segunda-feira, 18 de agosto de 2014

ELEIÇÕES – As implicações do fator Marina

Elio Gaspari: o desafio de Marina é transformar preferências em votos.

        “Para que Dilma saía incólume, qualquer ponto percentual que vá para Marina precisará sair do acervo de Aécio Neves, e essa hipótese é absurda. Dilma certamente perde quando fortalece-se a possibilidade de um segundo turno. Se Aécio perde algo com a nova situação, é uma dúvida.”
        A observação é do jornalista Elio Gaspari, da Folha de S. Paulo, ao comentar as implicações da inclusão da ex-senadora Marina Silva na sucessão presidencial, agora como cabeça de chapa, em sua coluna do último domingo, 17, sob o título “O PR-AFA de Eduardo Campos acertou Dilma”. Na sua análise, ele sublinha o desafio que aguarda a ex-senadora. “Manejando-se apenas percentuais, vai-se a lugar nenhum. Falta saber o que Marina proporá para transformar preferências em votos”, acentua. “Até agora o programa de sua chapa foi ralo e confuso. Fala em ‘eixo programáticos’, ‘brasileiros socialistas e sustentabilidades’, ‘bordas de desfavorecidos’, ‘democracia de alta intensidade’, em ‘ampliar as dimensão dos controles ex post frente à primazia dos controles ex ante’. Propõe plebiscitos e ‘um novo Estado’. Isso pode dar em qualquer coisa”, acrescenta.

        Gaspari assinala também, em seu comentário, que de Marina Silva exige-se mais que um discurso messiânico, para efetivamente se constituir em uma terceira via. “A ideia de uma candidata a líder espiritual reconforta o eleitor desencantado com a polaridade PSDB-PT, com seus mensalões mineiro e federal. Para o primeiro turno isso é um bálsamo. Para o segundo, uma aventura”, arremata.

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