também, diante da "cacahaça" de noticiar, passar em frente as informações obtidas circunstancialmente, vindo à tona mais informações de bandalheiras que os grandes jornais omitem?
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