“É na
interseção entre estas duas questões - relação com os partidos e com os agentes
econômicos - que se colocam as principais virtudes e os principais riscos de
uma vitória de Marina.”
Esta
é a avaliação feita por Leonardo Avritzer, 55 anos, professor titular do
departamento de ciência política da UFMG, a Universidade Federal de Minas
Gerais, que é também presidente da Associação Brasileira de Ciência Política,
na esteira da ascensão de Marina Silva nas pesquisas eleitorais. Em artigo publicado na
edição desta quarta-feira, 27, da Folha
de S. Paulo, ele adverte sobre o enigma que embute, sobretudo em termos de
política econômica, a candidatura da ex-senadora Marina Silva, a hóspede
ilustre do PSB, que tornou-se candidata a presidente da legenda, com a trágica
morte do ex-governador pernambucano Eduardo Campos.
Avritzer
observa que ao se recusar a cumprir acordos do PSB - como o apoio ao
candidato do PSDB em São Paulo e ao candidato do PT no Rio ela sinaliza uma
difícil relação com os partidos, em um cenário no qual é improvável que o PSB tenha
mais de 20% das cadeiras do Congresso (o patamar do PSDB e do PT nas últimas
quatro eleições). “Ao mesmo tempo, nas suas relações com o mercado, Marina
parece ter uma posição ainda mais ambígua”, assinala. E adverte: “Se Marina
souber sinalizar uma ampla coalização política para governar, a sua candidatura
ficará mais forte. Mas se ela sinalizar oposição aos partidos e governo acima
deles, ela ficará mais fraca.”
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