“Havia
mesada. A Lava Jato agora clareou isso. Por respeito à decisão do ministro
[Luis Roberto] Barroso, eu só posso falar do passado. Mas o [Alberto] Youssef
fazia pagamento mensal para vários deputados de partidos da base. Era aquilo
que havia na época. As malas chegavam com R$ 30 mil, R$ 60 mil, R$ 50 mil. Não
se comprovou porque não fotografaram.”
A declaração é de Roberto Jefferson, em
entrevista à Folha de S. Paulo, na
qual o ex-deputado do PTB oferece sua versão sobre as origens do mensalão, que
completou 10 anos neste sábado, 6. O escândalo teve como estopim uma entrevista
de Jefferson à própria Folha de S. Paulo,
na qual o ex-deputado escancarou a compra de votos, com recursos públicos, para
garantir o apoio parlamentar aos projetos de interesse do governo do
ex-presidente Lula. Um dos condenados pelo STF, o Supremo Tribunal Federal, em
decorrência do mensalão, ele cumpre atualmente prisão domiciliar e segue administrando um câncer de pâncreas.
“Decidi
dar a entrevista porque tinha sido vítima de uma matéria que deflagrou o
processo da minha cassação. Aparecia um funcionário dos Correios, Maurício
Marinho, recebendo R$ 3 mil e dizendo que era para o PTB. Era uma pessoa com
quem eu não tinha nenhuma relação”, conta Jefferson. “Virei o grande vilão
nacional por R$ 3 mil. A matéria foi feita por encomenda da Casa Civil [então
chefiada por José Dirceu]. Nós identificamos imediatamente de onde veio.”
De resto, ele é definitivo sobre o modus
operandi petista. “O PT impôs ao país o padrão Fifa da
corrupção”, fulmina. E diz não se arrepender da denúncia que o levou à prisão. "Eu sabia o que ia acontecer
e estava preparado. Não tenho nenhum arrependimento. Zero. Só não gostaria de
fazer de novo, de sofrer isso tudo outra vez", arremata.
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