“A
greve tem motivações políticas. Estão interessados em nos enfraquecer por
enxergarem a ligação com o senador Jader Barbalho.” A declaração, feita ao
portal Comunique-se, é de Camilo Centeno (foto), diretor-geral do
grupo RBA, a Rede Brasil Amazônia de Comunicação, da família do senador Jader
Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará. Com ela, Centeno, que é sobrinho e
ex-cunhado do manda-chuva peemedebista e identificado como o falcão do grupo,
por sua prepotente intransigência, tenta claramente desqualificar a paralisação
dos jornalistas do Diário do Pará e
do DOL, o Diário Online, um dos principais portais do Estado. Os jornalistas
reivindicam melhores salários e condições de trabalho.
Além
da remuneração aviltante, traduzida em um salário inicial que não ultrapassa R$
1 mil brutos, um dos mais baixos do Pará, a grande maioria dos jornalistas do
grupo RBA amarga, dentre outras mazelas, horas
extras nunca pagas, cadeiras e computadores sucateados e em quantidade
insuficiente, falta até mesmo de água potável na copa e de papel higiênico nos
banheiros. Diante das reivindicações de um piso salarial de R$ 1.908,25, estabilidade de um ano para todos os
grevistas e a readmissão do jornalista Leonardo Fernandes, demitido em
retaliação a mobilização pela paralisação, os Barbalho, em sua contraproposta,
acenaram com um piso salarial de R$ 1.300,00 e estabilidade de seis meses para
os grevistas. Rejeitaram peremptoriamente, porém, a readmissão de Leonardo
Fernandes. Com o impasse, a greve, deflagrada nesta última sexta-feira, 20,
prossegue por tempo indeterminado e já se refletiu na edição do Diário do Pará deste sábado, 21,
repleta de notícias das agências, mas cujo noticiário local é parco. Igualmente
parco é o noticiário local no Diário
Online, desde esta última sexta-feira.
Em
suas declarações ao Comunique-se, além de tentar desqualificar a greve, Centeno
alegou, para justificar os salários aviltantes pagos pelos Barbalho, o cenário
de crise pelo qual passam vários segmentos da economia brasileira, e
supostamente, em particular, os meios de comunicação. O grupo de comunicação da
família do senador Jader Barbalho inclui o jornal Diário do Pará, líder em vendagem, segundo o respeitável IVC, o
Instituto Verificador de Circulação; o Diário
Online, um dos principais portais do Estado; a RBA TV, afiliada da Rede
Bandeirantes; e rádios AM e FM, líderes de audiência. O Diário do Pará trombeteia ser recordista em novos leitores.
A
despeito da hostilidade de suas declarações e do tratamento truculento
dispensado aos grevistas, como ilustra a demissão de Leonardo Fernandes, um
jovem profissional reconhecidamente competente, Centeno afirma que a empresa
está aberta a negociações. Mas ele se trai com a ressalva que soa hilária,
diante da prosperidade do Diário do Pará. “Espero
que profissionais reflitam e reconheçam que não podemos firmar compromissos que
comprometem nossa saúde financeira”, diz. O Diário
do Pará prosperou e superou em vendagem seu concorrente direto, O Liberal- do grupo de comunicação da
família Maiorana, inimiga figadal do senador Jader Barbalho -, depois que o
fundador do jornal, Laércio Barbalho, o patriarca dos Barbalho, já falecido,
cedeu lugar ao neto Jader Filho. Este é o primogênito dos filhos de Jader
Barbalho com a deputada federal Elcione Barbalho (PMDB/PA), da qual o senador
divorciou-se, para casar-se com uma sobrinha, Márcia Centeno, filha de uma irmã
da parlamentar peemedebista e irmã de Camilo Centeno. O casamento com Márcia Centeno naufragou na esteira do romance de Jader Barbalho
com a deputada estadual Simone Morgado, do PMDB, hoje uma espécie de
primeira-dama do partido, notabilizada pela postura imperial. Nem o traumático
desfecho do casamento da irmã fez Centeno abdicar da condição de áulico, intransigente
e em tempo integral, do senador Jader Barbalho.
5 comentários :
Barata, estamos solidários com a luta dos jornalistas do Diário do Pará. Para serem verdades as afirmações do Camilo Centeno, de que esta greve tem motivações políticas, bastasse, exibir nas mãos cópias dos contracheques dos seus empregados, mas com valores dignos. Bastaria exibir fotos de um local de trabalho com instlações razoáveis de trabalho. Assim que o Jáder quer eleger o filho? Pois sim.
Quer, Não! Ele ( Jader ) vai eleger o seu filho como Governador do Pará.
Apesar da notoriedade do movimento, nenhum dos outros meios de comunicação divulgou a greve. Sinal de que quando o assunto é de interesse dos grupos de comunicação no Pará, todos são aliados e colocam suas diferenças de lado. Falta coragem aos demais funcionários das outras emissoras engrossarem esse caldo. Aí sim, conseguiriam um salário justo, pois sem Mídia o governo também pára!
O anônimo das 19:13 disse tudo! Só haveria conquista se o movimento evoluísse para uma greve de toda a categoria!!! Afinal, a situação nas ORM, Record, etc não é lá essas coisas também...
Com relação a esse assunto do link abaixo, apesar de tardio, venho lhe dizer o seguinte, trabalho a algum tempo no Grupo RBA, hoje em dia eu trabalho desestimulado, pois nosso salário é de apenas uma empresa, aqui são cinco empresas diferentes, ganho pouco, contudo temos que atender a todos de todas as empresas (TV RBA, RADIO CLUBE, 99FM E DIARIO FM, ALÉM DO DIARIO DO PARÁ), ou seja são CNPJ diferentes, eles não tem a coragem de pagar pelo menos 100 ou 150 a mais por cada empresa que atendemos, já seria uma boa ajuda no salário....quem trabalha aqui dentro pode ser considerado um escravo assalariado, infelizmente é assim que funciona aqui, se melhorasse o meu contra cheque, eu poderia me vestir melhor, me alimentar melhor, frequentar uma boa academia para melhorar minha saúde e de minha família, alem que poderia pagar uma faculdade, mas infelizmente minha tristeza é grande em trabalhar nessa empresa, e eles ainda querem que tenhamos orgulho de trabalhar na RBA...
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