segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

FÓRUM – Conferência tem o endosso de Lula

ROSE GOMES*

Na sexta-feira, 30, das 19h às 21h30, no auditório do setorial básico da UFPA, jornalistas, radialistas, professores e estudantes de comunicação e profissionais de diversas áreas, como psicólogos e advogados, realizaram a plenária da CNC (Conferência Nacional de Comunicação), organizada pela Intervozes - Coletivo Brasil. Em pauta: a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anunciada quinta-feira, 29, em Belém, de realizar ainda este ano a 1ª Conferência Nacional de Comunicação. A CNC, que já tem recursos previstos para a sua realização, deve acontecer em dezembro deste ano, em Brasília. A realização da conferência é um sonho e fruto de muita pressão de sindicatos, ONGs e estudantes. A partir dela, o Brasil vai rever toda sua política de comunicação, passando pela questão da concessão de canais de TV e rádio, regulação da publicidade, debate sobre o conteúdo da programação, instalação efetiva de uma rede de comunicação pública etc.
Participantes do movimento pró-conferência de todo o Brasil festejaram na plenária a decisão de Lula. A tônica dos debates foi a mobilização de diversas categorias para que haja a efetiva participação da sociedade na CNC, a exemplo da conferência de saúde, que é realizada desde 1949. Marcos Dantas, da Carta Maior, ressaltou a importância do comprometimento de Lula em realizar a conferência, enfatizando que o presidente agora está tratando o assunto com proposições e não mais apenas como discurso.
Muito aplaudida e festejada na plenária, a deputada federal do PSB paulista Luiza Herundina destacou o momento histórico que se viveu em Belém, a partir da decisão do presidente Lula, no Hangar, quinta-feira, 29, durante o FSM. "Isso é democracia, tem sabor de vitória de uma luta histórica".
Mas também houve críticas, como a de Jonicael Cedraz, da Abraco (Associação Brasileira de Rádios Comunitárias), que enfatizou a necessidade de o presidente da República oficializar sua decisão de garantir a realização da conferência através de lei. Ele também defendeu a organização urgente dos setores engajados para impedir uma possível dominação da ABERT para impedir medidas como o fim da concessão automática de canais e o controle na área publicitária. Também choveram críticas ao fechamento de rádios comunitárias e ao tratamento privilegiado dado a políticos que instalam "rádios comunitárias" para se eleger. O deputado federal do Pará, Wladimir Costa (PMDB), com sua suposta rádio comunitária, em Barcarena, foi o exemplo que ilustrou essas críticas.
Representantes de ONGs e sindicatos de todo o Brasil explicaram como está mobilização de seus respectivos Estados. Como o da Bahia, onde já houve conferência e agora está sendo instalado o Conselho Estadual de Comunicação. Nem na platéia, tampouco na mesa dos trabalhos, viu-se os dirigentes do (Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Pará (Sinjor-PA, não obstante o discurso da atual diretoria de defender a democratização da comunicação. Também ninguém reclamou dessa ausência, suprida pela participação efetiva de trabalhadores da comunicação engajados na causa, como por exemplo, representantes locais da Intervozes.

Rose Gomes é jornalista concursada da Assembléia Legislativa do Pará e trabalha também na Assessoria de Comunicação da Fadesp, a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa.

5 comentários :

Anônimo disse...

essa de radio comunitaria em poder de politicos inescrupulosos causa um estrago nos corações e mentes de pessoas despolitizadas, presas faceis para oportunistas.

Anônimo disse...

Não acredito que essa Conferência possa gerar algum fato positivo. Primeiro, porque vivemos em uma democracia capenga,manda quem tem poder financeiro. Não enxergo os capitalistas da comunicação permitindo interferências em suas "galinhas dos ovos de ouro".
Segundo, o Governo não tem intenção de ir contra as regras vigentes da comunicação, se assim o quisesse já teria implantado um controle mais eficaz para a concessão de emissoras de Tv e Rádio nesse país.
Agora, o Conselho Nacional de Comunicação vai tentar fazer o que o Governo não fez nesses anos todos?????

Anônimo disse...

Anônimo das 15:53, não seja tão pessimista. A gente só muda a "ordem" das coisas se sairmos do comodismo e botarmos o bloco na rua. Com muita luta e sonho, é claro. Justamente por causa dos sonhos muita coisa que parecia impossível virou realidade, é só olhar pra muitas coisas que aconteceram no Brasil desde sua formação.

Anônimo disse...

o forum sexual mundial,teve despesas monumentais e dinheiro á rodo,porém as perguntas que ficam no ar são: não haverá prestação de contas por parte do governo?
porque centenas de artistas locais e voluntários tiveram que pagar prá tocar e participar do evento,enquanto se contratou uma empresa de brasilia por milhões de reais para sonorizar todo o evento?

Anônimo disse...

21:09, o governo vai pretar contas no dia que DEVOLVEREM O MUIRAQUITAN. Tá bom assim?