Em seguida a transcrição, na íntegra, da
denúncia de que, a pretexto do Programa de Gestão Itinerante e Participativa,
o procurador-geral de Justiça, Marcos Antônio Ferreira das Neves, se vale do
cargo para fazer campanha pela sua reeleição:
“O MPE continua sem controle e impondo prejuízos
à sociedade. Mas, também, como pode funcionar bem um órgão cujo Chefe maior,
optou por mandar os escrúpulos às favas, para viajar pelas promotorias do
interior, em flagrante campanha pela recondução, com tudo custeado com dinheiro
público e sem qualquer “fiscalização” de seus “probos” pares que estão muito
satisfeitos com os “mimos financeiros” que o PGJ conseguiu para todos?
“Para se confirmar que o Programa “Gestão
Itinerante e Participativa” foi criado pelo PGJ para mascarar a campanha pela
sua recondução, basta dar uma volta no sitio do MPE, que lá estão expostas as
inúmeras viagens do PGJ ao interior e lá é possível ver que nas “reuniões” com
os promotores, o PGJ aproveita para se auto-promover, falando que na atual
gestão (a dele), foram aprovados projetos de lei no campo vencimental (leia-se:
auxílio-moradia, férias e licenças convertidas em pecúnia), fala, também, na
criação do cargo de assessor especializado de segunda entrância (o trem da
alegria que criou uma enxurrada cargos comissionados que serão preenchidos pelo
critério único do apadrinhamento, em flagrante demonstração de desprezo pelo
concurso público) e na contratação estudantes como estagiários de nível médio
para as promotorias de justiça do interior e destaca que os estagiários serão
escolhidos pelo principio da meritocracia, segundo o qual, só os melhores serão
escolhidos e seria elogiável, se o PGJ aplicasse esse mesmo principio, o da
meritocracia, para escolher os assessores especializados que serão criados como
cargos comissionados, com a conivência dos deputados, mas, obviamente, que a
meritocracia não será lembrada na “seleção” dos assessores especializados
comissionados, porque, assim, isso dificultaria a “indicação” e ele não
ganharia os já contabilizados votos para a recondução.
“A sociedade
paraense está de olho nesse projeto de lei que criará os assessores
especializados comissionados para o MPE e dará, nas urnas, no dia 05/10, a
resposta aos deputados que votarem pela aprovação desse projeto que joga no
lixo os princípios da CF/88 e que deixará escancarado o desprezo dos
parlamentares estaduais, pelo concurso público, como forma de ingresso
impessoal e moralmente defendida pela CF/88 e pela sociedade paraense que,
desprovida de ‘padrinho’, vê no concurso público, a única oportunidade de obter
uma vaga no serviço público. A maioria dos nossos jovens (e até os não tão
jovens), está abdicando de lazer, para estudar e passando por privações
financeiras, para custear os estudos preparatórios para lograrem êxito em
aprovação em concurso público, mas essas pessoas vêem seu sacrifício se tornar
cada vez mais intenso e a vaga almejada, cada mais distante, porque ao invés de
serem criadas vagas para provimento efetivo, se cria, no serviço público, cada
vez mais, cargos comissionados para serem preenchidos, não pelo principio da
meritocracia, e sim pelo principio nefasto, do apadrinhamento. A criação de
cargos comissionados facilita a prática do nepotismo cruzado.”
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