JK e Jango: a aliança entre PSD e PTB turbinada pela morte de Vargas. |
No plano político, as conseqüências do
suicídio e da carta-testamento foram devastadoras. Tornada governo, com a posse
de Café Filho na presidência da República, sob garantia das Forças Armadas, a
oposição foi obrigada a recuar, diante da reação popular. “Na realidade, o
trauma provocado pela morte do seu principal inimigo – mais do que inimigo, a
‘razão de ser’ de um partido fundado pelos que se lhe opunham – causou nos
udenistas um sentimento ambíguo de depressão e euforia, fatais para uma ação
política eficiente, no sentido de gerir os frutos da vitória”, assinala Maria
Victoria de Mesquita Benevides em “A UDN
e o udenismo – Ambigüidades do liberalismo brasileiro (1945-1965)”, livro
que surgiu de uma tese de doutorado defendida pela autora na USP, a Universidade
de São Paulo.
“A sensação de desnorteamento, senão
apatia, tornou-se evidente na campanha para as eleições legislativas de outubro
de 1954, quando os líderes nacionais udenistas passaram a temer um certo tipo
de reação popular, pela presença da ‘culpa’ lançada pelos getulistas”, salienta
Maria Victoria de Mesquita Benevides. “A exploração da ‘carta-testamento’
conferia novo vigor ao getulismo (a aliança PSD-PTB seria a grande vitoriosa,
um ano mais tarde) e do contraste com tal força carismática, surgia pálida a
oposição udenista, traumatizada e perplexa.”
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