Elio Gaspari: o desafio de Marina é transformar preferências em votos. |
“Para
que Dilma saía incólume, qualquer ponto percentual que vá para Marina precisará
sair do acervo de Aécio Neves, e essa hipótese é absurda. Dilma certamente
perde quando fortalece-se a possibilidade de um segundo turno. Se Aécio perde
algo com a nova situação, é uma dúvida.”
A
observação é do jornalista Elio Gaspari, da Folha
de S. Paulo, ao comentar as implicações da inclusão da ex-senadora Marina
Silva na sucessão presidencial, agora como cabeça de chapa, em sua coluna do
último domingo, 17, sob o título “O PR-AFA de Eduardo Campos acertou Dilma”. Na
sua análise, ele sublinha o desafio que aguarda a ex-senadora. “Manejando-se
apenas percentuais, vai-se a lugar nenhum. Falta saber o que Marina proporá
para transformar preferências em votos”, acentua. “Até agora o programa de sua
chapa foi ralo e confuso. Fala em ‘eixo programáticos’, ‘brasileiros
socialistas e sustentabilidades’, ‘bordas de desfavorecidos’, ‘democracia de
alta intensidade’, em ‘ampliar as dimensão dos controles ex post frente à
primazia dos controles ex ante’. Propõe plebiscitos e ‘um novo Estado’. Isso
pode dar em qualquer coisa”, acrescenta.
Gaspari
assinala também, em seu comentário, que de Marina Silva exige-se mais que um
discurso messiânico, para efetivamente se constituir em uma terceira via. “A ideia
de uma candidata a líder espiritual reconforta o eleitor desencantado com a
polaridade PSDB-PT, com seus mensalões mineiro e federal. Para o primeiro turno
isso é um bálsamo. Para o segundo, uma aventura”, arremata.
Nenhum comentário :
Postar um comentário