sexta-feira, 5 de junho de 2015

SEGURANÇA – Clamor que é de todos os paraenses



Jornal do grupo onde comunicação da família do senador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Estado, o Diário do Pará traz, em sua edição desta sexta-feira, 5, um editorial, intitulado “O Pará quer paz!”, que expressa o clamor da sociedade paraense diante da escalada da violência, da qual resulta o morticínio cotidiano, que o governador tucano Simão Jatene assiste inerte. “O governador deveria tomar uma atitude, e rapidamente. O Pará está entregue à própria sorte. E o governador, definitivamente, não pode culpar a mais ninguém pela dificuldade em melhorar a vida dos paraenses, a não ser a ele mesmo”, assinala, com propriedade, o editorial, que traduz o sentimento generalizado, diante do sucateamento da segurança pública. Mais que isso, o editorial denuncia a irresponsabilidade de Jatene em pretender partidarizar a discussão sobre um problema grave, gravíssimo, que não comporta proselitismo, mas soluções minimamente viáveis.

Não se trata, diga-se logo, de avalizar Helder Barbalho, filho e pretenso herdeiro político de Jader Barbalho, como o contraponto daquilo que representa Simão Jatene. O opaco ministro da Pesca do governo Dilma Rousseff, como evidencia sua passagem pela prefeitura de Ananindeua, é a outra face da moeda podre na qual se constitui Jatene. Mas, independentemente de suas motivações, a iniciativa de Helder Barbalho em buscar o apoio do governo federal para conter a escalada da violência no Pará foi um gesto pertinente, do qual se lamenta, apenas, que não tenha sido antecipado pelo próprio governador tucano Simão Jatene. Este, porém, parece mais preocupado em pavimentar a ascensão da filha, aquinhoada com a Secretaria Extraordinária de Integração de Políticas Sociais, criada na esteira de uma reforma cujo suposto fim seria enxugar a máquina administrativa estadual. De resto, o governador, recentemente reeleito, deveria descer enfim do palanque e assumir efetivamente suas atribuições, em respeito não só ao povo do Pará, mas também aos eleitores que lhe confiaram seus votos. Lamentavelmente, porém, Jatene protagoniza um governo midiático, saqueando o erário para financiar a propaganda enganosa, que escamoteia a precarização da saúde, o abandono da educação e o sucateamento da segurança pública, da qual é corolário a assustadora escalada da criminalidade, com a matança diária que torna cada um de nós, independentemente de status social, reféns do medo. Um medo tanto maior, obviamente, por parte da população carente, já penalizada por ficar à mercê de um governo ausente e desprovido de qualquer noção mínima de decoro, tal qual quem o comando, em realidade um outonal vagabundo de terno e gravata, que agora se notabiliza, além da proverbial indolência, como pescador de águas turvas.

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